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Home Crônicas Henrique Fendrich

O dia em que arrombei um banco

porHenrique Fendrich
14 de junho de 2017
em Henrique Fendrich
A A
o dia em que arrombei um banco

Os irmãos metralha. Ilustração: Carl Barks/Reprodução.

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Sabe aquele momento que você entra numa agência bancária de madrugada para sacar dinheiro e dispara o alarme? Quem nunca? Acontece com todo mundo, não é? Para mim foi há coisa de sete anos, logo nos primeiros meses que passei em Brasília. Devia ser pelas quatro horas da manhã, horário em que, pelo menos lá em Brasília, os bancos não costumam estar funcionando. Mas eu precisava de dinheiro, precisava desesperadamente de um pouco de dinheiro para pagar um taxista (é uma longa e emocionante história). Estávamos rodando já há algum tempo em busca de um caixa eletrônico, até que encontramos aquela agência. Saí do carro e caminhei até lá, um tanto nervoso, é verdade, era a primeira vez que arrombava um banco. A verdade é que nem foi preciso dinamite, eu simplesmente apertei o botão para a porta abrir e ela abriu. E, no que ela abriu, disparou o bendito alarme.

A minha reação, é claro, foi de certa incredulidade, mas não tanta como seria de se imaginar. Na verdade, aquela noite já estava tão cheia de acontecimentos extraordinários que era até natural que disparasse o alarme do banco em que eu quis entrar. Botei as mãos na cintura e fiquei esperando que homenzinhos de preto começassem a sair de todos os cantos para me prender. Eu só achava meio chato ter que voltar à delegacia, eu que estava vindo justamente de lá (eu falei que a história era longa). Mas como não aparecia ninguém, fiz um gesto para as câmeras que, claramente, queria dizer “o que é que eu posso fazer?” e me dirigi ao caixa eletrônico. O diabo é que não há como sacar dinheiro antes das seis da manhã, não tem jeito, a máquina não libera. Decepcionado, sai então da agência, bem calmamente, o alarme lá ainda, apitando.

A verdade é que nem foi preciso dinamite, eu simplesmente apertei o botão para a porta abrir e ela abriu.

Voltei então ao taxista: “Nada feito”. Era o meu taxista um homem bastante compreensivo, principalmente porque o taxímetro continuava rodando (bandeira 2). Mas ele intuía os apuros pelos quais eu vinha passando naquela noite e prometeu um desconto. Não era um do Uber, há sete anos não tinha Uber, era daquelas companhias com número de telefone fácil, justamente para que pessoas como eu pudessem se lembrar. E olha, para eu chamar um táxi, era porque a coisa estava muito feia para o meu lado. Basta dizer que eu não tinha onde passar aquela noite. A história é a seguinte, eu dividia um quarto de pensão com um sujeito que foi acusado de roubo pelos outros moradores. Foi todo mundo para a delegacia e eu é que não voltaria a dormir naquele lugar. Lembrei de um amigo, chamei um táxi. Atravessamos toda a Asa Norte antes de eu descobrir que não tinha como pagar.

Não tinha maquininha não, por isso rodávamos em busca de um caixa eletrônico, por isso arrombei aquele banco. Só depois nos ocorreu procurar nas lojinhas de conveniência. Lá eu finalmente consegui sacar, sem ativar nenhum dispositivo de segurança. Fomos então à casa do amigo e o taxista deu mesmo um pequeno desconto. O amigo, ah, o amigo, de pijama, 5 horas da manhã, e vem um maluco na sua casa contando uma história doida. Mas me recebeu, e então eu fui dormir. Não muito, porque às oito eu tinha uma reunião do Executivo. Era tempo de discutir as graves questões que afetam esse país.

Tags: arrombamentobancoBrasíliaCrônicaTaxista

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