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É preciso invocar Glauber Rocha sempre que nos sentimos perdidos

A exibição do filme 'A Vida é Estranha', de Mossa Bildner, no Olhar de Cinema, traz à cena a figura e o olhar do cineasta Glauber Rocha.

porBruno Zambelli
12 de junho de 2015
em Cinema
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É preciso invocar Glauber Rocha sempre que nos sentimos perdidos

Imagem: Reprodução.

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A cena é enigmática: de braços abertos, feito um cristo alucinado do terceiro mundo, parado em uma encruzilhada no meio do nada, o cineasta Glauber Rocha cantarola os versos da canção “Divino Maravilhoso” de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Surge ao fundo uma mulher, daquelas que guardam no olhar os segredos do mundo.

Ela caminha até o diretor e pede desculpas ao camarada, que tem o olhar fixo no chão batido, por “o interromper em sua luta de classes”, mas precisa saber a direção do cinema político. A resposta de Glauber é, além de definitiva, um marco na história do cinema: “pra lá é o cinema desconhecido, o cinema de aventura. Por aqui é o cinema de terceiro mundo.

Um cinema perigoso, divino e maravilhoso”. A cena faz parte do filme O Vento do Leste (1969), do cineasta francês Jean-Luc Godard, que, assim como Glauburu, dispensa apresentações, e condensa em pouco mais de um minuto o pensamento de um dos maiores nomes do cinema mundial.

Nascido Glauber de Andrade Rocha, em Vitória da Conquista, Bahia, o cineasta foi o maior expoente do revolucionário Cinema Novo e um dos responsáveis pela reinvenção da sétima arte no território nacional. De temperamento forte e talento inigualável, Glauber lutou como poucos pelo Brasil, país que amou de maneira incondicional. O início da carreira deu-se através da crítica, paixão que acompanharia o cineasta até o fim da vida, mas a vontade de filmar sempre falou mais alto desde muito cedo. Exemplo disso são as cartas, que um ainda menino Glauber Rocha enviava a amigos e pessoas ligadas ao ofício cinematográfico denunciando esse desejo.

Nascido Glauber de Andrade Rocha, em Vitória da Conquista, Bahia, o cineasta foi o maior expoente do revolucionário Cinema Novo e um dos responsáveis pela reinvenção da sétima arte no território nacional.

Crítico, poeta, romancista, ensaísta, cineasta e, acima de tudo, brasileiro; é impossível definir – já que a definição é a prima da limitação – a obra e a personalidade de Glauber, que, segundo o amigo e escritor João Ubaldo Ribeiro, era um vulcão sempre prestes a explodir. Como compreender um artista do quilate de Glauber Rocha? A tarefa é impossível! No entanto, uma das maneira de se mergulhar no mundo e no pensamento do artista é explorar o olhar do cineasta diante do mundo.

É essa a proposta do filme A Vida é Estranha, de Mossa Bildner, um dos mais aguardados na programação do 4º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. O filme é montado através de registros gravados pelo cineasta, com uma Super 8, durante viagem a Essaouira, no Marrocos, acompanhado de Mossa, que era sua namorada a época da aventura. A oportunidade de assistir às imagens, quarenta anos depois, é uma experiência sensorial única, digna dos grandes Festivais de Cinema que acontecem mundo afora.

Invocar a figura anarquista e guerreira de Glauber é importante quando estamos perdidos. Reflexões sobre cinema e sobre o próprio Brasil fazem parte da história desse homem que se definia como um apocalíptico fadado a uma morte prematura, feliz entre a loucura e a solidão de ser um homem a frente de seu tempo. Na época de sua morte, a mãe do cineasta cravou uma frase célebre e romântica que diz muito mais sobre o homem que sobre o mito para definir os motivos (ou as causas) que levaram Glauber a falecer, algo até hoje não definido completamente. Ela disse que “Glauber morreu de Brasil”. Hoje, é possível, com uma certa ousadia, complementar a frase e dizer que sim, Glauber morreu de Brasil, mas o Brasil sobrevive através de seu legado e de sua alma imortal.

Obrigado Glauber, por nos ensinar que o amor está acima de tudo, inclusiva da nossa própria existência. Obrigado Mossa por dividir conosco esse tesouro em forma de filme.

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Tags: A vida é estranhaCinemaCinema NovoCrítica de CinemaGlauber RochaJean-Luc GodardMossa BildnerOlhar de Cinema

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