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Timothée Chalamet é um Willy Wonka jovem e sonhador em prequel divertida, ainda que adocicada

'Wonka', que narra a juventude do protagonista de 'A Fantástica Fábrica de Chocolates', se destaca por sua leveza, brilho, elenco afiado e números musicais grandiosos.

porPaulo Camargo
19 de dezembro de 2023
em Cinema
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Timothée Chalamet dá vida à nova versão de Willy Wonka. Imagem: Divulgação.

Timothée Chalamet dá vida à nova versão de Willy Wonka. Imagem: Divulgação.

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A mais recente encarnação de Willy Wonka, interpretada por Timothée Chalamet (de Duna) em Wonka, surge na telona como uma figura bem mais jovem, doce e notavelmente menos excêntrica do que suas versões anteriores. Ele embarca em sua jornada do herói com uma aura de sonho e um sorriso permanente nos lábios, mantendo uma atitude positiva, ocasionalmente cantando, dançando de forma um tanto desajeitada e criando doces peculiares, como os chocolates salgados com as “lágrimas agridoces de um palhaço russo”, conhecidos como hoverchocs.

A resiliência – ou seria insistência? –  das franquias cinematográficas é evidente em Wonka, novo musical original que explora os primeiros empreendimentos do jovem Willy. O filme se destaca por sua leveza e brilho, e é repleto de artistas talentosos que parecem se divertir (muito) com suas interpretações, mesmo quando assumem papéis malvados.

A qualidade mais evidente dessa encarnação jovem de Willy Wonka é a sua gentileza. Há uma ausência quase absoluta da misantropia sombria presente no romance Charlie e a Fábrica de Chocolate, de Roald Dahl, best-seller de 1964 que gerou diversas adaptações, incluindo filmes anteriores e um musical na Broadway.

A narrativa de Dahl e suas adaptações anteriores apresentam um menino pobre, Charlie, que realiza uma visita transformadora à fábrica de chocolate do enigmático e algo perverso Willy Wonka. Dirigido por Paul King, Wonka retrocede no tempo para quando Willy era um esforçado empreendedor sem dinheiro nos bolsos, mas repleto de encantos e aspirações.

Após anos viajando pelo mundo, ele busca realizar seus sonhos doces em uma cidade que remete à Europa, com uma arquitetura espetacular e espaço para números musicais grandiosos. Seus desafios surgem na forma de um cartel chocolateiro e a dona malvada de uma estalagem, Sra. Scrubbit (Olivia Colman, excepcional como sempre), que escraviza seus hóspedes pobretões.

‘Wonka’: excesso de doçura

O roteiro de King e Simon Farnaby poderia adicionar um tom mais crítico a Wonka; que, às vezes, é açucarado demais.

Wonka apresenta canções antigas e novas, coreografias envolventes, um rio de chocolate, mas não chega a inovar. Entre seus atrativos está um Chalamet carismático e entusiasmado, de movimentos desajeitados, com seus cabelos sempre desarrumados balançando sob o chapéu de Willy. O desempenho lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de melhor ator (comédia ou musical).

O filme enfatiza Willy como protagonista absoluto. Embora ele logo encontre uma parceira infantil, Noodle (Calah Lane, muito carismática), a mais jovem entre os servos de Sra. Scrubbit. E é Willy, desta vez, quem assume o papel do ingênuo de olhos arregalados que, na história e no filme original era o garoto Charlie.

A personalidade afável de Willy nesta versão o distancia do excêntrico chapeleiro louco de Dahl, aproximando-o espiritualmente do gentil protagonista ursino dos filmes de King, os ótimos Paddington e Paddington 2. Como o personagem Paddington, Willy, o fabricante de doces, logo encontra uma comunidade solidária em seu novo ambiente digitalmente aprimorado. Além disso, recebe calor maternal de Sally Hawkins (de A Forma da Água), compartilha momentos cômicos com um impagável Hugh Grant (aqui como um Oompa-Loompa pistola) e se envolve em escapadas criativas que evidenciam as habilidades de King na construção da narrativa de ação. O filme, no entanto, com sua duração de duas horas, prolonga-se um pouco além do necessário.

O roteiro de King e Simon Farnaby poderia, também, adicionar um tom mais crítico a Wonka; que, às vezes, é adocicado demais – o filme funciona melhor quando explora o humor. Isso não chega a ser surpreendente, dada a reconceituação da personalidade de Wonka por King (sem a presença de ameaça) e a influência da “disneyficação” do entretenimento infantil.

As mudanças no Mundo de Wonka ao longo dos anos, especialmente na caracterização dos Oompa-Loompas, refletem uma evolução significativa. O filme de 1971 com Gene Wilder os retratava com pele laranja e cabelos verdes, uma representação que Tim Burton abandonou em seu filme de 2005 estrelado por Johnny Depp, e que King restaurou.

Um dos desafios para os cineastas contemporâneos ao adaptar a obra de Dahl é aproveitar os elementos agradáveis sem replicar suas facetas menos atraentes. Wonka contorna parte dessas questões por anteceder a notoriedade de Willy, e é possível que em uma eventual sequência, os Oompa-Loompas tenham alcançado uma maior autonomia. Até lá, espera-se que a aversão de Dahl por personagens gordos, evidenciada infelizmente no filme por meio de um chefe de polícia glutão (Keegan-Michael Key), seja deixada para trás.

Wonka, por fim, busca abraçar a gentileza com uma sinceridade espontânea, convidando o espectador a soltar a imaginação, destacando a perspectiva divertida de que um dia Timothée Chalamet se transformará, com alguma sorte, em um Gene Wilder e, esperamos, não em um Johnny Depp.

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Tags: A Fantástica Fábrica de ChocolatesCharlie e a Fábrica de ChocolatesCinemaCrítica CinematográficaPaul KingTimothée ChalametWonka

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