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Home Crônicas Helena Perdiz

Em 2018, não seja filha da puta

porHelena Perdiz
18 de janeiro de 2018
em Helena Perdiz
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Em 2018 não seja filha da puta

Foto: Blog das PPPs.

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Menos carboidratos, mais viagens, pagar os boletos em dia e aprender a falar mandarim. As metas de Ano Novo costumam ser assim, mas eu tenho aqui uma que é muito mais fácil de ser atingida e que ainda pode beneficiar um monte de gente: não ser filha da puta.

Quando você escolhe não ser uma pessoa filha da puta, além de se tornar um ser humano melhor e poder se sentir bem com isso, você melhora a vida de pessoas que às vezes você nem conhece – acredite, isso é ótimo, mesmo que não dê pra colocar como trabalho voluntário no currículo. Já fiz e recomendo.

Dá pra começar devagar. Você pode responder “ok” quando o garçom se desculpar por trazer o lanche com picles. Você pediu sem picles, você odeia picles, você tem nojo de picles, você quer que todos os picles do mundo explodam, mas você não vai morrer por ter que esperar o lanche certo. Ele traz outro, está tudo bem. Não precisa chamar o gerente, ligar no Procon e fazer abaixo-assinado para que o cara seja demitido. Nem gritar até ficar com aquela veia horrorosa saltada na testa (ninguém é obrigado a ver sua veia horrorosa). Ele errou, às vezes você erra também.

Quando fizer merda você pode, por exemplo, assumir.

Sabe aquela mensagem que chegou e ensinaram pra você que não pode responder na hora, porque você precisa mostrar que não se importa tanto, que está por cima, que é o fodão do pedaço? Você pode responder logo essa porra! E de um jeito legal, como você é, não precisa ser frio. A pobre pessoa está até com dor de barriga do outro lado, esperando ansiosa, e você aí fazendo graça à toa – e, olha, sinto muito informar, mas você nem é o fodão do pedaço. Ninguém é.

Quando fizer merda você pode, por exemplo, assumir. Parece difícil, mas com esforço a gente consegue resolver sem jogar a culpa no outro. Não precisa se controlar, pode deixar o desespero tomar conta do corpinho, mandar um “caralho, fui eu, puta que pariu!” e colocar as duas mãos na cabeça, com lágrimas nos olhos. Você tem esse direito. Mas não precisa falar que foi o fulano se não foi o fulano. Coitado do fulano, ele tem as próprias merdas pra assumir, vai ter que assumir as suas também?

Se o troco vier errado, você pode devolver. Se você conta o dinheiro e tem mais do que deveria, mas guarda na sua carteira, a única coisa que ganha com isso é a proximidade de caráter com os políticos desonestos que você vive reclamando nas redes sociais. Aquele dinheiro não é seu, jovem. Não importa se são dez centavos – o operador de caixa vai ter um desconto desse valor no salário dele e não vai poder comprar aquele Bubballoo de uva que ficou com vontade. Quem é você para impedir o chiclete alheio?

Você pode deixar o outro falar. O que você viveu até pode ter sido muito melhor, mas não precisa cortar a onda de quem está contando uma experiência pra mostrar que a sua, sim, valeu a pena. O outro nadou de cueca no Rio Tietê e você mergulhou com roupa de látex no Mar Vermelho mas, no fim, é tudo água. E ficou todo mundo feliz.

Existem tantos exemplos sobre como não ser uma pessoa filha da puta que fica até difícil lembrar. Mas, eu juro: dá pra identificar as situações no dia a dia e tomar a decisão certa. E é tanta situação, que se você fizer um esforcinho, 2018 pode ser o ano que você mais vai cumprir metas em toda a vida – vem, Guinness Book!

Sobre o que fazer quando outra pessoa for filha da puta com você neste ano? Essa parte eu ainda não aprendi. Mas o link deste texto pode ajudar. Quem sabe?

Tags: ano novoCrônicaExemploFilha da putaGuinness BookMetasPicles

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