Ninguém morreu. Mas, hoje, enquanto assistia na tevê, de rabo de olho, sem muita atenção, a uma discussão ligeira sobre o quanto a nossa cultura não nos prepara para a finitude, parei para pensar sobre… a vida. Ou melhor, a respeito de como cada dia, até mesmo os banais, por mais repetitivos e previsíveis que sejam, são tão valiosos.
A rotina, muitos dizem, é uma máquina de moer almas, nos simplificando demais, sugando nossa humanidade, ao ponto de, muitas vezes sem nos darmos conta, mergulharmos numa sucessão de atos e reações quase robotizados. Mas, caramba, por que não reagimos diante dessa mesmice? Talvez por conta do fato de que mudar o roteiro, desafiar o previsível, dê mais trabalho, nos fazendo sair da zona de conforto para assumir certos riscos.
A rotina, muitos dizem, é uma máquina de moer almas, nos simplificando demais, sugando nossa humanidade, ao ponto de, muitas vezes sem nos darmos conta, mergulharmos numa sucessão de atos e reações quase robotizados. Mas, caramba, por que não reagimos diante dessa mesmice?
Se há algo que nos desperta para o mais profundo significado de estar respirando neste planeta é o amor. A essa altura da vida, tenho certeza de que esse sentimento, seja qual for a maneira como ele aconteça, ou se manifeste, é a uma espécie de intervenção divina. Como se, na costura de nossos destinos, o Criador decidisse suspirar, e desviar o olhar e, ao mirar a paisagem, pensasse em uma mudança no figurino antes planejado. E resolvesse começar de novo, salpicando aqui e ali um tanto de magia, arte e desejo, que nos coloca em movimento em outras direções.
Para fazer a existência valer realmente a pena, não vejo muito outra saída: é preciso amar, mergulhar nesse sentimento subversivo que nos coloca em certa oposição à tão apregoada racionalidade. E não me restrinjo aqui apenas à concepção mais romântica do sentimento.
Amor pelos bichos, plantas, vizinhos… Pela vida, que é um sopro.