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Home Literatura

Em ‘Kitchen’, Banana Yoshimoto usa culinária e fantasia para falar de luto

porMarilia Kubota
3 de julho de 2018
em Literatura
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Banana Yoshimoto - Kitchen

Escritora Banana Yoshimoto. Imagem: Toshihiko Fukuda.

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Quando a novela Kitchen, de Banana Yoshimoto, foi lançada no Japão, em 1988, tornou-se um fenômeno. Vencedor do prêmio da Revista Kaien em 1987, o primeiro livro da escritora japonesa foi publicado em 1988 e traduzido em mais de 20 idiomas desde seu lançamento. A tradução brasileira é de 1995, feita por Julieta Leite, da tradução italiana, e publicado pela Nova Fronteira.

O livro reúne duas novelas: Kitchen, dividida em duas partes, e Moonlight Shadow. Ambas têm como tema lutos múltiplos e solidão. Na primeira novela, a jovem Mikage Sakurai acaba de perder a avó, que a criou depois de seus pais morrerem. Ela é acolhida por um conhecido, Yuichi Tanabe, criado pela mãe – e depois Mikage descobre que a mãe, Eriko é, na verdade, o pai.

A morte e a solidão são os temas principais de Kitchen. Mas, há também, contrapontos de vitalidade, como a gastronomia japonesa e a transexualidade. A cozinha moderna de Yuichi é o lugar de sua casa em que Mikage mais se sente à vontade. A cozinha é o lugar em que Mikage estende seu futon (edredom), no grande apartamento da avó, depois da morte dela. É um lugar de acolhimento familiar e reconhecimento para enfrentar a solidão.

“Tive um sonho. Eu estava lavando a pia da cozinha da casa que tinha deixado naquele dia. O que eu mais me lamentava era me separar da cor verde clara do piso. Era uma cor que eu odiava quando morava ali, mas agora que precisava ir embora eu gostava muito dela. A casa estava vazia, as prateleiras e o carrinho estavam vazios. Eu já tinha empacotado tudo. Em dado momento, percebi que Yuichi estava atrás de mim, esfregando o chão com um pano. Fiquei animada ao vê-lo.” (página 43)

E também é a cozinha um ponto de passagem, não só da morte para vida, como tanto o espaço de fusão entre o tradicional e o moderno. É na gastronomia que se rastreia uma “cultura japonesa” na novela, com as referências culinárias mais conhecidas no ocidente: o ramen (lámen, macarrão frito), tempura,tofu, shoyu. Curiosamente, quando Eriko morre, Mikage resolve preparar um enorme banquete, com pratos de de vários países. À medida que o luto de Yuichi se aprofunda, são apresentados os pratos japoneses menos conhecidos: torta de enguia, nikuman (pães chineses), tanuki soba, katsudon.

Para resgatar seu protetor, Mikage leva a ele um prato de katsudon (tigela com costeleta de porco e arroz), numa aventura noturna em que arrisca a própria pele. Através deste gesto, que também é o resgate de uma expressão cultural – para os japoneses, comida é afeto -, ela consegue revelar o vínculo que foi se formando com Yuichi, iniciado pelo primeiro ato de compaixão dele.

Moonlight shadow

A morte e a solidão são os temas principais de Kitchen. Mas, há também, contrapontos de vitalidade, como a gastronomia japonesa e a transexualidade.

A segunda narrativa do livro, Moonlight Shadow, tem o título retirado de uma obra da cantora Momoko Kikuchi, citada na primeira novela. Também aborda um luto múltiplo, o de Satsuki, que perde o namorado, Hitoshi, num acidente de automóvel. O irmão do namorado, Hiiragi, perde a namorada, Yumiko, no mesmo acidente.

Para enfrentar o luto, Satsuki resolve correr à noite, ao longo de um rio. Uma noite, conhece uma misteriosa jovem, Urara, que a conduzirá à cerimônia de adeus de seu amado. Uma história da tradição japonesa, a lenda de Tanabata, que narra o reencontro de um casal separado em pontos distantes da Via Láctea, uma vez por ano, é que inspira a narrativa de Banana.

Como na primeira novela, há a citação do travestismo. Hiiragi busca reconstruir a presença de sua amada vestindo seu uniforme escolar. Também para ele, é o elemento fantástico que o reconduzirá à vida.

As duas novelas são extremamente banais. A linguagem delicada e a estratégia de inserir referências culturais japonesas de modo acidental na trama as salva do melodrama. É esta miscelânea, aliada ao tempero forte da transsexualidade, o fator do sucesso de Kitchen no mundo todo.

Além de Kitchen, Banana Yoshimoto tem apenas mais um livro traduzido no Brasil, Tsugumi. Em Portugal, foram publicados A Última Amante de Hachiko, Adeus, Arco-Íris e Lua de Mel, todos pela Cavalo de Ferro.

[box type=”info” align=”” class=”” width=””]KITCHEN | Banana Yoshimoto

Editora: Nova Fronteira;
Tradução: Julieta Leite;
Tamanho: 168 págs.;
Lançamento: Maio, 2007.

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Tags: Banana YoshimotoBook ReviewCrítica LiteráriaJulieta LeiteKitchenLiteraturaliteratura japonesaNova FronteiraResenhaResenha de Livros

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