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Home Literatura

‘O Sentido de Um Fim’: uma polaroide proposital

Célebre romance de Julian Barnes, 'O Sentido de Um Fim' é um retrato da paranoia na terceira idade.

porJonatan Silva
15 de setembro de 2017
em Literatura
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‘O Sentido de Um Fim’: uma polaroide proposital

Imagem: Reprodução.

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“A vingança deve sair sobre as pessoas certas”. O ressentimento de Tony Webster é a força-motriz de O Sentido de Um Fim, romance magistral de Julian Barnes, com o qual foi o vencedor do Man Booker Prizer de 2012. Esteta em sua essência, Webster é dono de uma minguada loja de máquinas fotográficas e, como as fotografias, parece viver em um determinado registro do passado: os anos de sua juventude – especificamente quando conheceu Verônica, uma universitária por quem se apaixonou, viveu um breve affair e que o trocou por Adrian, seu amigo mais brilhante.

Com pungência e elegância, Barnes narra – em primeira pessoa – os desenlaces daquilo que propõe como vida real. A impressão que fica é que Webster demora a notar que, como alardeou Belchior, o passado é uma roupa que não serve mais. Separado da esposa, com quem ainda nutre uma grande amizade, o protagonista se desdobra entre os devaneios dos seus anos mais felizes e a realidade dura que o confronta dia após dia no espelho.

Com pungência e elegância, Barnes narra – em primeira pessoa – os desenlaces daquilo que propõe como vida real.

O Sentido de Um Fim é um livro sobre lacunas e alucinações (com coisas reais) e isso faz de Tony um narrador pouco confiável. Como Bentinho de Machado, Barnes coloca certezas frágeis sob os olhos de relator ambíguo e volúvel. Quando, muitos anos mais tarde, encontra Verônica novamente, Webster precisa acertar suas contas com a ex-namorada. O problema é que ela não se sente sua credora e tampouco devedora. Aquele é um negócio solitário, mas que, de alguma maneira, precisa ser resolvido.

Armadilha labiríntica

Há uma questão de identidade que norteia o livro todo – como um quê basilar e fundamental para Barnes se espraie pelas 160 páginas. Como Enclausurado e Zona de interesse, respectivamente dos amigos Ian McEwan e Martin Amis, o texto do autor de Um toque de limão é uma grandiosa armadilha para capturar os inocentes e desatentos. Não há nada que se revele em primeiro plano. Como em um filme de David Lynch, é preciso recortar quadro, buscar o que está fora de foco, distante. Tudo está lá com um propósito muito claro e já descrito anteriormente.

Ainda que linear e constante, O Sentido de Um Fim é um labirinto – narrativo e temporal – para Borges nenhum botar defeito. Os pontos que ligam Tony Webster à sua outra vida são os mesmos que o conectam com o real. Enquanto sua filha entra em trabalho de parto, ele está preocupado em desvendar um novo mistério envolvendo Verônica e Adrian. Esse mesmo “novo mistério” é responsável por dar fôlego e conduzir o leitor confortavelmente até o fim. E, meus caros, perdoem o trabalho: mas há sim um sentido para o fim.

O SENTIDO DE UM FIM | Julian Barnes

Editora: Rocco;
Tradução: Léa Viveiros de Castro;
Tamanho: 129 págs.;
Lançamento: Junho, 2012.

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Tags: BelchiorCríticaCrítica LiteráriaDavid LychEditora RoccoIan McEwanJulian BarnesLiteraturaLiteratura InglesaMachado de AssisMartin AmisO Sentido de Um FimResenha

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