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No horror, nossa realidade pode ser mais assustadora do que a ficção

Coluna debate narrativas de filmes que discutem o trauma, o luto e a violência do nosso cotidiano para dar gravidade a uma ficção fantástica de horror.

porRodolfo Stancki
14 de março de 2018
em Espanto
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No horror, nossa realidade pode ser mais assustadora do que a ficção

Imagem: Reprodução.

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Atenção: este texto contém spoilers dos filmes A Vila, Fragmentado, Sinais e Abismo do Medo.

Depois que o pai foi assassinado após uma discussão envolvendo dinheiro, o personagem de William Hurt, em A Vila (2004), sugere a criação de uma comunidade isolada, longe da violência dos centros urbanos. Para manter o controle do vilarejo, que não teria qualquer tecnologia posterior ao século XIX, ele forjou a existência de monstros, que ameaçariam os moradores que tentassem deixar o local.

Na narrativa de M. Night Shyamalan, o mundo real pode ser muito mais assustador do que a fantasia. Em Fragmentado (2017), a sugestão do trauma da jovem interpretada por Anya Taylor-Joy é mais brutal do que assistir à Besta devorar os intestinos de adolescentes. A revelação do envenenamento da menina vivida por Mischa Barton é mais desconfortante do que a própria aparição do fantasma dela em O Sexto Sentido (1999).

Como o monstro é uma fuga do que evitamos ver em nossa sociedade, o drama realista dos personagens nos lembra do quanto a violência, o luto e o trauma podem ser devastadores.

O horror é um gênero que nos faz pensar sobre o medo. De vez em quando, até conseguimos experimentá-lo, emulando emoções que os personagens sentem nas histórias. Não raro, porém, esse tipo de narrativa nos conduz a comparar os horrores do cotidiano com o que é criado pela fantasia.

Noel Carroll comenta que há dois tipos de horror. Um, natural, baseado na nossa experiência material com a realidade, quando ficamos horrorizados com um acidente de carro ou um relato de uma chacina. O outro, artístico, aparece quando diante de um filme ou de um livro (leia mais).

Frequentemente esses dois tipos de vivências do horror se encontram no cinema para fins dramáticos. Os títulos citados de Shyamalan são exemplos disso. O longa-metragem Abismo do Medo (2005) também. Dirigida por Neil Marshall, a produção acompanha uma mulher que perde o marido e a filha em um acidente de carro. As cicatrizes da tragédia a perseguem quando vai explorar um sistema de cavernas em que vivem humanoides canibais. O luto vira um embaraço, que a impede de sobreviver.

Às vezes, o monstro está nos enredos do horror apenas para levar os personagens a superar os próprios traumas. Nesses casos, a ameaça vira terapia. É o que ocorre em O Babadook (2014), no qual a criatura ajuda mãe e filho a superar o luto da morte do pai, apesar de tentar matá-los em vários momentos do enredo. Os alienígenas de Sinais (2003) têm um efeito parecido na dor do pastor vivido por Mel Gibson, que perdeu a mulher em um acidente de carro.

No recente O Ritual (2017), um grupo de amigos viaja para os alpes suíços para homenagear um colega, assassinado em um assalto a uma loja de bebidas. O personagem de Rafe Spall assistiu ao crime, em inércia por causa do medo. Durante a viagem, a expedição entra em uma floresta, habitada por uma estranha criatura capaz de provocar alucinações. Os delírios do protagonista reconstituem o trauma, estimulando uma paralisia que precisa ser superada. Em nenhum momento ele parece temer tanto o monstro quanto teme a própria culpa pela morte de seu companheiro.

Ao reproduzir com mais intensidade o horrível que vivenciamos nos nossos cotidianos em tramas fantásticas, o horror está passando uma mensagem ao público: nada será tão assustador ou devastador quanto o que acontece nas nossas vidas. Como o monstro é uma fantasia, uma fuga dos horrores da nossa sociedade, o drama realista dos personagens nos lembra do quanto a violência, o luto e o trauma podem ser devastadores. Dentro e fora da ficção.

Tags: A VilaAbismo do MedoCinemaCinema de HorrorFragmentadoHorrorNoel CarrollO RitualSinais

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