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O quebra-cabeça cósmico de ‘OroBoro’

'OroBoro', de Andityas Soares de Moura, é uma grande brincadeira em que o autor jogou na ficção parte de seu conhecimento.

porWalter Bach
25 de agosto de 2016
em Literatura
A A
O quebra-cabeça cósmico de 'OroBoro'

Imagem: Reprodução.

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OroBoro é um símbolo de vida eterna, introspecção, misticismo e o que mais couber nas voltas dessa figura circular, e também o nome de um livro muito curioso escrito por Andityas Soares de Moura, publicado pela 7 Letras em 2012. O quebra-cabeça cósmico proposto já começa pelo nome, graças às interpretações dele e também por ser um palíndromo.

Você pode ler esse livro que nem seu título e achar algum sentido aqui, ou melhor, a falta aparente dele. Falta porque não há pretensão alguma de respostas nos contos de OroBoro, mas perguntas e informações o bastante pra confundir – e de propósito. No conto de abertura, acompanhamos um advogado que crê estar à frente de seu próprio fluxo temporal, recebendo informações antes delas serem fatos, e suas sensações ao lidar com isso como se tal “habilidade” não bastasse. Em outro, temos objetos perdidos de um personagem chamado Robert Trebor, desde ingresso pra um local chamado Oracolo Caro, luvas compradas em uma loja chamada Neito Sotien. Fossem “só” os objetos tudo bem, mas um enigma mais estranho os antecede (ou sucede, caso você queira ler o livro de trás pra frente): o quadrado sator.

Há fotos dessa inscrição, que parece ter sido cravada em uma parede de pedra por alguma entidade fanfarrona ou um estudioso a fim de deixar pistas sem dizer que as deixava. É isso:

S A T O R
A R E P O
T E N E T
O P E R A
R O T A S

Não há pretensão alguma de respostas nos contos de OroBoro, mas perguntas e informações o bastante pra confundir – e de propósito.

Também palindrômica, a inscrição guarda seus mistérios para Robert Trebor, se é que ele existe ou existiu – ele buscava informações sobre o quadro sator e outros enigmas, mas sabemos menos dele do que ele sobre seus objetivos. Estas investigações acerca do significado dela e de outras peças recheiam os contos com jeito de ensaio, com direito até a uma ordem e sua hierarquia baseada em conhecimento.

É como uma grande brincadeira em que o autor jogou na ficção parte de seu conhecimento, mas em vez de levar o leitor pela mão faz questão de jogá-lo no mesmo labirinto de partida. Ele faz isso sem tratar quem lê feito otário, entregando tudo mastigado com chatice conspiratória e previsível à la Dan Brown em seu Código da Vinci, e sim com um toque meio Umberto Eco em seu O Cemitério de Praga, onde as referências culturais são a base da (re)interpretação autoral – o lado “sério” – e de sua busca por entretenimento, como se não precisasse ou não quisesse dar às referências um tratamento solene e distante, ainda mais por elas correrem o risco facilmente jogadas em categorias místicas, esotéricas e termos afins por não serem comuns à nossa cultura brasileira.

Ninguém precisa ter lido em alguma variação da Wikipedia sobre a inscrição sator, nem ser entusiasta dos autores citados; basta topar o jogo de falta de respostas e qualquer um está em casa. Só precisa saber dar voltas em meio a tantas referências, mesmo atingindo a partida, cuja aparência não será a mesma do começo; voltas circulares em torno dos temas, semelhante a uma serpente em direção à própria cauda – uma representação de OroBoro.

OROBORO | Andityas Soares de Moura

Editora: 7 Letras;
Tamanho: 306 págs.;
Lançamento: Janeiro, 2012.

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Tags: Andityas Soares de MouraBook ReviewcontosCrítica LiteráriaLiteraturaLiteratura brasileira contemporâneaOroboroResenha

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