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Uma chance para reavaliar ‘Parceiros da Noite’

Obra da fase ousada de William Friedkin, 'Parceiros da Noite' é um longa que deve ser revisto com outros olhos.

porPaulo Camargo
26 de março de 2012
em Cinema
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Uma chance para reavaliar 'Parceiros da Noite'

Al Pacino: missão perigosa e grande atuação. Imagem: Divulgação.

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O diretor William Friedkin é um daqueles cineastas cuja obra precisa sempre ser vista e revista. Por um lado, é um típico fruto do sistema dos grandes estúdios de Hollywood, no qual realizou seus dois filmes mais famosos: Operação França (1971), que lhe deu o Oscar de melhor direção, e o clássico do terror O Exorcista (1973), um dos grandes campeões de bilheteria da década de 1970.

Mas, dono de uma estatueta com apenas 36 anos, Friedkin optou por um caminho profissional bem mais tortuoso e menos seguro, em busca de projetos que lhe permitissem revelar sua face mais transgressora, ainda que suas habilidades atrás das câmeras já tivessem sido testadas e comprovadas. Talvez se espelhando em contemporâneos, como Martin Scorsese ou Francis Ford Coppola, quis se firmar como autor e não apenas como um diretor competente.

Dessa fase mais ousada, nasceu o controverso Parceiros da Noite (1980), que a Lume acaba de lançar pela primeira vez em DVD no país. Retrato de uma Nova York que ainda não havia passado pelo processo de sanitização e cosmetização promovido pelo prefeito republicano Rudolph Giuliani durante sua gestão, entre 1994 e 2002, trata-se de um filme sombrio.

Al Pacino, no auge de sua popularidade, conquistada graças a filmes como O Poderoso Chefão 1 e 2 e Serpico, no longa de Friedkin também dá um passo bastante ousado ao assumir os riscos de viver o protagonista. Burns é um policial pouco experiente, mas destemido, designado para uma missão perigosa: se infiltrar na noite gay da metrópole com o objetivo de servir de isca a um violento assassino de homossexuais.

A ousadia de Friedkin está na escolha de, em vez de fazer de Burns um herói acima de qualquer suspeito, mostrar como a investigação e a imersão do personagem em um mundo tão alheio a sua realidade acabam o afetando, o levando até mesmo a questionar sua orientação sexual. O policial aos poucos se descola de sua identidade e, na medida em que mergulha nesse universo, começam a emergir traços comportamentais muito diversos de sua aparente natureza.

A ousadia de Friedkin está na escolha de, em vez de fazer de Burns um herói acima de qualquer suspeito.

Ainda sem os maneirismos estéticos que tomariam conta do cinema norte-americano, muito em decorrência da influência exercida pela linguagem publicitária da época, Friedkin segue a cartilha do drama adulto norte-americano dos anos 70. Filma com objetividade, distanciamento e sem muitas firulas, emprestando a Parceiros da Noite um tom quase documental.

Essa exposição tão nua e crua de alguns segmentos da cena gay nova-iorquina, dentro de um contexto ameaçador e marginal, causou uma repercussão extremamente negativa junto à comunidade homossexual norte-americana da época, quando já se começava a lidar com os primeiros sinais da epidemia da aids. Tudo que não se desejava, portanto, era estabelecer vínculos entre um recorte do cotidiano dessa minoria e a ideia de uma violência patológica por ela gerada.

Passadas três décadas de seu lançamento nos cinemas, é possível, sim, assistir a Parceiros da Noite com outros olhos. Se, talvez, ainda haja algo de estereotipado na representação de determinados setores da cena gay, o filme se impõe muito mais por conta da coragem com que Friedkin investiga a subjetividade de Burns e sua fragilidade psicológica, em um notável trabalho de composição de Pacino.

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Tags: Al PacinoCinemaCrítica CinematográficaCruisingFrancis Ford CoppolaHollywoodMartin ScorseseNova YorkO ExorcistaO Poderoso ChefãoOperação FrançaOscarParceiros da NoiteResenhaRudolph GiulianiWilliam Friedkin

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