A atriz Rachel McAdams tem um currículo respeitável para os seus 17 anos de carreira e pelo menos alguns papéis memoráveis para o grande público. Destaque para a rainha da internet Regina George, de Meninas Malvadas, e para a sofredora Ally, de Diários de uma Paixão.
Porém, de uns anos para cá, ela parece ter se especializado em um tipo diferente de personagem secundário: o interesse amoroso/esposa/namorada de algum tipo de viajante do tempo. A cada aproximadamente 2 anos, ela se envolve em um projeto com essa característica em particular. Provo:
O primeiro papel foi em Te Amarei Para Sempre (2009), o mais dramático dos quatro (quatro!). Ela interpreta Claire, a esposa do personagem de Eric Bana, o mais azarado dos nossos heróis, já que é único que não tem controle sobre seus poderes. Isso mesmo, ele pode estar tomando café da manhã com a esposa e sumir por uns tempos para outra década. Inclusive, é em uma dessas viagens que ele conhece ela ainda criança. Um pouquinho creepy? Um pouquinho.
Depois, veio Meia-Noite em Paris (2011), de Woody Allen, e nesse ela é uma personagem bem secundária e não ciente da habilidade do noivo, Owen Wilson, que dá suas voltas de madrugada na Paris dos anos 20. Inez não merece muito tempo da nossa atenção e nem esse filme mediano de Woody Allen que estava em sua fase três-bons-um-ruim.
Ela parece ter se especializado em um tipo diferente de personagem secundário: o interesse amoroso/esposa/namorada de algum tipo de viajante do tempo.
Dois anos depois, claramente já tendo se tornado a garota a ser chamada dada a situação, estrelou o meu favorito particular Questão de Tempo (2013). Aqui é Domhnall Gleeson o felizardo que conquista o coração de Mary meio que trapaceando. É que ele consegue voltar a noite que eles se conheceram e a impedir de se apaixonar por outro. É definitivamente o mais despretensioso dos quatro e o mais divertido (e temos um filme de super-herói na lista!). Também é de longe o que menos busca ter qualquer sentido na explicação de teorias de viagem no tempo, buracos de minhoca e afins. Em defesa deles, esse não é o ponto do filme, assim como não é o romance do casal principal. Duvido não derrubar uma lagriminha.
Por último, e talvez forçando essa barra que é gostar de (tentar) criar uma coerência para o tema, vem Doutor Estranho (2016). [Vamos lá pessoal, o homem tem o poder de voltar no tempo e arrumar as coisas, não tem? Ela é a namorada/ex, não é? Vem comigo nessa.]
Aqui ela é a médica cirurgiã Christine Palmer, o famoso interesse amoroso do herói, com o lado positivo de ajudar a salvá-lo quando necessário e não ser a vítima. O que não quer dizer que eu indique o filme que é só visualmente criativo e teria se beneficiado de menos piadinhas e ter se levado mais a sério. E estou completamento ciente que é um filme sobre um mago do tempo, me deixem em paz, é cinema.
Coincidência? Seria ela uma fã de sci-fi? Filmes de viagem no tempo pagam mais por causa da inflação anual? Parece que nunca saberemos.
Observação: Essa coluna foi inspirada pelas listas criativas (e esquisitamente específicas) dos usuários do Letterboxd.com.
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