Hoje em dia a gente procura tudo na internet, não é?! Pois não é diferente depois que os adoráveis filhotes embarcam nas nossas vidas: tudo é motivo para usar a caixinha branca e retangular do famoso buscador, principalmente nas primeiras semanas, quando tudo é novidade.
Assim como quando se trata de qualquer assunto, na internet se acha de tudo, TUDO, eu disse: TUDO que você imaginar sobre ter filhos. Fóruns absurdos, dicas bizarras, costumes antigos. Não é fácil separar o joio do trigo, principalmente num daqueles momentos desesperadores se você não sabe se o cocô verde é normal, são 3 horas da manhã e não tem ninguém experiente o suficiente disponível para responder.
É claro que além da internet, em geral os pais contam com uma rede de amigos e familiares, super importante para obter informação/conhecimento sobre as pequenas criaturas. Mas convenhamos que às vezes você quer descobrir por si mesmo; sentiu que aquele conselho da tia parece estar meio desatualizado; ou sabe mesmo que o palpite que te deram é uma crendice besta qualquer e não merece atenção.
Ao longo das primeiras semanas já dá para perceber quais são os endereços mais confiáveis e quais podem te confundir mais ainda.
A internet é aliada, mas ao mesmo tempo expõe que há mil jeitos de criar os filhos. Há “linhas” que são seguidas e seus defensores irremediáveis. Parece que se apegar demais a um “tipo” de criação pode transformar a aliada em inimiga, pois a (auto)cobrança é parceira perene de quem cuida de uma criança. Sou adepta do meio termo: você faz o máximo que dá, se esforça muito, busca sempre o melhor. Mas também não dá pra sofrer demasiadamente se um belo dia seu filho sair do horário da rotina ou comer uma fritura (é triste quando chega esse dia, mas aprendemos a duras penas que é melhor seguir em frente do que se lamentar).
Ao longo das primeiras semanas já dá para perceber quais são os endereços mais confiáveis e quais podem te confundir mais ainda. Assim como alguns livros foram importantes nessa jornada, há alguns links pelos quais boto a mão no fogo e já me ajudaram muito na trajetória maternal:
Cientista que Virou Mãe: O blog pessoal virou uma plataforma de divulgação de conteúdo relacionado à maternidade e à criação dos filhos, com múltiplas autoras. Todos os textos são escritos por mulheres e mães e são publicados com base no financiamento coletivo. Tem muita informação interessante, de qualidade e, principalmente, que nos leva a refletir sobre o papel dos pais, dos filhos, das crianças na sociedade. São textos densos, muito bem referenciados e que nos dão um olhar global sobre a questão da maternidade.
Paizinho, Vírgula: Blog escrito por um homem! Sim, isso é raridade quando o assunto são os filhos. Estamos em 2016 e esse ainda é um assunto prioritariamente feminino… Mas voltando ao blog: o autor é adepto da “criação com apego”, tradução livre para o termo em inglês “attachment parenting”, que inclui amamentação prolongada, colo, cama compartilhada, muita conversa e carinho como formas de obter um forte vínculo emocional com a criança. Tenho minhas ressalvas com relação a algumas ideias defendidas por esse povo, mas minha vivência na maternidade já me permite uma afirmação categórica: quanto menos a criança chora, menos chora. Ou seja: deixar chorar não está com nada e isso significa que você tem sim que atender as necessidades da criança, principalmente das bem pequenas, que mal entendem que são seres vivos separados da sua mãe. O blog Paizinho, Vírgula tem textos e vídeos falando como lidar com birras, como conversar com crianças, o que esperar do comportamento infantil, entre vários outros assuntos bacanas.
Infância Livre de Consumismo: O MILC (Movimento Infância Livre do Consumismo) reúne pais e mães preocupados com a questão mercadológica que envolve a infância. Não é preciso pensar muito para perceber que há uma infinidade de produtos voltados para as crianças e que esse público é muito vulnerável; cede facilmente aos encantos da publicidade. O grupo mantém ativa presença online e com seus textos e postagens nos ajudar a refinar o olhar para tanta coisa aparentemente ingênua que na verdade é assustadora, como: o fato de a sociedade de pediatria ser financiada por uma empresa que produz leite artificial (gerando índices alarmantes de desmame precoce); ou a embalagem dos alimentos menos nutritivos e mais cheios de açúcar poderem ter brinquedos como brinde ou desenhos de personagens dos desenhos infantis; ou ainda, o quanto a publicidade infantil é abusiva.
Montessori Aqui em Casa: Maria Montessori foi uma médica e professora italiana que escreveu importantes livros sobre educação, ainda no início do século passado. Em uma época em que a infância não importava, Montessori lançou mão de diversas teorias sobre a importância da autonomia da criança e o quanto o papel do cuidador/educador estava envolvido nessa conquista. O blog Montessori Aqui em Casa trata dos ajustes e das conquistas de uma família com dois filhos que tenta colocar em prática os ensinamentos da italiana. É um dos poucos endereços que trata do “método” Montessori em português.
Tempo Junto: A atividade parental não é fácil, hein?! Não é só ligar a tevê no primeiro desenho animado que encontrar e esperar que as coisas se resolvam sozinhas (se bem que… nos sábados chuvosos parece que é isso mesmo, risos). Além de paciência e perseverança, descobri que eu mesma precisava aprender como lidar com uma criança, voltar a brincar, como passar tempo com ela sem que o tédio seja predominante (um pouco de tédio sempre vai ter, acho até positivo), fazendo brincadeiras interessantes e que somem – em conhecimento – para a pequena criatura. O Tempo Junto reúne uma infinidade de dicas, listas, sugestões e receitas para entreter adultos e crianças.
*** Vale a menção: a página no Facebook Pediatra Integral e o grupo fechado Grupo Virtual de Amamentação são riquíssimos em informação técnica de qualidade e valem a recomendação.