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‘Filme Noturno’: na escuridão do cinema

Em 'Filme Noturno', Marisha Pessl vai da literatura policial ao terror, em um mergulho no universo sombrio de um cineasta.

porEder Alex
24 de fevereiro de 2016
em Literatura
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'Filme Noturno': na escuridão do cinema

A autora Marisha Pessl. Imagem: Reprodução.

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O experiente repórter Scott McGrath tenta investigar o obscuro universo de um cineasta chamado Stanislas Cordova (com base nas descrições de seus filmes, ele é uma aparente mistura de David Lynch e Luis Buñuel), após receber informações um tanto bizarras de uma testemunha não identificada. A investigação não avança e o repórter acaba por afundar o seu nome na lama, pois não consegue provar as acusações que levantou.

Anos depois, Asheley Cordova, filha do tal cineasta, é encontrada morta em um galpão. Tudo indica que o que aconteceu foi um suicídio, mas McGrath enxerga ali uma oportunidade de recomeçar a investigação e, quem sabe, recuperar a sua carreira. Afinal, por que a garota teria se matado? Para desvendar esse mistério, o repórter contará com a improvável ajuda de dois jovens que estiveram em contato com Asheley pouco antes de sua morte.

Filme Noturno, escrito pela norte-americana Marisha Pessl, lançado aqui no Brasil pela editora Intrínseca, com tradução de Alexandre Martins, segue as premissas básicas de um romance policial, com uma investigação que avança pista a pista, um protagonista cheio de problemas, etc, mas acaba por se tornar uma obra mais interessante por flertar com outro gênero: o terror. A autora é bastante feliz ao criar uma ambientação sinistra, com casas decadentes, mansões empoeiradas e personagens estranhos, que aos poucos vão compondo um universo cheio de situações assustadoras que fazem o leitor suar frio.

O livro acaba por se tornar uma obra mais interessante por flertar com outro gênero: o terror.

Uma das grandes sacadas da obra é não deixar claro, em momento algum, se aquilo que estamos acompanhando é uma história “real” ou se há elementos sobrenaturais envolvidos. Fica a cargo do leitor escolhem em que acreditar, conforme as evidências vão aparecendo. Particularmente, eu fui mudando de ideia umas dez vezes ao longo da leitura.

Outra coisa bem interessante é o uso de imagens. Se o trio de protagonistas encontra uma foto, o leitor pode vê-la, se eles entram num site da deep web, o que vemos são as páginas da internet. O mesmo ocorre com revistas, jornais, laudos, bilhetes, etc. O recurso não é utilizado de forma ostensiva e ajuda muito na dinâmica da história, pois torna aquele universo mais convincente.

O livro possui um ritmo alucinante e as mais de 600 páginas passam muito rápido, pois não dá tempo para enrolação, uma vez que uma nova pista está sempre aparecendo. Por ser uma história muito intricada e entupida de personagens, seria até um desserviço tentar explicá-la aqui, a obra acaba por derrapar em alguns momentos, principalmente no que diz respeito à linguagem.

A investigação do trio acaba sendo facilitada, pois absolutamente todos os personagens que eles entrevistam são muito eloquentes e gostam de falar como se estivessem escrevendo um livro, com um admirável encadeamento de fatos e ideias. E todos eles falam exatamente da mesma maneira, sem nuances, como se fossem um personagem só ou a voz da autora estivesse vazando sem querer. Isso facilita (em excesso) a compreensão da trama, mas ao mesmo tempo aquilo começa a deixar de ser crível.

Apesar disso tudo, Filme Noturno não subestima a nossa inteligência. O final corajoso é um prova disso. O leitor não tem acesso direto ao cineasta e, tal como em Cidadão Kane, a misteriosa figura vai sendo composta apenas por meio da visão de terceiros, de pessoas que conviveram com ele e que guardam lembranças contraditórias. Aos poucos, ele se torna uma lenda, ficando bastante difícil discernir o que é realidade e o que é ficção. Cabe aos investigadores (e aos leitores) juntarem o quebra-cabeça para enfim terem acesso à verdade. Só posso antecipar que essa verdade é um tanto sinistra.

FILME NOTURNO | Marisha Pessl

Editora: Intrínseca;
Tradução: Alexandre Martins;
Tamanho: 624 págs.;
Lançamento: Novembro, 2014.

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Tags: Book ReviewCríticaCrítica LiteráriaEditora IntrínsecaFilme NoturnoLiteraturaLiteratura AmericanaLiteratura PolicialMarisha PesslResenhaReviewterror

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