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Home Literatura

Os abalos sentimentais de Domenico Starnone em ‘Assombrações’

porJonatan Silva
16 de janeiro de 2019
em Literatura
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Assombrações Domenico Starnone

O escritor Domenico Starnone. Imagem: Reprodução.

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Domenico Starnone é mais conhecido no Brasil por ser o suposto nome por trás de Elena Ferrante que por sua literatura. Infelizmente. Anita Raja, tradutora e esposa de Starnone, também é cogitada por como sendo a escritora napolitana. Com um catálogo de mais de uma dezena de obras, por aqui, só foram publicadas Laços e Assombrações, ambas pela Todavia.

Starnone, assim como Ferrante, é um retratista do cotidiano, um escrutinador das intimidades. Em Assombrações, seu livro mais recente, o escritor leva o ilustrador Daniele Mallarico a testemunhar o soterramento do casamento da filha quando vai a Nápoles – no apartamento em que cresceu – cuidar do neto Mario, de quatro anos. Betta e Savario, filha e genro, estão em um congresso de matemática cujo organizador pode ser amante – ou affair – de Betta. A viagem é como um terremoto na família, levando a todos para o centro de um abalo sentimental.

Enquanto se vira para cuidar do pequeno, uma espécie de criança prodígio, Mallarico precisa terminar as ilustrações de uma edição luxo para um conto de Henry James. O avô não tem a paciência necessária para lidar com o infante que, por seu turno, vê em Daniele uma oportunidade de fugir das imposições parentais. Starnone constrói com cuidado as rachaduras sobre a porcelana familiar. Ninguém está satisfeito com a atual situação, mas é preciso manter a compostura e o verniz social.

Assombrações é um comentário cômico e doloroso sobre os nossos tempos líquidos, e se debruça sobre os limites do amor e da condescendência, da paixão e da necessidade de manter-se incólume às futilidades da vida adulta.

Memória

Assombrações é um livro sobre memórias, uma ode à saudade e ao banal. Ao mesmo tempo em que se divide entre o neto e o trabalho, Daniele se vê em meio à torrente de lembranças que tinha de sua infância naquele mesmo apartamento. O único cômodo que realmente gostava logo se transforma também em cárcere, de cuja salvação depende do pequeno Mario.

Por sinal, Starnone não vilaniza o menino, mas demonstra de maneira muito prática aquilo que Cazuza chamou de “inocência cruel das criancinhas”. Em sua ingenuidade, Mario tortura o avô com a realidade dura, nua e crua, expondo e explorando as vicissitudes da realidade humana. Simultaneamente, o neto representa aquilo que o avô, já velho e cansado, deixou de ser. Idealista e sonhador. A idade, e os percalços da vida, lhe dão um tom presunçoso e arrogante – como a irritação de a professora do neto não saber o quão famoso ele é. Mallarico se espanta quando o editor reclama da qualidade de seu trabalho: é consciente de que seu nome é sinônimo de certo peso para ilustrações.

Assombrações é um comentário cômico e doloroso sobre os nossos tempos líquidos, e se debruça sobre os limites do amor e da condescendência, da paixão e da necessidade de manter-se incólume às futilidades da vida adulta.

ASSOMBRAÇÕES | Domenico Starnone

Editora: todavia;
Tradução: Maurício Santana Dias;
Tamanho: 184 págs.;
Lançamento: Outubro, 2018.

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