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‘A Separação’ e a intensidade do cinema que vem do Irã

Em 'A Separação', Asghar Farhadi outorga aos espectadores o papel de juízes.

porTiago Bubniak
2 de outubro de 2018
em Cinema
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‘A Separação’ e a intensidade do cinema que vem do Irã

Imagem: Divulgação.

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“Chamamos de ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de caráter”. A frase de Oscar Wilde poderia muito bem ser relacionada às ações de Nader (Peyman Moadi), um dos protagonistas do filme iraniano A Separação (2011).

Sua correção e justiça saltam aos olhos e nos conquistam em poucos minutos, conduzindo à empatia. Mas ele também é um teimoso e, passados outros minutos mais, suscita dúvidas – por menores que sejam – quanto à excelência de sua correção.

A dificuldade de avaliar o comportamento de Nader é apenas uma pequena mostra do conjunto que forma A Separação, do diretor Asghar Farhadi. Os personagens são cuidadosamente elaborados, transitam por situações bem encadeadas e estão envolvidos em relações que gradualmente tendem a uma espiral de complexidade.

Inexiste qualquer maniqueísmo, o drama nem de longe é gratuito, ações e reações têm justificativa para estar onde estão. E tudo transcorre no mais alto grau de naturalidade, escancarando que estamos diante de seres humanos. Muito humanos, frise-se, seja esse “muito” um convite à ideia de virtude ou fraqueza.

A dificuldade de avaliar o comportamento de Nader é apenas uma pequena mostra do conjunto que forma A Separação, do diretor Asghar Farhadi.

O filme começa mostrando Nader e sua esposa Simin (Leila Hatami) diante de um juiz para requerer o divórcio. O principal argumento dela é o desejo de deixar o Irã e buscar melhores condições no exterior para a filha Termeh (Sarina Farhadi). O contra-argumento dele é a necessidade de cuidar do pai, que sofre do mal de Alzheimer.

Detalhe: o fato de apenas ouvirmos a voz do juiz e os dois personagens falarem diretamente para a câmera já nos coloca, antes mesmo do crédito inicial que nomeia o filme, em posição de juízes. E aí é que começa a situação delicada na qual o diretor nos lança até o fim: como julgar?

Simin decide separar-se temporariamente e vai para a casa da mãe. Sem esposa para acompanhar o pai, Nader contrata Razieh (Sareh Bayat). O que ele não sabe é que Razieh está grávida e aceitou o trabalho sem o consentimento do marido Hojjat (Shahab Hosseini), um homem desempregado e emocionalmente instável. Contar mais é comprometer descobertas e contaminar leituras.

Com diálogos intensos e muita sobriedade no tratamento dado ao drama (que deixa o trabalho de Asghar Farhadi distante de ser considerado melodramático), o filme ainda investe fortemente no uso de câmera na mão. O recurso potencializa a sensação de instabilidade emocional que marca cada fotograma. Com tantas qualidades, A Separação é somente mais um exemplo de como o cinema iraniano é um dos mais intensos e bem elaborados do planeta. Em tempo: este trabalho de Asghar Farhadi ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2012.

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Tags: A SeparaçãoAsghar FarhadiCríticaCrítica CinematográficaLeila HatamiMovie ReviewOscar WildePeyman MoadiResenhaSareh BayatShahab Hosseini

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