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Home Literatura

‘Distância de Resgate’: realidade insólita

'Distância de Resgate', romance de estreia da argentina Samanta Schweblin, conta uma perturbadora história sobre maternidade e pesticidas.

porEder Alex
15 de junho de 2016
em Literatura
A A
'Distância de Resgate': Realidade insólita

Imagem: Reprodução.

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Esqueça o sentimento de conforto que as paisagens bucólicas nos trazem. No universo ficcional de Samanta Schweblin, o campo passou por transformações significativas devido o uso de agrotóxicos e gora impera um clima sombrio de pesadelo que atravessa rios contaminados e animais mortos.

A história de Distância de Resgate, lançado pela editora Record, com tradução de Ivone Benedetti, é contada por duas vozes: Amanda e David. Alguma merda muito grande aconteceu e a partir do diálogo entre os dois, o leitor tentará juntar as peças para desvendar o mistério.

Numa atmosfera que remete ao filme O Pântano, dirigido por Lucrécia Martel, Schweblin compõe uma narrativa sinistra, que parte do realismo, de aspectos aparentemente banais para aos poucos inserir elementos que se insinuam como insólitos, mas que nunca ficam evidentes para o leitor.

Amanda é mãe de uma garotinha chamada Nina. Elas se mudam para a área rural e lá conhecem um garoto chamado David e a sua mãe, Carla. O comportamento estranho (e assustador) dos novos vizinhos provoca questionamentos e, por conseguinte, revelações perturbadoras. O livro é curtinho, menos de 150 páginas, então contar mais do que isso seria correr o risco de estragar a experiência de quem ainda não leu.

Schweblin compõe uma narrativa sinistra, que parte do realismo, de aspectos aparentemente banais para aos poucos inserir elementos que se insinuam como insólitos, mas que nunca ficam evidentes para o leitor.

O livro, vencedor do Prêmio Tigre Juan de 2015, fala sobre maternidade, inclusive o título se refere a isso: “Agora mesmo estou calculando quanto demoraria para sair correndo do carro e chegar até Nina, se ela corresse de repente para a piscina e se atirasse. A isso dou o nome de ‘distância de resgate’, que é como chamo a distância variável que me separa de minha filha, e passo a metade do dia fazendo esse cálculo, embora sempre arrisque mais do que deveria”. A ideia é demonstrar as variações e os desdobramentos de uma tragédia pessoal, diante de uma calamidade ainda maior.

O que torna interessante este livro de estreia, é a urgência com que a história é contada. O diálogo ininterrupto segue um fluxo ágil em que a tensão (bem como a curiosidade) só faz aumentar a cada página.

A argentina Samanta Schweblin, que já se destacava nos contos, com seus livros anteriores, é herdeira literária do realismo fantástico de seus conterrâneos mais ilustres, Borges e Casares, contudo, a escritora não segue a linha erudita dos clássicos. O que ela consegue fazer é embaçar a realidade de modo que o leitor tenha que rever as suas certezas e se sinta angustiado durante todo o tempo de leitura.

O que é real? O que é delírio? Henry James, em Outra Volta do Parafuso propôs questionamentos semelhantes ao contar uma história de terror que se passa numa mansão aparentemente assombrada. Schweblin nos leva a questionamentos semelhantes e vai um pouco além, pois não temos certeza nem se aquilo ali é realmente uma história de terror.

As únicas certezas do leitor são as seguintes: trata-se de uma leitura perturbadora e sem respostas fáceis.

DISTÂNCIA DE RESGATE | Samanta Schweblin

Editora: Record;
Tradução: Ivone Benedetti
Tamanho: 144 págs.;
Lançamento: Março, 2016

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Tags: Book ReviewCríticaCrítica LiteráriaDistância de ResgateEditora RecordLiteraturaLiteratura ArgentinaLiteratura ContemporâneaResenhaReviewSamanta Schweblin

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