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Thiago SKP, Macbeth e nossos inimigos íntimos

porGuylherme Custódio
6 de fevereiro de 2017
em À Margem
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thiago skp

O palhaço que chora. Em seu segundo disco, "Malabarista do Caos", Thiago SKP explora conflitos internos e externos. Foto: Divulgação.

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A imagem é clássica: um anjo em um ombro e um demônio no outro, cada um apresentando argumentos a fim de influenciar o sujeito a fazer o que é do seu interesse.

A alegoria pode também ser melhor trabalhada para representar os nossos conflitos internos como o fez William Shakespeare, demonstrando a contenda que continua sendo explorada de diversas formas, como a usada pelo mc de Itabira (MG), Thiago SKP, que no seu mais recente disco, Malabarista do Caos, traz uma discussão consigo mesmo sobre o que seria certo ou errado.

E se nos dias atuais podemos nos reconhecer diante desses dilemas é porque os personagens literários se tornaram mais reais e próximos de nós, explorando a coexistência do bem e do mal, algo que até então se concentrava apenas nas figuras do herói e do vilão.

Uma das amostras em que isso pode ser encontrado é em Macbeth, personagem shakespeariano que carrega características contraditórias, diferentemente de outros criados pelo mesmo autor, como Ricardo III, que simboliza o mal de todas as formas, inclusive fisicamente, já que o fato de ser corcunda faz com que o seu defeito físico reflita explicitamente as suas falhas de caráter.

Já Macbeth é um herói que tem defeitos, bem como é um vilão que tem qualidades, conflito esse que pode ser encontrado em pessoas reais e é apresentado pelo Mc mineiro na música e videoclipe “Inimigo íntimo Parte II”, em que conversa consigo mesmo sobre diversos temas para chegar a uma conclusão sobre o que é o mais certo a se fazer.

Para explorar esse aspecto, SKP se apresenta como sendo ele mesmo a figura do bem, enquanto dentro dele há outra pessoa dizendo o que deve ser feito.

‘Vacilão tá brisando viajando em ser certinho /
Quando acabar, a gente vai tá sozinho /
Cê’ tem que entender como isso tá funcionando /
Certo é ser errado só que debaixo do pano /
E aquela mina lá que falô que te amava /
Cê’ otário acreditou, enquanto eu falava /
Que era pra curtir noite, suíte, motel /
Quis pagar de anjinho se fudeu foi ser fiel.’

Assim, a canção discute temas como fidelidade, solidariedade e a própria postura no rap, colocando o lado consciente como o responsável por expôr as consequências do que é proposto pelo inimigo íntimo, bem como mostra as bases que o fazem agir da maneira adequada, como a criação familiar.

Naturalmente, o vencedor do conflito que existe no Mc é o seu lado bom, enquanto quem sai “vivo” em Macbeth é o seu lado mau, uma vez que elementos externos também o influenciaram a tomar decisões erradas, como as enigmáticas bruxas, que apresentam um discurso não tão claro e fazem com que Macbeth e o seu, até então, companheiro Banquo interpretem a fala e a presença delas de maneira distinta.

Assim, enquanto Macbeth pede que elas falem mais e se expliquem (“Um momento! Foi pouco, falem mais!… Digam de onde vêm novas tão estranhas, ou porque nos param neste charco desgraçado com saudações proféticas? Me digam!”), Banquo questiona a existência das mesmas (“Mas, falamos de algo que aqui esteve, ou comemos raízes que enlouquecem fazendo o cérebro seu prisioneiro?”).

Mas, enquanto o eu lírico do MC Thiago SKP precisa enfrentar apenas um opositor, Macbeth tem a responsabilidade de se manter firme diante dos questionamentos incutidos pelas bruxas, que são vistas como algo não muito bem definido, e também pela personagem de Lady Macbeth, que representa o destemor, a certeza e a decisão diante daquilo que ela mesma desconhecia.

No entanto, embora haja na peça personagens que influenciam fortemente a figura de Macbeth, só ele é responsável por seus atos, o que faz com que a sua ambição o leve longe demais, da mesma maneira que Thiago SKP apresenta a sua palavra como sendo a definitiva.

Tags: intertextualidadelady macbethLiteraturaMacbethMalabarista do CaosRapRap MineiroRap NacionalShakespeareThiago SKPWilliam Shakespeare

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