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Estamos assombrados por imagens e narrativas sem sentido

Coluna discute como os filmes de horror refletem a desconexão de parte da nossa sociedade com o mundo real.

porRodolfo Stancki
27 de novembro de 2019
em Espanto
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Estamos assombrados por imagens e narrativas sem sentido

Imagem: Reprodução.

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Alguns dias atrás terminei de ler o livro Tudo o que você precisou desaprender para virar um idiota(2019), assinado pelos jornalistas responsáveis pelo canal Meteoro Brasil, do YouTube. A obra é basicamente uma mini-enciclopédia das fake news mais famosas que pautaram o debate político, social e cultural brasileiro nos últimos meses.

Surpreende um pouco o fato de que as informações falsas apresentadas pelos autores evidenciam uma completa perda de sentido da realidade. Estamos vivendo um momento em que o conceito de real se tornou maleável, pronto para ser distorcido a partir do interesse político, religioso ou moral das pessoas.

Nesta conjuntura, em que o mundo se tornou um lugar de fatos incoerente, não deixa de ser curioso perceber que o cinema de horror têm se apropriado desta insensatez para construir imagens e enredos provocadores. Muitos deles sem qualquer preocupação com a coerência narrativa.

Como nos tornamos uma sociedade que não sabe mais entender a própria realidade?

Há algumas semanas chegou à Netflix o filme Contato Visceral (2019), de Babak Anvari. O longa-metragem conta a história de um sujeito, vivido por Armie Hammer, que encontra um telefone no bar em que trabalha. Quando chega em casa, ele desbloqueia o aparelho e vê algumas fotos perturbadoras – que nunca descobrimos exatamente quais são. Depois, disso, começa a ser assombrado por essas visões, delirando sem saber o que é real ou não.

Em muitos aspectos, a produção dialoga com a sensação de ler o livro do Meteoro Brasil, que nos mostra como é fácil perder o sentido do cotidiano e ser pautado por delírios. Na obra de Anvari, o protagonista começa a tomar decisões baseadas nas imagens que aparecem na tela, o que eventualmente o leva a um caminho de auto-destruição.

Uma das obras mais importantes do gênero neste 2019 talvez seja Nós, de Jordan Peele. O filme, que funciona como um tratado político visual, discute separação de classes sociais, capitalismo e exploração das camadas mais pobres por meio de alegorias. A trama, em si, é como um telejornal das últimas semanas – um emaranhado de situações que, juntas, são compostas por furos mal explicados. O que vale é a mensagem de que a nossa sociedade está bastante doente e carece de mudanças.

Em Nós, Peele coloca um grupo de marginalizados vivendo sem qualquer tipo de propósito num submundo subterrâneo. Esses personagens são clones de pessoas que vivem na superfície, criados para serem esquecidos aos pés dos ricos e bem-vividos. Na ausência de um tratamento adequado, eles se revoltam e matam seus semelhantes, que nem sabiam que ali havia um grupo de excluídos.

As vítimas dessa revolução caótica assistem à tomada de poder pela televisão, sem entender o que está acontecendo. Perplexos, os comentaristas do noticiário fictício criado por Peele tentam dar sentido ao que veem, mas é tudo tão insano que lhes faltam palavras.

A comparação com o Tudo o que você precisou desaprender para virar um idiota é forçada, mas inevitável aqui. Nosso dia a dia foi tomado por informações e imagens sem senso de realidade. Quando olhamos para filmes de horror como Nós ou Contato Visceral, encontramos uma representação de personagens incrédulos com o absurdo daquilo que veem. Como nos tornamos uma sociedade que não sabe mais entender a própria realidade? Só o tempo dirá.

Tags: alegorias sociaisCinema de HorrorContato Visceralfake newsJordan Peele. Tudo o que você precisou desaprender para virar um idiotaMeteoro BrasilNósUs

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