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A identidade a partir de uma fitinha: uma tentativa

Yuri Al'Hanati por Yuri Al'Hanati
14 de janeiro de 2019
em Yuri Al'Hanati
A A
A identidade a partir de uma fitinha: uma tentativa

Imagem: Reprodução.

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Li, recentemente, o ótimo Viver Entre Línguas, da argentina Sylvia Molloy, livrinho inclassificável que levanta questões linguísticas e identitárias a partir da educação trilíngue da autora. Mais do que as curiosidades sobre o trilíngue e a aproximação entre idiomas feita pela autora, me senti muito interessado pela perspectiva de tecer comentários e filosofias a partir de uma particularidade qualquer, como essa da língua. Penso, para além de noções de pátria, cultura e família, sobre o limite da insignificância significante, aquela coisinha de nada sobre a qual, ainda assim, é passível de dizer algo sobre uma vida, ou a vida em geral.

Busco sinais em meu corpo, como pintas, cicatrizes, mas tudo isso me parece clichê da temporalidade dos corpos. Mas eis aqui uma besteirinha que encontrei nesse percurso: tenho, no pulso esquerdo, uma fitinha amarrada há sete anos ou coisa do tipo. Como uma fitinha do Senhor do Bonfim, mas infinitamente menos mística: o pseudo-amuleto que carrego comigo é uma fitinha comemorativa do Jorge Amado. Não lembro, acho que era para comemorar a vinda do acervo do escritor baiano para a Companhia das Letras. Uma fitinha branca com uma frase do baiano escrita em letras negras: o mar é amigo, o mar é doce amigo para todos aqueles que trabalham nele. Depois de sete anos, nada mais da frase resta, e pouco pode-se dizer sobre a fitinha, resumida a um fiapo traposo sustentada por um nó cego ao redor de meu pulso.

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Se não posso dizer muito sobre a fitinha, o que posso dizer de mim a partir dela? Sou devoto de Jorge? Místico debochado, irreverente aos regionalismos cristãos? Aproximo-me da Bahia mais pela sua arte do que pela sua religião?

Se não posso dizer muito sobre a fitinha, o que posso dizer de mim a partir dela? Sou devoto de Jorge? Místico debochado, irreverente aos regionalismos cristãos? Aproximo-me da Bahia mais pela sua arte do que pela sua religião? E isso sobre o mar ser amigo? Considero-me um amigo do mar? Misturo santos católicos com entidades africanas? Senhor do Bonfim e Iemanjá? Posso refletir o dia inteiro sobre essas perguntas, mas ao fim e ao cabo chegarei mais uma vez na resposta que tenho pronta desde já: nem toda ação é eivada de sentido, nem todo objeto é recheado de significado, nem tudo o que dura muito deveria durar tanto assim.

Considero, pela fitinha, que gosto de Jorge Amado ou, na metonímia, de literatura o bastante para prender um símbolo correlacionado no meu braço por quase uma década. Observo na fita o passar do tempo, que a maltrata muito mais do que a mim. Constato o inchaço do meu braço, o metabolismo que desacelera com os anos, tornando-a mais apertada, criando uma marca de pressão e de claridade sobre a pele desleixadamente bronzeada pela canícula da cidade. Que mesmo estando comigo há muito tempo, lembro-me dela só às vezes, já que ela é coberta pelo meu relógio de pulso. Uma ato realizado e esquecido, como a criação do mundo por Deus. Em resumo, não tenho, ao contrário de Sylvia Molloy, nessa fitinha um elemento definidor tão forte. Em nada me promete, em nada me garante, em nada me resume.

Mas se eu fiz um pedido quando amarrei ela, como se faz comumente com a lembrança do Bonfim? Ah, fiz. Vai que.

Tags: amuletocrônicaculturafitinhaidentidadeinsignificânciajorge amadosenhor do bonfimsylvia molloy
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