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‘O Amor nos Tempos do Cólera’: os tempos líquidos de Gabriel García Márquez

'O Amor nos Tempos do Cólera', de Gabriel García Márquez, após 30 anos, mantém-se lúcido a respeito da banalidade e do discurso segregador.

porJonatan Silva
27 de janeiro de 2017
em Literatura
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gabriel garcía márquez o amor nos tempos do cólera

O escritor Gabriel García Márquez. Foto: Divulgação.

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O colombiano Gabriel García Márquez (1927 – 2014) sempre foi um escritor das relações humanas. O realismo mágico, que tanto pontuou sua obra, era um mero artífice para tratar de uma realidade dura e crua da vida de gente comum como Fermina Daza e Florentino Ariza, de O Amor nos Tempos do Cólera, publicado originalmente em 1985 e que acaba de ganhar uma luxuosa edição especial.

O ponto de partida para o livro é história real dos pais de Gabo, que precisavam se corresponder às escondidas, pois o pai da moça não permitia o romance. Da mesma maneira, Florentino teve de esperar 50 anos para poder conquistar Fermina, cujo marido, Juvenal Urbino, acaba de morrer. García Márquez cria um cenário monumental para adornar uma história de espera, envelhecimento e morte, sem poupar o leitor da consciência de que todos os personagens estão ali para fenecer.

Como no clássico Cem Anos de Solidão, o escritor colombiano concebe uma espécie de viagem temporal, algo que se tornaria comum em seus trabalhos e no luso-angolano Valter Hugo Mãe (por sinal, é fácil notar algumas semelhanças entre os livros dos dois, ainda que Mãe jamais tenha comentado sobre uma possível influência). O cólera que assola a cidade é uma justa metáfora ao ódio e ao discurso elitista – são sempre os pobres que morrem acometidos da doença – que corrompe qualquer sociedade.

Antes de desembocar no amor de Florentino e Fermina, conhecemos todos os moradores do lugar: somos convidados a entrar em suas casas e descobri-los pouco a pouco, desvendando as personalidades e quem realmente são. Como é de costume, Gabo não elucida tudo, deixa o leitor à mercê de sua própria interpretação. E isso faz d’O Amor nos Tempos do Cólera uma composição rica e despretensiosa.

A chave para compreender a obra de Gabriel García Márquez está na simplicidade.

De certa maneira, o casal representa o contrário daquilo que Bauman chamaria de tempos líquidos. Enquanto Urbino carrega consigo os valores mais conservadores e menos idealistas (ainda que seja responsável pelos cuidados médicos de toda a cidade), Ariza é romântico inveterado, um amante byroniano. São jogos de espelhos: a cidade se derrete em intrigas e jogos políticos, e Florentino espera o amor. Gabo retrata de modo delicado e auspicioso as engrenagens que movem homens e mulheres através do desejo e do sexo.

Simplicidade

A chave para compreender a obra de Gabriel García Márquez está na simplicidade. Quando faleceu, Gabo foi comparado a Borges, mas com a ressalva de que o argentino não queria se fazer entender e, ao contrário, gostava de soprar por aí ares de arrogância. Gabo nunca preciso de academicismo ou esoterismos, preferia outra linha – muito mais confessional e passional, é verdade – mas é impossível comparar gigantes quando não temos como medir toda a sua altura.

O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA | Gabriel García Márquez

Editora: Record;
Tradução: Antonio Callado;
Tamanho: 400 págs.;
Lançamento: Novembro, 2016.

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Tags: Cem anos de solidãoCríticaEditora RecordGabriel García MarquezJorge Luís BorgesLiteraturaLiteratura ColombianaLiteratura latino americanaO Amor nos Tempos do CóleraValter Hugo MãeZygmunt Bauman

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