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‘Palermo Shooting’ passeia por labirintos do nosso tempo

Em 'Palermo Shooting', Wim Wenders presta homenagem a Bergman e Antonioni.

porTiago Bubniak
3 de dezembro de 2019
em Cinema
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‘Palermo Shooting’ passeia por labirintos do nosso tempo

Imagem: Divulgação.

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Um fotógrafo em crise misteriosamente perseguido por um ser encapuzado. Solidão, sexo casual, músicas singulares para momentos singulares selecionadas de forma cuidadosa no fone de ouvido. O celular como forma de “existência” do ser humano para o mundo, a sociedade que produz e consome imagens, a preocupação de estar sempre ligado ao relógio. O medo da morte. É rica, densa e extensa a lista de temas da contemporaneidade que, poética e metaforicamente, em maior ou menor grau, Wim Wenders pincela em Palermo Shooting (2008).

O mundo incita cada vez mais a veneração do efêmero. Do lado oposto, o ser humano sempre teve sede de imortalidade. Esse paradoxo é um dos vários assuntos presentes na história montada pelo diretor alemão. Para falar do embate entre o visível e supérfluo e o invisível e essencial, Wim Wenders atenua as fronteiras entre sonho e realidade, vida e morte.

O enredo retrata a trajetória de um fotógrafo que, em crise existencial, resolve retirar-se em Palermo, na Itália. A explicação do nome da cidade, exposta no próprio filme, é fortemente simbólica: “a mãe de todos os portos”. Para alguém que está psicologicamente “perdido”, pode ser considerada significativa a escolha de refugiar-se em um local cujo nome carrega em sua essência vários pontos de partida em potencial.

Em solo italiano, o homem que observa a realidade e a congela por meio da câmera fotográfica passa a ser caçado. O mistério sobre quem é o perseguidor é revelado. Se nos primeiros momentos essa revelação pode ser confundida com um lapso, o diálogo subsequente impede reprovações e termina digno de ser considerado coroamento de toda a história até então retratada.

Para falar do embate entre o visível e supérfluo e o invisível e essencial, Wim Wenders atenua as fronteiras entre sonho e realidade, vida e morte.

De modo geral, não apenas ‘o que’ se conta é digno de atenção, mas, igualmente, o ‘como’ se conta. Há uso de desproporções, falas cujas complementações cabem a um passeio da câmera, o recurso de fazer com que a música ouvida pelo protagonista em seus fones de ouvido seja também a “experimentada” pelo espectador.

Um simples piscar de olhos para a beldade e lá está a mulher levantando o zíper de sua roupa ao lado do fotógrafo seminu, absorto em reflexões: se o que se pretende é mostrar superficialidade de relacionamentos, o ritmo da montagem colabora. O corpo enorme do protagonista em uma cama exageradamente minúscula: se o que se pretende é exibir ausência de paz de espírito, a composição da cena auxilia. Conteúdo e forma se combinam em proporções bem dosadas.

Wenders afirma que, com Palermo Shooting, quis prestar uma homenagem a O Sétimo Selo (1957), de Ingmar Bergman, e a Blow-Up: Depois Daquele Beijo (1966), de Michelangelo Antonioni. Ambos os cineastas faleceram em 2007. O resultado é uma bela costura de metáforas. Tantas que alguns nós podem acabar sendo formados. É preciso aprender a desatá-los. E essa tarefa, provavelmente, acompanhará o espectador por muito tempo além da sala escura. Talvez, por muito tempo mesmo.

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Tags: Blow-Up: Depois Daquele BeijoCinemaCrítica CinematográficaCrítica de CinemaIngmar BergmanMichelangelo AntonioniPalermo ShootingResenhaWim Wenders

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