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Conservador no formato, ‘Lady Gaga Five Feet Two’ nos convence sobre os talentos da cantora

'Lady Gaga Five Feet Two' promete nos apresentar Stefani Germanotta, mas só quem aparece é Lady Gaga.

porMaura Martins
10 de outubro de 2017
em Cinema
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Conservador no formato, 'Lady Gaga Five Feet Two' nos convence sobre os talentos da cantora

Imagem: Reprodução.

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Já na abertura do documentário Lady Gaga Five Feet Two (disponível no catálogo da Netflix), vemos a famosa cantora no cenário em que ela talvez seja menos observada pelos seus fãs: no reduto do lar. Está em sua casa em Malibu, junto à família e dos cachorros, fritando um frango e soltando breves comentários acerca da vida e de sua carreira. A proposta é clara: ao longo do filme, estaremos diante de Stefani Joanne Angelina Germanotta, a mulher que dá vida à performática cantora, durante o período de produção de seu último disco, Joanne. 

Para os que têm mais de trinta anos, o formato do documentário parece familiar. Está bem próximo do que outra diva, Madonna, fez em Na Cama com Madonna. Lançado há 26 anos, no lá longínquo ano de 1991, o filme carregou os espectadores para os bastidores da turnê “Blond Ambition”, com a expectativa de ter um gostinho de ver quem era a verdadeira Madonna. Da mesma forma que Madonna – que é mencionada em Lady Gaga Five Feet Two como uma espécie de rival italiana -, Gaga alcançou um grau de celebridade que a torna quase que integralmente performance, um espetáculo ambulante. Ambas, portanto, enfrentam alguma dificuldade em nos convencer de que há, de fato, uma cisão entre pessoa/ personagem.

Talvez essa seja a fragilidade de Lady Gaga Five Feet Two: Gaga já é tão absurdamente famosa, e construiu uma personagem tão indescritível, que é difícil imaginá-la que exista uma “simples” Stefani Germanotta escondida em seu âmago.

Talvez essa seja a fragilidade de Lady Gaga Five Feet Two: Gaga já é tão absurdamente famosa, e construiu uma personagem tão indescritível, que é difícil imaginá-la que exista uma “simples” Stefani Germanotta escondida em seu âmago. Quando aparece com a família, por exemplo, são momentos tão estetizados (eles participam de um batizado em uma Igreja católica) que é difícil convencer-se sobre a autenticidade da cena. Da mesma forma, quando Lady Gaga está produzindo seus discos ou recebendo uma massagem para aliviar suas dores, ela está cercada por tantos membros de seu staff que temos problemas para nos convencer de que ela é uma moça frágil, e não a mulher superpoderosa das mídias.

Mas, em suma, esta é a sua mensagem: todos somos falhos e frágeis, mas tudo bem, pois somos lindos do jeito que somos, já que Deus não comete erros (só para lembrar da letra de “Born this way”). Uma mensagem forte e de apelo universal, é claro, já que cabe na vida de todos – em suma, facilmente comercializável. A Lady Gaga cultuada por milhares de fãs no mundo inteiro, portanto, está reforçada em Lady Gaga Five Feet Two (o título faz referência à altura da cantora – 1,57m – e faz parte da letra de uma música que toca durante o tal batizado). Novamente, aqui aponto um possível defeito do documentário: não há qualquer surpresa no formato do filme, nem mesmo novidades sobre a cantora, mesmo para quem não a conhece em profundidade. É, basicamente, um filme para seu fandom, aqueles que ficarão felizes com qualquer coisa que for lançada sobre ela.

Aliás, para não ser injusta nesta resenha, listo aqui uma série de coisas que um “não-fã” descobre sobre Gaga ao longo do filme: ela dirige mal (bate no carro do produtor Mark Ronson durante uma das sessões das gravações de Joanne); ela considera que não tem mais problemas de autoestima, ou com sua autoimagem (inclusive, gosta de aparecer pelada na frente das câmeras); ela gosta de usar calcinha fio dental; ela tende a se identificar com certos estereótipos acerca dos italianos (como o clichê do “não levar desaforo pra casa”); o fato de que ela sofre de fibromialgia faz com que tema as reações do seu corpo se engravidar; ela passou dez anos atuando em performances tão tresloucadas que agora teme que os fãs mais antigos (os “little monsters”) vão se decepcionar com a fase mais intimista em Joanne.

De todo modo, Lady Gaga Five Feet Two é absolutamente bem-sucedido em nos convencer sobre o talento múltiplo da cantora: é uma excelente compositora, uma hitmaker impecável (a versão acústica de “Bad Romance” que ela toca, durante o aniversário de Tony Bennett, destaca a qualidade da música), e sua voz é de uma potência invejável. Tal como Madonna, Lady Gaga é uma verdadeira máquina do mundo do entretenimento que consegue manter o controle artístico sobre cada passo de sua carreira. Se não traz nada de muito novo, Lady Gaga Five Feet Two ao menos nos proporciona quase duas horas na companhia de uma grande artista e de um dos nomes mais relevantes na cultura pop atualmente.

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Tags: CinemaCrítica CinematográficaDocumentárioJoanneLady GagaLady Gaga Five Feet TwoMadonnaMúsicaNa Cama com MadonnaNetflix

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