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Home Colunas Maternamente

Uma sessão de terapia sem fim

Ter filhos te dá chance de ampliar a visão de mundo; todos os dias são como uma longa terapia.

Taiana Bubniak por Taiana Bubniak
24 de março de 2017
em Maternamente
A A
Uma sessão de terapia sem fim

Imagem: Reprodução.

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Confesso: já fui dessas pessoas que lamenta a viagem no ônibus interestadual ao lado de uma criança. Agora, quase dois anos depois de ser mãe, já não reconheço mais aquela jovem – imatura, que confundia egoísmo com liberdade – e, ainda bem, adquiri a capacidade de ter mais empatia com os outros, sejam eles quem forem, inclusive com as crianças (as fofas e as pestinhas também).

A maternidade me tornou capaz de olhar o mundo com um novo ângulo. As situações cotidianas, as tarefas elementares, os perrengues. Todo dia com uma criança pequena oferece a oportunidade de revisar alguns conceitos, preconceitos e as “velhas opiniões formadas sobre tudo”.

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Em linhas gerais, dá para fazer a seguinte analogia: é como se estivéssemos em uma longa sessão de análise; só que em vez de deitados no divã, estamos nos dividindo em mil para fazer tudo que é preciso e não deixar nenhum prato deixar de girar, como na antiga atração circense.

Eles repetem muito do que fazemos e é esclarecedor e assustador ter um espelho tão nítido dos nossos próprios defeitos.

Minha filha, que sempre foi boa de garfo, passou dois dias sem comer. E então eu entendi o desespero que leva pais a oferecerem bolacha recheada para substituir o almoço.

Eu sempre levantei a bandeira da independência das crianças até ter uma bem miúda nos braços e puxar o berço para o lado da minha cama e deixar lá por um bom tempo.

Eu nunca ia deixar minha filha na frente da tevê até estar a 15 minutos do fim do prazo de um trabalho e ela com muita energia para gastar.

Eu achava que a criança chorando e fazendo manha era evitável, mas não é. Eu jamais trocaria um interesse pessoal até ter filhos e perceber que o que elencamos como prioridades, em geral, são coisas facilmente reagendáveis ou até dispensáveis.

É um constante exercício de observação do entorno, de racionalização dos acontecimentos, de prestar atenção nas filigranas do cotidiano, para entender qual é o melhor modo de agir que inclua respeito aos pequenos indivíduos e a si mesmo. Você se vê nas crianças e reaprende mais sobre si mesmo.

Revi Boyhood (2014) dia desses e só então percebi que esse novo olhar, essa capacidade de reinterpretar as coisas se estende e chega até ao que consumimos. Quanta coisa já devo ter deixado passar em livros e filmes!

Quando assisti ao filme pela primeira vez, no ano do lançamento, achei interessante, mas o esquema da produção (as filmagens duraram 12 anos) me chamou mais atenção do que o roteiro (perdão, críticos do cinema). Agora, com o olhar e a cabeça de mãe, pude perceber a riqueza do filme e não contive lágrimas ao perceber que o velho e repetidíssimo clichê sobre a inevitável semelhança entre pais e filhos é a mais pura verdade.

Entre choros, trocas de fralda e preparar a lancheira da escola, às vezes, o tempo parece parar e não parece haver conexão entre uma grande lição de vida e o futuro dos filhos. Mas na verdade, assim como Mason, personagem principal do filme, se transforma de uma cena para outra, é num piscar de olhos que os filhos crescem: vão por em prática todos os ensinamentos que vivencia e repetir aquilo que mais veem.

O guri reivindica a vida própria, a independência, sem a “intromissão” da mãe, de cuidadores, da escola. Quer pensar e agir por si próprio. Desde que os filhos são bem pequenos, convivemos com esse dilema do cuidado dos pais versus conviver em sociedade. E é no jeito que os filhos agem com os outros que conseguimos avaliar como é o cuidado que temos com eles. Eles repetem muito do que fazemos e é esclarecedor e assustador ter um espelho tão nítido dos nossos próprios defeitos.

Na história do filme, Mason adquire a esperada liberdade. Mas tenho certeza que, se o roteiro tivesse uma continuação, não levaria muito tempo para ele perceber o quão parecido com os pais se tornou. Isso não é necessariamente ruim, mas é significativo, pois apresenta a inegável influência que as vivências da infância têm na adolescência e juventude.

O filme, que trata de gente comum, vivendo as coisas da vida também com gente comum, revela a beleza do ordinário. Ter filhos é feito de rotina, de trabalho árduo e não de grandes ocasiões. Mas a pequeneza das tarefas diárias tem o propósito e terá o resultado mais nobre possível: criar novos seres humanos para conviver com o mundo e recriar a si mesmo para tentar ser melhor.

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Tags: BoyhoodCinemacriação dos filhoscultura e maternidadecultura e paternidadefilhosinfânciamaternidadepaternidadeTerapia
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