Em 2017, a editora britânica Penguin Random House anunciou que está produzindo uma série literária original em três volumes inspirada em Black Mirror. As histórias serão escritas por autores famosos e editadas pelo criador da série, Charlie Brooker. A previsão é de que o primeiro volume da coleção seja lançado este ano, com os próximos planejados para 2019 e 2020.
Enquanto eles não chegam por aqui, a Escotilha preparou uma lista com 5 livros de “explodir a mente”, que poderiam facilmente ser um dos enredos de Black Mirror.
Nós – Yevgeny Zamiátin
Nós é um romance distópico escrito entre 1920 e 1921 pelo escritor russo Yevgeny Zamiátin. Foi utilizado como inspiração para as obras Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley) e 1984 (George Orwell), então por que não para um episódio de Black Mirror?
O livro se passa em um futuro distópico (século XXVI), depois de uma guerra entre a cidade e o campo, chamada Grande Guerra dos Duzentos Anos, em que apenas 0,2% da humanidade sobrevive. A sociedade formada a partir de então (o Estado Único) prima pela racionalização de todos os aspectos da vida dos cidadãos – tudo é controlado nos mínimos detalhes. A imaginação é considerada uma doença, todas as casas são feitas de vidro transparente e a despersonalização chega ao ponto de as pessoas não terem mais nome próprio, mas serem designadas por números.
O livro é estruturado na forma de entradas de diário, nas quais D-503, um matemático responsável pela construção de uma espécie de nave espacial, narra suas impressões sobre aquela sociedade. Quando ele se apaixona por uma misteriosa mulher (I-330), pertencente a um grupo que se opõe ao “status quo”, ele começa a perceber as imperfeições desse mundo.
The Island Will Sink – Briohny Doyle
A Escotilha preparou uma lista com 5 livros de “explodir a mente”, que poderiam facilmente ser um dos enredos de Black Mirror.
The Island Will Sink, de Briohny Doyle, é um livro de ficção científica especulativa, ainda não traduzido para o Brasil. A história se passa em um futuro dizimado pela mudança climática, onde os desastres naturais são a principal forma de entretenimento. No livro, acompanhamos o cineasta Max Galleon, responsável por filmar a destruição da ilha Pitcairn, que afundará no Pacífico.
Com a ajuda da tecnologia – como sensores que monitoram até mesmo a profundidade da água com precisão microscópica, a destruição da ilha se transforma em um programa televisivo perfeito.
Lucky Ghost – Matthew Blakstad
Lucky Ghost é a segunda parte da série cyberpunk O ciclo de Martingale. O livro fala sobre a mercantilização das emoções e uma economia manipulada pelas mídias sociais.
A história tem início em uma manhã de segunda-feira, quando a jornalista Alex Kubelick bate no rosto de um estranho e, por incrível que pareça, ele agradece a ela. Isso porque eles acabam de ganhar Emoticoins, em um jogo que consome emoções e troca as emoções da vida real pela moeda digital.
Oryx e Crake – Margaret Atwood
Oryx and Crake, escrito pela escritora canadense Margaret Atwood, fala sobre a ciência sem ética. No livro, acompanhamos Snowman, um jovem sobrevivente, o último ser humano do planeta, que tem como missão ensinar aos Crakers (humanóides criados em laboratório para substituir a humanidade em caso de destruição) o que é seguro e o que não é dos destroços da antiga civilização humana.
Além disso, a ciência é considerada a única forma de conhecimento válida. Ninguém liga para arte ou literatura. O clima está um caos por conta do aquecimento global, experimentos científicos suspeitos são feitos em pessoas sem qualquer regulamentação, mulheres são tratadas como meros enfeites ou como corpos sem valor.
Pelos olhos de Snowman ficamos sabendo, aos poucos, como esse mundo altamente capitalista culminou na quase extinção da humanidade e na criação dos Crakers.
Broadcast – Liam Brown
Broadcast é um daqueles livros que te faz associar a ficção à realidade a todo momento. Escrito por Liam Brown, a história tem uma pegada que lembra muito ao filme O show de Truman.
Na história, uma influente estrela do YouTube, David Callow, recebe a oportunidade de ser o novo rosto de uma tecnologia revolucionária que transmitirá seus pensamentos 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Os espectadores podem sintonizar a qualquer momento para ver e compartilhar sua vida sem edições. No entanto, David logo percebe que seus pensamentos estão sendo manipulados pela empresa de tecnologia. O youtuber mergulha então em uma assustadora e claustrofóbica luta por sua independência.