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‘Nomadland’ é uma poética e devastadora radiografia contemporânea dos Estados Unidos

Filme da diretora Chloe Zhao, estrelado por Frances McDormand, 'Nomadland' fala de quem perde, dos que ficam à deriva e à margem de uma cultura que exalta o triunfo individual.

porPaulo Camargo
28 de janeiro de 2021
em Cinema
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Frances MCDormand vive uma mulher ao mesmo tempo comum e extraordinária em 'Nomadland'

Frances MCDormand vive uma mulher ao mesmo tempo comum e extraordinária em 'Nomadland'. Imagem: Reprodução.

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Fern, a protagonista de Nomadland, é, ao mesmo tempo, uma mulher extraordinária e absolutamente comum. Esses dois extremos fazem da personagem, vivida esplendidamente por Frances McDormand no longa-metragem de Chloe Zhao, uma improvável heroína, complexa e fascinante, fadada a entrar para a história do cinema norte-americano.

Vencedor do Leão de Ouro na última edição do Festival de Veneza, o filme de Zhao, um dos mais premiados do último ano e favorito ao Oscar 2021, é uma poética, e nem por isso menos devastadora, radiografia contemporânea dos Estados Unidos, que não costumam ser retratados dessa maneira por Hollywood. O road movie fala de quem perde, dos que ficam à deriva e à margem de uma cultura que exalta o triunfo individual. É, portanto, uma espécie de antídoto ao veneno inoculado durante os quatro anos da era Trump, embora se remeta a um período histórico anterior.

Como Nomadland – que no Brasil vai se chamar Sobrevivendo na América e será lançado pelo canal de streaming Hulu – é, sobretudo, um estudo de personagem, falar mais longamente sobre Fern torna-se incontornável. Ela é uma viúva, na faixa dos 60 anos, que, após a grande depressão econômica iniciada em 2008, vê sua pequena cidadezinha morrer. Com o fechamento da empresa que era a força matriz da localidade, tudo definha rumo ao desaparecimento. Esse apagamento se estende à existência de Fern.

É uma espécie de antídoto ao veneno inoculado durante os quatro anos da era Trump, embora se remeta a um período histórico anterior.

Sem recursos para se manter, e depois de perder a sua casa, Fern passa a morar em sua van e parte em uma longa jornada América adentro, na busca por trabalho, pela sobrevivência. Mas, como a personagem mesma diz em um momento do filme, ela é houseless (sem casa), não homeless (sem lar): no furgão, ela guarda fragmentos afetivos de sua vida, como fotos, utensílios domésticos, louças de família.

Rodado em estados do Oeste americano, com vastas paisagens naturais, ao mesmo tempo grandiosas e solitárias, como a própria Fern, no filme as lentes de Chloe Zhao e do diretor de fotografia Joshua James Richards são introspectivas. A cineasta sino-americana faz dessa vastidão, por vezes inóspita, uma metáfora tanto do que se passa subjetivamente dentro de Fern quanto no seu cotidiano e no de quem cruza seu caminho – muitos desses personagens não são vividos por atores e atrizes, mas por pessoas nômades da vida real. Essa interface documental agrega uma potência incrível a tudo que vemos na tela, à trajetória da personagem.

Vencedora de dois Oscars, por Fargo  e Três Anúncios para um Crime, Frances McDormand é uma atriz de gigantescos recursos dramáticos, forte, sutil, econômica, perfeita para papéis de mulheres como Fern, ordinárias e extraordinárias. Como a personagem é onipresente em Nomadland, ela lhe dá corpo e alma, embora Zhao, diretora do também introspectivo Domando o Destino (2017), tenha feito um filme com assinatura muito evidente, para não se esquecer.

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Tags: Chloe ZhaoCinemaCrítica CinematográficaEra TrumpEstados UnidosFestival de VenezaFilm ReviewFrances McDormandMovie ReviewNomadlandOscar 2021Resenharoad movieSobreviviendo na América

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