Quem visse a plateia lotada do Theatro Pedro II poderia acreditar que se tratava uma peça de stand-up comedy. O riso era constante, mas o assunto era sério. Mario Sergio Cortella, de novo, atraiu público maior do que a capacidade do teatro de Ribeirão Preto no último domingo, dia 14, durante a 15a Feira Nacional do Livro, que acontece até o dia 21 na cidade.
O livro Educação, Convivência e Ética, publicado pela Cortez Editora, foi o apenas o pretexto para um Salão de Ideias recheado de pensamentos sobre os três temas. Inversão de valores, a convivência, o papel dos pais na formação das crianças e até a economia brasileira se transformaram em grande repertório do filósofo e mestre em Educação. A popularidade de Cortella contribuiu não apenas para lotar os 1.588 lugares do Theatro Pedro II, mas também para transformar a reflexão filosófica em uma agradável conversa do dia a dia.
Entre os questionamentos e provocações, a frase: “o amor não aceita tudo”. Surpresa, a plateia compreendeu: não aceita, porque quem ama se importa, questiona, se preocupa. E com histórias da vida, Cortella preencheu seu raciocínio e os corações dos que olhavam atentamente para o filósofo, que se movimentava pelo palco – as cadeiras, posicionadas para os convidados e mediadores lhe foram desnecessárias.
As inversões dos tempos atuais também foram analisadas. “Hoje, as crianças voltaram a ler e os pais estão colorindo”, disse Cortella, ao fazer referência à moda dos livros de colorir, febre entre os adultos, mas também comentando o animador fato de adolescentes voltarem a se interessar pela literatura.
Em um evento como a Feira Nacional do Livro, destacar a importância do hábito e os benefícios de se formar um leitor de qualidade, crítico, é fundamental.
Em um evento como a Feira Nacional do Livro, destacar a importância do hábito e os benefícios de se formar um leitor de qualidade, crítico, é fundamental. Para o filósofo, não importa o tema. Ele observa que são livros grossos, grandes histórias, que hoje acompanham meninos e meninas.
Cortella arrancou risos da plateia com suas histórias. Falou da família, de fatos inusitados de seu dia a dia. Analisou a educação, o amor e a ética. Pincelou um leque variado de assuntos. Encerrou suas duas horas no Salão de Ideias em Ribeirão Preto aplaudido de pé.
Os mais de 1.500 lugares do teatro foram insuficientes para abrigar todos que queriam vê-lo. E tem sido assim nas últimas edições da Feira Nacional do Livro. Cortella é sempre um convidado bem quisto, de honra, e muito bem recebido. Mostra que ainda há muito o que se filosofar – e, quem sabe, rir ao fazer isso.
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