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Home Crônicas Helena Perdiz

O amor e o trânsito

porHelena Perdiz
4 de junho de 2015
em Helena Perdiz
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Imagem: DeviantArt.

Imagem: DeviantArt.

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Vai pedir alguém em namoro? Em casamento? Vai chamar pra juntar as escovas de dente? Vai mandar mensagem pro amiguinho falando que ele é seu BFF (Best Friend Forever, numa linguagem jovem atualíssima)? Vai incluir um ente querido no seu testamento? Calma. Muita calma. Antes de decidir colocar alguém na sua vida para sempre, você precisa fazer o teste do trânsito.

Vocês dois já andaram de carro juntos, certamente. Mas você ainda não parou para analisar fria e minuciosamente esse momento, reparar em cada movimento, em cada palavra, em cada olhar, em cada “tá indo tirar a mãe da zona?”. Você acha que já conhece bem essa pessoa mas, não, meu caro, você não a conhece. Porque nós só sabemos mesmo quem as pessoas são quando somos apresentados ao seu pior. E nada melhor para revelar o pior de alguém do que a situação mais estressante segundo dez entre dez dentistas: o trânsito.

É só jogar o cidadão na rua em horário de pico para ver a mágica acontecer. Nessa hora, você conhece um ser que habita aquele corpo e que você ainda não havia contado com a oportunidade de ver de perto. É uma espécie de horóscopo individual – observando o que cada um faz ali, você consegue concluir sobre sua personalidade e prever seu futuro comportamento em outro momento de estresse.

“Porque nós só sabemos mesmo quem as pessoas são quando somos apresentados ao seu pior.”

A pessoa buzina no congestionamento? Impaciente. Faz o tipo que reclama enquanto espera. Você nunca ficou ao lado dela por duas horas numa fila de banco mas, acredite: é torturante; ela anda devagar o tempo todo? Insegura. Gente assim costuma deixar a lentidão no asfalto, porque na hora de mudar de opinião é bem rapidinha; anda rápido o tempo todo? Inconsequente. Faz o que quer, quando quer, do jeito que quer; corta pelo acostamento e muda de faixa sem dar seta? Egoísta. Se ela só enxerga a si mesma no trânsito, situação em que (teoricamente) ela deveria estar atenta, imagine como é fora do carro; mostra o dedo do meio para quem reclama, mesmo quando é ela que está errada? Mimada. Quando era criança, mostrava a língua. Tornou-se uma adulta com sérias dificuldades para ouvir “não”; desce do carro para xingar quem tenha feito cagada? Explosiva. Um dia, ainda vai gritar com você; estaciona em vaga de idoso ou deficiente, mesmo não se enquadrando em nada disso? Filha da puta. Não merece nem uma descrição mais longa.

O teste do trânsito vai fazer com que você abra os olhos antes de tomar uma grande decisão. E se, após ser apresentado a esses defeitos, você continuar gostando muito daquela pessoa, não precisa ter medo de dar um passo a mais na relação: é amor de verdade, mesmo que ela seja um tanto babaca.

Tags: AmorCrônicaestressetrânsito

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