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Home Colunas Maternamente

Você não é o pai do ano

Taiana Bubniak por Taiana Bubniak
12 de agosto de 2016
em Maternamente
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Pais: estendam as mãos para os filhos. (Foto: Reprodução/Governo Pernambuco).

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Vitrines cheias de bigodes, charutos, lenços e camisas, pais lendo jornal (quanto originalidade…) e, ao fundo, uma música sentimental qualquer. Assim como no dia das mães, o dos pais é data que conta com investimentos massivos em publicidade. Aí esse mix de propagandas em demasia e mensagens bonitinhas, mas ordinárias… não me deixa outra saída: é preciso problematizar.

Na nossa sociedade se conformou, ao longo dos anos, que é a mãe que cuida dos filhos que faz junto com o pai. A mãe é responsável por gestar, parir e amamentar (ok, essas tarefas são inalienáveis). Acontece que todas as outras que vem em seguida também ficaram sob responsabilidade das mulheres: fazer arrotar, dar comida, dar banho, trocar fralda, vestir, desvestir, fazer dormir, acordar, brincar, distrair, educar, brigar, cantar canções de ninar, ensinar a arrumar o armário, ensinar que não pode puxar cabelo, morder, gritar.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

E assim, nem era por maldade propriamente dita (sou compreensiva). É mais porque as práticas culturais (machistas e patriarcais), ao longo da conformação da sociedade como conhecemos, nos levaram a esse cenário. Nos últimos anos, vê-se uma movimentação, tanto de mulheres – que viram o quanto estavam sobrecarregadas por algo que não era de responsabilidade exclusiva delas – quanto de alguns pais – que se deram conta que precisam participar ativamente da vida dos filhos – para diminuir esse déficit de participação parental.

É a chamada paternidade ativa, expressão que está em alta. Se eu acho isso bom? Acho ótimo. Tem pais realmente preocupados em ocupar seu espaço na casa e no coração dos filhos, garantir a divisão igualitária de tarefas, participar da educação dos filhos. Esses pais entenderam que não basta ser o “provedor financeiro” da casa, que esta não é sua única função. Por dois motivos: a) as mulheres trabalham e ganham seu próprio dinheiro; b) este papel é ridículo pois transfere toda a importância de carinho e atenção para o dinheiro.

Um pai que assumiu esse papel e fala sobre isso na internet é o Thiago Queiroz, criador do blog Paizinho Vírgula . Ele, por exemplo, atua politicamente nesse sentido. Aliás, dá uma olhada lá nos textos e nos vídeos dele, são bem bacanas.

Acontece que essa movimentação (que é bem recente mesmo e é bem pontual, está longe de ser unanimidade) acabou gerando um efeito perverso. Pais tem que participar? Sim. Mas os pais que participam minimamente acabam ganhando louros, prêmios e elogios, como se para ser mãe você seguisse apenas uma obrigação e para ser pai ativo você estaria tendo um grande ato de coragem. Ser pai presente e ativo é obrigação também. Os pais fazem o mínimo, ficam “na média” e acham que já fizeram o suficiente ou que “já tá bom”, contentando-se com o papel de coadjuvante.

Coleção "Pai na Média", de Thaiz Leão, a Mãe Solo.
Coleção “Pai na Média”, de Thaiz Leão, a Mãe Solo.

Pais tem que participar? Sim. Mas os pais que participam minimamente acabam ganhando louros, prêmios e elogios, como se para ser mãe você seguisse apenas uma obrigação e para ser pai ativo você estaria tendo um grande ato de coragem.

Esse efeito perverso também não acontece por mal, propriamente dito. É um resquício ainda forte da nossa criação, que ainda é machista e patriarcal. O pai dos meus filhos – embora reconheça que lute contra a sua própria natureza – participa ativamente da vida dos filhos. Dá banho, troca fraldas, etc etc. Já escutei diversas vezes: “mas ele é um paizão!” ou a terrível variante: “mas que sorte você tem, ele é ótimo pai”. Acontece que eu faço as mesmas tarefas (além de ter feito as inalienáveis) e nunca recebi elogio algum por isso.

Antes que você me acuse de ser carente ou de querer receber congratulações por ciúme: quero, na verdade, que a figura paterna seja efetiva. Que os homens – e a sociedade – entendam que não fazem mais que a sua obrigação quando assumem os filhos, quando se responsabilizam por eles e pela casa onde moram (sim, ainda são as mulheres que lavam a louça, a roupa e o chão, na maioria das vezes). Quando pagam a pensão; quando buscam a criança doente na escola; quando assumem a guarda compartilhada; quando passam a noite cuidando do bebê; quando ficam com a cria no colo; quando cozinham com os filhos agarrados nas pernas; quando tem que deixar de fazer uma atividade que gostaria muito para prestar atenção nos filhos. Quando fazem tudo isso e o que mais vier: não é mais que a sua obrigação.

Que os homens – e a sociedade – entendam que fazer um pouco só não adianta nada. Que eles não precisam imitar as mães ou virar ~pães~ (expressam que une as palavras pai e mãe): eles precisam assumir seu papel integralmente, sem preguiça, sem desculpa. Se você, pai, um dia viu a mãe dos seus filhos fazendo algo e pensou: “mas só ela sabe fazer… eu não sei”. Que tal aprender? Você sabia usar um smartphone em 2007? Você sabia jogar Pokemon Go há um mês? Então dar banho no filho, trocar fralda, vestir, brincar, ensinar, dar comida: também é questão de querer aprender.

Pais precisam ser protagonistas e isso não significa disputar com as mães, apenas dividir com elas as tarefas necessárias. Até que um dia a expressão “amor de pai” – assim como é atualmente a locução “amor de mãe” – signifique a dedicação, a entrega e a responsabilidade que um filho merece.

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Tags: Criaçãodia dos paisfeminismofilhosmãepaipaternidade ativa
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