• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
28 de junho de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Home Crônicas Yuri Al'Hanati

Elogio do excesso

Yuri Al'Hanati por Yuri Al'Hanati
2 de março de 2020
em Yuri Al'Hanati
A A

Cena do filme "A Comilança". Imagem: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

Tem uma tirinha do cartunista Ricardo Coimbra que sempre me diverte. Ele fala da sempre inconveniente pessoa intensa. Aquela que bebe muito, abraça o cachorro de rua, traz o mendigo cagado para a mesa de bar, para que possa compartilhar a vivência dele com as pessoas da mesa e, enfim, disfarça desequilíbrio psicológico com performances poéticas.

Para além da aporrinhação com quem não está no mesmo nível de alteração emocional da personagem, entretanto, sempre me espantou que, nessa experiência em que vivemos, o excesso seja, a priori, maléfico. Comer demais mata, pegar sol demais mata, festejar demais mata, para não falar de outras coisas. O prazer humano não é feito para ser sustentado, mas para ser apreciado em lampejos, o que lhe garante caráter de exceção. O prazer é breve, eis uma conclusão a que qualquer homem é capaz de chegar depois de apreciar seu orgasmo microscópico, recompensa da desproporcional energia gasta numa conquista barata qualquer.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

A que viemos então? Gemer e chorar nesse vale de lágrimas e, quando a oportunidade permitir, um lampejo de felicidade?

A que viemos então? Gemer e chorar nesse vale de lágrimas e, quando a oportunidade permitir, um lampejo de felicidade? Onde ficam essas pessoas intensas? Em uma fina faixa da humanidade em que não há cosplay de civilização, e são elas os últimos bastiões de honestidade sensorial de uma espécie que se acostumou a abdicar do prazer depois de tê-lo conhecido em suas formas mais duras?

É tentador pensar que um único Doritos sabor cheddar tem mais gosto de cheddar do que qualquer camponês ou aborígene do século treze comeu em toda sua vida, e por isso mergulhar no hedonismo desenfreado é o único verdadeiro gesto de gratidão com a época e o espaço que acolheu sua existência, mas há outro ângulo para isso. O que podemos pensar, numa relativização barata que, contudo, faz o serviço, é que estamos todos, em algum campo, nos excedendo a todo momento. O celular, a necessidade de afeto, a procrastinação ou o workaholismo, tudo o que a ansiedade demanda do corpo, ei-los, seres ocupados e doentes, proferindo discursos de parcimônia enquanto a alma é toda ela, uma aventureira da intemperança.

Há um filme antigo do Marcello Mastroiani chamado A Comilança (1973), que consiste em quatro caras que resolvem se trancafiar num castelo durante um fim de semana e deixar que o excesso de prazer leve a melhor. Comer até morrer. De algum modo, não é isso que estamos todos, pessoas inconvenientemente intensas, estamos fazendo?

Tags: A ComilançaBeber demaisComer DemaiscrônicaExcessosVida Incovenienteworkaholismo
Post Anterior

Repercussão do assédio sofrido por Simony na Rede TV! traz uma importante lição no Carnaval

Próximo Post

Protagonista e roteiro sustentam ‘Cicatrizes’

Posts Relacionados

James Gandolfini em Família Soprano

O mistério da morte

5 de abril de 2021
Wood Naipaul

Aprender a ser Biswas

29 de março de 2021

Das crônicas que não escrevi

22 de março de 2021

De volta ao lockdown

15 de março de 2021

Assassinato planejado

8 de março de 2021

O tribunal da crise

1 de março de 2021
  • O primeiro episódio de WandaVision nos leva a uma sitcom da década de 1950.

    4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Vida Secreta de Zoe’ fica entre o apelo erótico e a prestação de serviço

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Casa Mágica da Gabby’: por muito mais gatinhos fofinhos e coloridos

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ’90 dias para casar’ é puro deleite e deboche cultural

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In