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‘Augustus’: a aposta mais ambiciosa de John Williams

Autor de 'Stoner', John Williams precisou defender com afinco 'Augustus', publicado há pouco no Brasil pela Rádio Londres.

porJonatan Silva
27 de julho de 2018
em Literatura
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'Augustus': a aposta mais ambiciosa de John Williams

Imagem: Reprodução.

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John Williams só foi (re)descoberto no Brasil pouco mais de 20 anos após a sua morte quando, em 2015, a – então recém criada – Rádio Londres publicou o magistral Stoner. Três anos mais tarde, a casa lança Augustus, romance histórico escrito por Williams em 1972 e que resgata a trajetória de Caio Otávio, primeiro imperador de Roma e imortalizado pelo nome de Augusto. Para recompor uma vida tão fascinante e cheia de nuances, como a do monarca, o autor criou cartas, passagens de diário e memórias – uma jornada que passa por importantes personagens da História como Júlio César, Cleópatra, Marco Antônio e até mesmo Sêneca.

Esses fragmentos ficcionais são a base de todo o romance, uma estratégia ousada e que, não fosse a precisão cirúrgica de Williams, poderia gerar um resultado, no mínimo, estranho. Augustus, último livro escrito por autor, venceu o National Book Award e sedimentou o nome de John Williams como um dos principais de sua geração. Não à toa, gente do calibre de Ian McEwan, Julian Barnes e Nick Horby figuram na lista de seus admirados e propagadores de sua palavra. E, claro, não é de impressionar tamanha devoção.

Por ocasião do National Book Award, o escritor foi entrevistado para a revista desta instituição. Quando questionando sobre o que seria seu discurso, Williams, um pouco esquentado, afirmou: ‘vou defender a porcaria do meu romance’.

Como A Criação, épico de Gore Vidal, Augustus é certeiro no retrato histórico e na composição de seus personagens sem apelar à uma linguagem que emule – como afetação e deslumbramento – daquele período. Como em um Brasil pré-eleitoral, a Roma de Caio Otávio é o celeiro perfeito para todas as formas de corrupção e conspiração. Do assassinato de Júlio César à sede de vingança do protagonista, o livro se constrói como uma Torre de Babel em que, propositalmente, ninguém parece se entender.

Beleza monstruosa

Longe de ser pretencioso, Augustus não se arrasta, mas o leitor precisa ser cauteloso no que diz respeito aos nomes: são tantos Marcos e Caios – talvez o calcanhar de Aquiles da obra. Mas a culpa é da História e não de Williams que, ao contrário do que se possa imaginar, consegue dar ordem à narrativa. Ainda que não se pretenda como biografia do fundador do Império Romano, o romance levanta questões típicas deste gênero, criando a ideia de Williams como historiador e desbravador.

Nesse sentido, o livro se debruça com um cuidado minucioso que maioria dos biógrafos não se permite. O fracasso comercial do livro – que vendeu pouco mais de 10 mil cópias, número considerado baixo para os Estados Unidos na década de 1970 – coincidiu com o declínio da saúde de John Williams. Quando decidiu se aposentar, em 1984, ofereceu seus manuscritos para a biblioteca da Universidade de Denver, que se negou a recebê-los. Um erro emocional e histórico.

Por ocasião do National Book Award, o escritor foi entrevistado para a revista dessa instituição. Quando questionando sobre o que seria seu discurso, Williams, um pouco esquentado, afirmou: “vou defender a porcaria do meu romance”. Com toda a certeza, sabia que havia concebido algo inigualável e, até agora, inatingível. Augustus é livro com uma beleza monstruosa, impossível de ser decifrado – nasceu para a contemplação mais pura da arte. 

AUGUSTUS | John Williams

Editora: Rádio Londres;
Tradução: Alexandre Barbosa de Souza;
Tamanho: 384 págs.;
Lançamento: Janeiro, 2018.

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Tags: AugustusBook ReviewCríticaCrítica LiteráriaGore VidalIan McEwanJohn WilliamsJulian BarnesLiteraturaliteratura norte-americanaNick HorbyRádio LondresResenhaReviewStoner

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