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‘A Rainha da Neve’: Michael Cunningham cria uma fábula sobre o desespero

Em 'A Rainha da Neve', Michael Cunningham cria narrativa intimista que reafirma seu talento e prosa envolvente.

porPaulo Camargo
8 de outubro de 2015
em Literatura
A A
Cunningham

Foto: Divulgação.

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O escritor norte-americano Michael Cunningham tornou-se mundialmente reconhecido após o sucesso de seu romance As Horas (1998), que lhe deu o Prêmio Pulitzer e foi adaptado para o cinema em 2002 pelo cineasta Stephen Daldry. O livro entrelaça três narrativas com um fio de essência literária: o clássico Mrs. Dalloway (1923), marco da escrita contemporânea, que descreve, fazendo uso do fluxo de consciência, um dia na vida da personagem-título, criada pela inglesa Virginia Woolf. A autora é uma das três protagonistas de Cunningham, cuja obra mantém forte diálogo intertextual com outros autores. Depois de As Horas, ele lançou Dias Exemplares (2005), no centro do qual está tanto a poesia quanto a biografia única de Walt Whitman, seu conterrâneo.

A Rainha da Neve (252 págs., R$ 35) o mais recente romance de Cunningham, que acaba de ser lançado pela editora Bertrand Brasil, se remete, em seu título, à história homônima do dinamarquês Hans Christian Andersen, autor de clássicos infantis como A Pequena Sereia e O Patinho Feio. A aproximação, no entanto, não se limita a isso.

Em entrevistas, Cunningham já disse que o nome original do romance em inglês também se refere a dois elementos fundamentais de sua trama: neve (snow) é um termo para cocaína. Rainha (queen), por sua vez, é uma gíria, algo insultuosa, para designar um homem gay.

A obra de Cunningham mantém forte diálogo intertextual com outros autores.

O livro narra a história de dois irmãos: Barrett, de 30 e muitos anos, homossexual, que, apesar de ter um doutorado, ganha a vida como empregado numa loja de roupas, e seu irmão Tyler, já com mais de 40, músico cocainômano que ambiciona, em vão, um sucesso que nunca chega. Entre eles a mulher do mais velho, Beth, que enfrenta um câncer no fígado aparentemente terminal.

Os três moram no mesmo apartamento, para economizar, em uma relação problemática, construída a partir de não ditos. Embora exista intimidade e afeto, nenhum deles é completamente sincero com os outros.

Em uma noite de inverno, Barrett, desconsolado pelo fim abrupto de um relacionamento, e também preocupado com o estado de saúde de Beth, tem uma experiência que ele acredita ser de caráter transcendental. Ao atravessar um parque em Nova York, um floco de neve, outro elemento emprestado da história de Andersen, cai em um de seus olhos, e ele julga ter uma visão: algo divino que pode transformar sua vida.

E, de fato, a partir desse acontecimento uma série de mudanças começam a ocorrer em uma espécie de fábula do desespero, como o próprio Cunningham já definiu a narrativa, cuja ação se passa durante o segundo mandato do presidente George W. Bush, na primeira década deste século, considerado um um período de retrocesso em vários sentidos.

Intimista, A Rainha da Neve reafirma o talento de Michael Cunningham para criar personagens aparentemente ordinários, pessoas comuns que, à serviço de sua prosa envolvente, se tornam fascinantes por conta da complexidade nada calculada que vão ganhando ao longo das páginas do romance.

A RAINHA DA NEVE | Michael Cunningham

Editora: Bertrand Brasil;
Tradução: Regina Lyra;
Tamanho: 252 págs.;
Lançamento: Setembro, 2015.

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Tags: A Rainha da NeveBertrand BrasilCrítica LiteráriaLiteraturaMichael Cunningham

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