• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
19 de agosto de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Home Crônicas Yuri Al'Hanati

Turistas demais

Yuri Al'Hanati por Yuri Al'Hanati
11 de julho de 2016
em Yuri Al'Hanati
A A

Paraty e os turistas. Foto: Murilo Ribas.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

Voltei de Paraty, essa semana. A cidade turística, com seu centro histórico barroco e urbanismo impraticável, foi minha morada pelos primeiros 14 anos da minha vida. Ou quase. Pela geografia municipal do estado do Rio de Janeiro, era possível habitar a mesma cidade e só acessar seu centro depois de 50 quilômetros pela Rio-Santos, então posso dizer que nasci e me criei cidadão paratiense. Mesmo para uma criança, jantar no centro histórico de Paraty podia ser um acontecimento (é um acontecimento ainda maior se você mora num lugar que não tem um mísero restaurante, mas isso é outra história já contada por aqui).

Ao longo da última década, Paraty conquistou para si o status de anfitriã de uma extensa programação cultural que se estende ao longo do ano. O que antes se resumia a algumas festas religiosas e regionais, como a Festa do Divino, a Festa da Pinga e as comemorações de Corpus Christi logo se estendeu para abrigar eventos da elite, como o festival Bourbon de Jazz, o festival de Blues, o festival de fotografia Paraty em Foco e a já tradicional Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), motivo da minha viagem fora das férias.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Lembro de um episódio de South Park em que o ator Robert Redford, que organiza o festival de cinema de Sundance em Park City, no estado de Utah, está cansado do jet set instaurado na cidade e traz o evento para a cidade de South Park, que é simples e não foi explorada pelos ricaços de Holywood. A cidade se torna um inferno e seus cidadãos começam a se incomodar com o que a cidade se tornou.

Paraty, que fica no meio do caminho entre as capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo, não é diferente. O lugar fica tomada de turistas durante a Flip, ultrapassando em muito a população local. Acontece aí a mágica junção da vontade carioca de extorquir qualquer pessoa com a vontade do paulista de rasgar dinheiro, e então Paraty se torna insuportavelmente cara, com tudo o que tem direito, de ambulantes a taxa para usar o banheiro de estabelecimentos – uma livraria me cobrou três reais para que eu, de maneira civilizada, fizesse o xixi historicamente feito atrás da igreja sem taxa de administração.

Paraty, que fica no meio do caminho entre as capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo, não é diferente. O lugar fica tomada de turistas durante a Flip, ultrapassando em muito a população local. Acontece aí a mágica junção da vontade carioca de extorquir qualquer pessoa com a vontade do paulista de rasgar dinheiro…

A Flip cresceu de tamanho, ao ponto de reconhecer muito pouco da cidade sede para além das casinhas e do calçamento histórico de pedras – já ouvi esse ano alguém comentando que iria detonar a questão da acessibilidade de Paraty em sua coluna de jornal. Em algum momento, me senti mais ou menos e longinquamente devem ter se sentido alguns índios quando os conquistadores chegaram. Testemunhar a cidade natal se metamorfosear em um território hostil e excludente é uma tarefa que envolve milhões de reais, glamour arquitetônico e a malandragem de quem só quem sabe estar sentado em cima de uma mina de ouro pode praticar. O jeito é esperar os ricos se cansarem da própria grã-finagem e carregarem a coisa pra outro lugar.

Tags: cidade natalcrônicafestivalFlipParatyRio de JaneiroRobert RedfordSão Paulosouth parksundanceturismoturistas
Post Anterior

Época de sorte

Próximo Post

‘Pixo’: pixação (com X mesmo) também é arte

Posts Relacionados

James Gandolfini em Família Soprano

O mistério da morte

5 de abril de 2021
Wood Naipaul

Aprender a ser Biswas

29 de março de 2021

Das crônicas que não escrevi

22 de março de 2021

De volta ao lockdown

15 de março de 2021

Assassinato planejado

8 de março de 2021

O tribunal da crise

1 de março de 2021

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • Salman Rushdie com seu livro 'Os Versos Satânicos'

    A polêmica de ‘Os Versos Satânicos’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • 4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Casa Mágica da Gabby’: por muito mais gatinhos fofinhos e coloridos

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A gente mira no amor e acerta na solidão’: o amor pelo que ele é (e não é)

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2022 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2022 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In