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Home Crônicas Yuri Al'Hanati

Sobre Joanesburgo

porYuri Al'Hanati
4 de fevereiro de 2019
em Yuri Al'Hanati
A A
Sobre Joanesburgo, crônica de Yuri Al'Hanati

Imagem: Reprodução.

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– A África do Sul é o primeiro país anglófono que visito. Como ela tem também outros dez idiomas oficiais, ainda fica parecendo que as pessoas só falam inglês aqui porque ninguém entende a língua do outro.

– Mas sim, o habitante de Joanesburgo, em especial os habitantes de Soweto, são pelo menos trilíngues pra começo de conversa. Além do inglês, o sesoto (de palavras curtas), o zulu (cheio de ongas, ambas e umbas) e o xhosa (aquela dos estalos que falam no Pantera Negra) são as mais faladas. A predominância de uma língua muda de acordo com a região.

– Joanesburgo é uma cidade tensíssima, em que absolutamente zero pessoas com ficha limpa na polícia parecem estar à vontade nas ruas. A vida ao ar livre é um mal necessário e só uns poucos turistas desavisados parecem estar tranquilos. A criminalidade da cidade parece não ter arrefecido embora seja em muito propagada pelos locais, que enfrentaram ondas de violência sinistras durante a década de oitenta. Latrocínio parece ser um crime às raias da normalidade.

Joanesburgo é uma cidade tensíssima, em que absolutamente zero pessoas com ficha limpa na polícia parecem estar à vontade nas ruas.

– Só de pensar em problematizar o racismo enraizado dos sul africanos já dá dor de cabeça, e quando um cara negro chega pra você e fala que um bairro tranquilo de passear é um bairro com muitos brancos, você agradece o conselho e deixa pra ser sociólogo amador no seu próprio país.

– Como cidade, Joanesburgo é um centro de negócios. As pessoas moram lá só porque, como diria MC Carol, “é onde tá o malote”. É organizada e grandiloquente, mas não é bonita. Como São Paulo, parece ter os seus poucos pontos turísticos forçados pelas campanhas de marketing, e não existiriam apenas por serem interessantes de verdade. A cidade também fecha cedo no Centro, por volta de sete da noite tá tudo deserto, o que faz muito pela paranoia local.

– Um dos lugares em que mais me senti seguro e tranquilo foi em Soweto. A região se desenvolveu muito de Hector Pieterson pra cá, muito embora existam favelas bem pobrinhas mesmo, com casas feitas de zinco e outros metais. A entrada do bairro tem uns casarões muito top. É mais ou menos como o Sítio Cercado: tem que saber por onde anda, e pronto. Ah, em Soweto fica a Rua Vilazaki, a única do mundo em que moraram dois prêmios Nobel: Mandela e Desmond Tutu.

– O Museu do Apartheid tem uma entrada para brancos e uma entrada para não-brancos. Se você entrar pela entrada de brancos, dá de cara com uma parede e uma portinha ao lado, por onde você sai pra tentar de novo. Foi lá que descobri que existiu um movimento de extrema direita neonazista na África do Sul chamada AWB. A mesmíssima coisa de sempre: gente feia e tosca, saudação, braçadeira, marchas e a desculpa da ameaça comunista. Incrível.

– Mandela está por todas as partes de Joanesburgo e da África do Sul, inclusive em todas as notas de dinheiro. Não há dúvidas de que o outrora terrotista, comunista, encrenqueiro e agitador hoje é considerado o maior homem que o país já teve. O mundo gira. Ah, aprendi a falar o nome dele de verdade, Rolihlahla (que quer dizer, justamente, encrenqueiro), me pergunte pessoalmente que eu posso tentar ensinar a pronúncia.

Tags: africa do sulCrônicaJoanesburgoMandelarolihlahlaSão PaulosesototurismoviagemViolênciaxhosazulu

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