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Crítica: ‘Nova Dubai’ e porque o “filme de viado” é necessário

Análise de 'Nova Dubai', longa-metragem dirigido por Gustavo Vinagre, vencedor do Prêmio Novo Olhar do 4º Olhar de Cinema.

porAndy Jankowski
19 de junho de 2015
em Cinema
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'Nova Dubai' e porque o "filme de viado" é necessário

Imagem: Divulgação.

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A escolha pelo nome do título desta crítica foi feita justamente com a intenção de chamar a atenção, já que, Nova Dubai é infinitamente mais que um filme de nicho e representatividade, é um longa sobre a condição humana. Podemos dizer que a película de Gustavo Vinagre é no mínimo corajosa. Você pode amar ou odiar Nova Dubai, mas precisa falar sobre ele.

Neste híbrido performático entre realidade e ficção, o diretor expõe suas entranhas (literalmente) numa tentativa de demonstrar sua humanidade sem quaisquer restrições. Vinagre, com o perdão do trocadilho cretino, azeda qualquer possibilidade de apatia, gozando na cara da sociedade todos os seus tabus e tabus dentro de tabus (quase literalmente também) sem qualquer cerimônia.

À primeira vista, parece um filme “de gays, sobre gays, para gays”, uma obra que representa a vivência de muitos jovens homossexuais da classe média brasileira, entretanto, ao escancarar suas taras de maneira limpa, Gustavo Vinagre joga contra nós todas as nossas limitações sexuais, aquelas que todo mundo sabe, mas ninguém fala.

Nos choca ao falar do tesão que sentia por sua avó (Freud explica!) e coloca na roda questões edipianas sobre o incesto, que desde sempre foram socialmente castradas. Pensar a respeito é quase um crime, falar então…

A fragilidade da construção do Masculino é colocado à prova no lugar mais tradicional da testosterona. Num complexo de prédios em construção, cheio de pedreiros machões, o diretor se apropria da questão sobre a especulação imobiliária de prédios de luxo que quase ninguém pode pagar, e deposita nela todos os fetiches e idiossincrasias da masculinidade.

São intrusos no lar das “pessoas de bem”, e só são bem vindas quando precisam cumprir com alguma função.

Os pedreiros sarados das construções possuem mais coisas em comum com os gays do que se possa imaginar; ambos são criaturas marginalizadas socialmente, vistos com maus olhos e constroem com o suor do corpo estruturas em que não são convidados para entrar.

São intrusos no lar das “pessoas de bem”, e só são bem vindas quando precisam cumprir com alguma função – como a bicha amiga, a bicha maquiadora, a bicha cabeleireira, a bicha que faz esquemas para os amigos heterossexuais porque conseguem trânsito fácil entre as mulheres e etc.

Este filme se torna obrigatório quando Vinagre questiona sua condição enquanto homem cis homossexual e ao decompor em miúdos a concepção falha da virilidade masculina, nos levando a questionar porque um filme gay incomoda?; porque é difícil assistir a uma cena de sexo entre dois homens, mas entre mulheres é fetiche? Será que é por que homens não estão acostumados a verem seus corpos expostos e objetificados? Será que o desconforto surge da exposição de corpos masculinos dominados?

Há um estranhamento quase visceral em ver homens em situação de submissão, parece a eles que este lugar fadado às mulheres não lhes pertence. Choca, ofende! E é por isso que Nova Dubai precisa ser visto, porque numa sociedade patriarcal ofende quem nunca foi ofendido. Aqueles que fazem parte deste cinema de dominância e se aproveitam dele em relações de poder precisam se acostumar a viver sem privilégios.

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Tags: CinemaCrítica de CinemaFestival Internacional de CuritibaGustavo VinagreHomossexualidadeNova DubaiNovos OlharesOlhar de CinemaPrêmio Novo Olhartemática gay

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