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Crítica: ‘Lúcifer’ e o poder do cinema de invenção – Olhar de Cinema

Em 'Lúcifer', filme de Gust Van den Berghe, o mundo é projetado no interior de um círculo onde os personagens enfrentam uma presença demoníaca.

porPaulo Camargo
14 de junho de 2015
em Cinema
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'Lúcifer' e o poder do cinema de invenção

Imagem: Divulgação.

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Para que serve um festival de cinema? Talvez a mais importante delas, pelo menos do ponto de vista do público, é ter acesso a obras que, de alguma forma, lhe ofereçam uma diversidade de propostas estéticas, caminhos narrativos, temáticas e histórias, capazes de arejar seus sentidos, o levando a outros territórios. Por vezes muito distantes daqueles aos quais a produção audiovisual que domina o circuito comercial costuma conduzir.

Entre os títulos selecionados neste ano para a mostra competitiva do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, um dos mais originais e inventivos é Lúcifer, do cineasta belga Gust Van den Berghe, que com este filme encerra uma trilogia de longas-metragens de temática religiosa, da qual fazem parte Little Baby Jesus of Flandr e Blue Bird.

Sem entregar muito do enredo, Lúcifer se passa na cidade mexicana de Paricutin, no sudoeste do México. A trama, que toma como base um texto homônimo do século 17, do dramaturgo flamengo Joost van den Vondel, tem uma premissa semelhante ao texto original: entre o céu e o inferno, o personagem-título, um anjo caído, tem uma breve e devastadora passagem pela Terra, durante a qual invade a vida de pessoas que nele enxergam uma figura capaz de salvá-las de suas mazelas, aplacar suas dores, quando, na verdade, o rastro que deixará será de dor e aflição.

Entre os títulos selecionados neste ano para a mostra competitiva do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, um dos mais originais e inventivos é Lúcifer, do cineasta belga Gust Van den Berghe.

Na cidadezinha mexicana, onde quase a totalidade da população é de origem indígena, o tempo parece estacionado, ao ponto de não termos muita certeza de quando se passa o filme. Nesse cenário de aparente imobilidade, Lúcifer (Gabino Rodriguez, o único ator profissional do elenco) entra em cena.

É um forasteiro, cuja presença quebra a monotonia local, e aos poucos vai subvertendo a ordem estabelecida, realizando curas milagrosas, encantando os moradores com seus ares de novidade.

Também seduz com sua imponente figura física, mas some, descendo às profundezas infernais talvez, com a mesma rapidez com que aparece. Em seu lugar, o Estado, sob a forma de um implacável coletor de impostos, surge como um choque de realidade terrena.

Para contar essa história, Van den Berghe desenvolveu um formato de enquadramento da imagem circular chamado Tondoscope, no qual a imagem tem o aspecto de uma íris ocular. As imagens são captadas por meio de um espelho ótico em forma de cone. A inspiração para esse aparato veio dos “tondos”, pinturas e alto-relevos também em formato de círculo, muito utilizados no Renascimento em obras sacras, por artistas como o pintor holandês Hieronymus Bosch (em “A Criação do Mundo”) e o italiano Giovanni di Paolo.

Em Lúcifer, a sensação de ver o mundo recortado em um círculo é de confinamento, claustrofobia. Cabe à imaginação completar o que fica de fora do enquadramento, nos condenando a permanecer em estado de constante suspeita, a supor o que não estamos vendo, enquanto o visível é comprimido no interior do círculo, que é o formato da Terra, mas também pode ser do inferno. Cabe a nós decidir.

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Tags: CinemaCríticaCrítica de CinemaFestival Internacional de CuritibaGust Van den BergheLúciferOlhar de CinemaRenascimento

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