O técnico de efeitos especiais Dennis Muren era apenas um estudante quando realizou seu primeiro filme, o curta-metragem Equinox: Journey into the Supernatural (1967). Ele nem estudava cinema na época. Estava matriculado em um curso de negócios na faculdade de Pasadena, na Califórnia. O projeto juntava algumas paixões: os longas-metragens de Ray Harryhausen, efeitos visuais pirotécnicos e a literatura de H. P. Lovecraft.
O desafio foi enfrentado com o apoio do jovem David W. Allen, que se tornaria uma referência nos efeitos visuais de stop motion, e do ainda pouco experiente Jim Danforth, que tinha sido assistente do cineasta George Pal em A Máquina do Tempo (1960) e As Sete Faces do Dr. Lao (1964). O resultado foi uma narrativa com monstros gigantes de encher os olhos dos produtores de Hollywood.
A trama não era lá grande coisa: quatro amigos vão fazer um piquenique num bosque, onde vive um professor que está desaparecido. O grupo encontra uma caverna, em que um velho lhes entrega um livro, que abre as portas para um mundo repleto de criaturas enormes e demônios.
O grande atrativo de Equinox são os efeitos em stop motion, que renderam elogios até do próprio Harryhausen.
O produtor Jack H. Harris se encantou com o filme. Ele já tinha alguma experiência com fitas baratas de horror, pois havia financiado títulos como A Bolha Assassina (1958) e A Volta ao Mundo Pré-Histórico (1960). Depois de adquirir os direitos de distribuição, ele convocou o técnico de som Jack Woods para escrever e rodar cenas adicionais para um lançamento comercial.
Nascia assim Equinox (1970), fita obscura que abriu caminho para que os talentos de Muren, Allen e Danforth pudessem ser efetivamente apreciados no cinema. O grande atrativo da obra são os efeitos em stop motion, que renderam elogios até do próprio Harryhausen.
O resto se perde um pouco na simplicidade da própria história, que empresta as ideias de saberes proibidos e enlouquecedores de Lovecraft. O fato de o elenco inexperiente atuar de maneira mecânica também não ajuda.
Muren viraria uma referência ao assumir a direção criativa da Industrial Light & Magic, acumulando estatuetas de Oscar de melhores efeitos visuais por filmes como O Parque dos Dinossauros (1994), O Exterminador do Futuro 2 (1992) e O Segredo do Abismo (1990). Danforth e Allen trabalharam em obras menores nas décadas seguintes, mas geralmente com um pé no stop motion e, não raro, dando vida a monstros gigantes.
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