Entre os dias 18 de julho e 30 de setembro, o Memorial de Curitiba, localizado no Centro Histórico da cidade, abriga a exposição Vultos, Fissuras, Clareiras, de Tomie Ohtake, artista nipo-brasileira que há décadas possui enorme projeção.
Pinturas, gravuras e esculturas da artista compõem a exposição, todas seguindo sua lógica de trabalho e produção visual, tendendo para a produção abstrata, vertente que passou a guiar as obras de Tomie a partir da década de 60.
No Memorial, mais de 40 anos de trabalho de Tomie Ohtake estão expostos. Dos primeiros, produzidos na década de 70, até os últimos, é possível penetrar na linguagem da arte que não viu limites nos formas, planos e texturas.
A exposição se coloca como um testemunho de que a produção da artista é permeada por descoberta, pesquisa, amadurecimento.
Os curadores Carolina de Angelis e Paulo Miyada apontam para a tensão que existe no trabalho de Ohtake através das relações entre figura, fundo, textura, cor, formas, espaço, ritmo. Ao mesmo tempo que os limites entre cada elemento parecem bem demarcados, eles parecem se diluir quando se analisa o trabalho como um todo, fazendo de cada obra um organismo que interage constantemente com o olhar e com o corpo.
Os curadores Carolina de Angelis e Paulo Miyada apontam para a tensão que existe no trabalho de Ohtake através das relações entre figura, fundo, textura, cor, formas, espaço, ritmo.
Como dito na descrição do evento, “as obras que integram ‘Tomie Ohtake: vultos, fissuras e clareiras’ são exemplares dessa ideia de que a obra – sejam pinturas, gravuras ou até mesmo as esculturas tubulares de cor branca – da artista visa sempre determinada permeabilidade, como se houvesse um movimento de interpenetração entre os elementos compositivos, que estão a todo momento e de diferentes maneiras abrindo frestas, veios, fissurando a si com o objetivo de expansão.”
Tomie Ohtake e Curitiba
Curitiba já conhece, literalmente, o peso do trabalho da artista nipo-brasileira há muitos anos. Em 1996, ela inaugurou uma escultura de 11 metros de altura próximo ao bosque do Museu Municipal de Arte, no bairro Portão. Na ocasião, o trabalho foi fruto das celebrações do centanário da amizade Brasil-Japão.
Desde o começo da década de 1970, os trabalhos da artista integram o acervo público da cidade. Durante o amadurecimento de sua produção abstrata, Tomie Ohtake participou de edições do Salão Paranaense de Belas Artes e, em 1970, ganhou o Prêmio Aquisição com uma serigrafia.
Já em julho de 2018, comemorando 110 anos da imigração japonesa no Brasil, uma nova escultura pública de Tomie Ohtake foi inaugurada em Curitiba, na Praça do Japão. Segundo comunicado oficial, a própria exposição no Memorial surgiu como comemoração ao aniversário da imigração.
Acima de tudo, as 29 obras da mostra Vultos, Fissuras, Clareiras são oportunidades para lembrar que Ohtake não é apenas a “dama das artes plásticas brasileiras”, mas um dos maiores nomes das artes plásticas brasileira e latino-americana.
SERVIÇO | Tomie Ohtake em Curitiba: ‘Vultos, Fissuras, Clareiras’.
Onde: Memorial de Curitiba | R. Dr. Claudino dos Santos, 79 – São Francisco, Curitiba/PR;
Quando: De 18 de julho a 30 de setembro;
Quanto: Gratuito.