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A insustentável leveza de ‘Um Senhor Estagiário’

Como espécie de manifesto em defesa dos "idosos", Nancy Meyers faz de 'Um Senhor Estagiário' um diálogo com espectadores mais experientes.

porPaulo Camargo
25 de setembro de 2015
em Cinema
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A insustentável leveza de 'Um Senhor Estagiário'

Imagem: Reprodução.

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Para se discutir Um Senhor Estagiário, comédia dramática em cartaz nos cinemas brasileiros, é inevitável falar sobre sua diretora e roteirista, a norte-americana Nancy Meyers. Aos 65 anos, a cineasta vem construindo uma filmografia que, se não é exatamente notável, tem inegável coerência: seus longas-metragens discutem, de forma mais ou menos evidente, dependendo do título, temas como choque entre gerações, família, a possibilidade do amor e do sexo na terceira idade e a incomunicabilidade.

O filme de virada na carreira de Meyers foi Alguém Tem Que Ceder (2003), comédia romântica estrelada por Diane Keaton e Jack Nicholson que alcançou enorme sucesso de bilheteria e fez Hollywood prestar mais atenção no público com mais de 60 anos, até então bastante negligenciado pela indústria do entretenimento, obcecada pelos adolescentes e jovens adultos.

Desde então, a diretora vem focando em histórias que, de alguma maneira, tenham apelo para essa faixa de espectadores, digamos, mais experientes. E Um Senhor Estagiário não foge a essa regra. Pelo contrário: pretende ser uma espécie de manifesto em defesa dos “idosos”, representados pelo protagonista, Ben (Robert De Niro), um executivo aposentado que fica viúvo e tenta levar uma vida interessante, senão produtiva.

O filme de virada na carreira de Meyers foi Alguém Tem Que Ceder (2003), comédia romântica estrelada por Diane Keaton e Jack Nicholson que alcançou enorme sucesso de bilheteria e fez Hollywood prestar mais atenção no público com mais de 60 anos.

Depois de viajar pelo mundo, passar temporadas com o filho e sua família, além de tentar aproveitar ao máximo as vantagens de não ter mais que cumprir horários, fazendo caminhadas, lendo e indo ao cinema, Ben percebe que a falta de uma atividade regular lhe faz mal. Resolve, então, candidatar-se a uma vaga de estagiário em uma bem-sucedida empresa de e-commerce, especializada na venda roupas pela internet, que começa a abrir seus quadros para profissionais mais vividos.

Entra, então, em cena o contraponto de Ben: Jules (Anne Hathaway), a jovem e workaholic criadora do negócio, que diante do inesperado sucesso e crescimento de seu empreendimento enfrenta um dilema doméstico. Seu marido, Matt (Anders Holm), abandonou uma promissora carreira para se tornar “dono de casa” e cuidar da filha do casal, mas a rotina frenética de Jules começa a causar efeitos colaterais e os dois andam cada vez mais distantes. Há aí uma interessante inversão de papéis, ainda pouco comum na maior parte das sociedades.

Em princípio, Jules é extremamente resistente à figura de Ben, que lhe é imposta como uma espécie de faz-tudo. Como tem um relacionamento difícil com os pais, a jovem executiva não consegue se imaginar tirando proveito do convívio com alguém mais velho. Ele, para ela, é um estorvo, um fardo sob a forma de boa ação. Aos poucos, no entanto, descobre que pode estar enganada.

Embora haja uma boa química entre De Niro (que repete em alguns momentos sua persona cômica careteira) e Hathaway, atores que além de experientes são carismáticos, a direção esquemática de Meyers se esforça demais em tentar equilibrar, como em uma fórmula matemática, drama e humor. Acaba por comprometer o resultado final, agradável, leve, porém um tanto previsível. Ela não ousa, replicando fórmulas utilizadas à exaustão pelo cinema norte-americano, tanto do ponto de vista formal quanto narrativo.

O roteiro de Um Senhor Estagiário é repleto de boas intenções, não há como negar. Pretende, de uma só vez, discutir tanto o preconceito de idade quanto os conflitos enfrentados por mulheres que tentam conciliar o protagonismo no trabalho e a vida familiar.

Pena que o filme fique apenas na superfície na maior parte do tempo, talvez com receio de tornar o filme mais pesado do que pretende ser. Os conflitos, embora interessantes, encontram soluções fáceis e pacificadoras demais para que a trama ganhe consistência e relevância. O público que busca diversão sem muito compromisso, contudo, vai curtir mais este “combinado” palatável de vida real que Meyers acrescenta a seu cardápio.

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Tags: Anne HathawayCinemacomédia dramáticaFeminismoidadeNancy MeyerspreconceitoRobert De NiroUm Senhor Estagiário

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