• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Colunas Espanto

A realidade sempre interfere nas ficções de horror

porRodolfo Stancki
12 de junho de 2019
em Espanto
A A
Cena do filme "O Silêncio dos Inocentes". Imagem: Reprodução.

Cena do filme "O Silêncio dos Inocentes". Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

O fazendeiro norte-americano Ed Gein é um sujeito bastante conhecido entre pesquisadores e aficionados do horror. O assassino em série foi responsável por pelo menos duas mortes e diversas invasões de túmulos no cemitério de Plainfield, no Wisconsin. Em 1957, foi preso em casa, onde a polícia encontrou pedaços de corpos usados como parte do mobiliário decorativo espalhados pelos cômodos.

A fama com o público não vem só das atrocidades, que chocaram uma geração, mas também do impacto cultural dos crimes, que influenciaram ao menos três grandes clássicos do cinema de gênero. 

Sem Gein, não teríamos Psicose (1960), O Massacre da Serra Elétrica (1974) e O Silêncio dos Inocentes (1991). O matador foi fonte criativa direta e assumida nos respectivos trabalhos de Robert Bloch, Tobe Hooper e Thomas Harris. 

“Quando criança, ouvia histórias sobre um sujeito que fazia abajures com peles de humanos e isso me acompanhou pela vida inteira. Era uma imagem que me assustava tanto que eu tinha que trabalhá-la de alguma forma”, disse Hooper em uma das entrevistas concedidas para a edição de 40 anos de O Massacre da Serra Elétrica.

Como o próprio Tobe Hooper diz ter feito com os relatos que ouvia sobre Ed Gein, os consumidores das narrativas de horror estão sempre se apropriando da realidade para dar sentido a esses enredos.

Pessoalmente, sou bastante convicto de que toda ficção, por mais fantástica que seja, nasce de uma relação que estabelecemos com o mundo que nos cerca. Nos filmes de horror, esse contato entre o real e o imaginado surge de um diálogo direto com nossos medos. Diante de uma notícia de um assassino que usa restos de suas vítimas para fazer ornamentos caseiros, cineastas e escritores materializam seus temores em narrativas de gênero, buscando sentido para aquela irracional realidade.

O caso de Gein está longe de ser o único exemplo adotado pelos contadores de histórias horríficas. O escritor britânico Bram Stoker baseou Drácula, seu personagem mais famoso, em Vlad, o Empalador, um violentíssimo líder romeno que viveu no século XV. Os relatos das experiências com bioeletricidade do médico italiano Luigi Galvani são tidos como fundamentais para que a inglesa Mary Shelley imaginasse a criatura de Frankenstein. Um recorte de uma notícia sobre pessoas que morriam por conta de seus pesadelos foi a fagulha que incendiou a imaginação do cineasta americano Wes Craven e o levou a conceber Freddy Krueger.

Ainda que essas adaptações e interpretações resultem em narrativas profundamente distintas dos acontecimentos originais, cada uma delas poderia ser acompanhada pelos letreiros que avisam o público de que se tratam de tramas baseadas em acontecimentos reais. E elas não estariam mentindo.

Como público, também processamos o que vemos nas telas ou lemos nos livros a partir de nossas próprias experiências e repertórios. Como o próprio Hooper diz ter feito com os relatos que ouvia sobre Ed Gein, os consumidores das narrativas de horror estão sempre se apropriando da realidade para dar sentido a esses enredos. Por vezes, o absurdo de uma cena nos faz rir, mas quando a trama é sombria e próxima daquilo que conhecemos, o resultado pode ser perturbador e traumático.

link para a página do facebook do portal de jornalismo cultural a escotilha

Tags: Cinema de HorrorDráculaEd GeinFrankensteinFreddy KruegerHorrorO Massacre da Serra Elétricao silêncio dos inocentesPsicoserealidade e ficçãoRobert BlochTobe HooperWes Craven

VEJA TAMBÉM

Cena do filme 'Godzilla Minus One'. Imagem: Divulgação.
Espanto

‘Godzilla Minus One’ emociona com a vida e não com a destruição

3 de abril de 2024
Cena do filme 'Somente Deus por Testemunha'. Imagem: Reprodução.
Espanto

‘Somente Deus por Testemunha’ horrorizou sobreviventes do Titanic

16 de fevereiro de 2024

FIQUE POR DENTRO

'O Amigo' foi o primeiro romance de Sigrid Nunez publicado no Brasil. Imagem: Marion Ettlinger / Divulgação.

Em ‘O Amigo’, Sigrid Nunez conecta as dores do luto e do fazer literário

10 de julho de 2025
Michael Cunningham tornou a publicar após anos sem novos livros. Imagem: Richard Phibbs / Reprodução.

Michael Cunningham e a beleza do que sobra

8 de julho de 2025
Roteiro de Joseph Minion foi sua tese na universidade. Imagem: The Geffen Company / Divulgação.

‘Depois de Horas’: o filme “estranho” na filmografia de Martin Scorsese

8 de julho de 2025
O escritor estadunidense Kurt Vonnegut. Imagem: Matthias Rietschel / AP Photo / Reprodução.

‘Um Homem Sem Pátria’: o provocador livro de memórias de Kurt Vonnegut

7 de julho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.