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‘Neuromancer’: o poder visionário de William Gibson

porLuciano Simão
5 de fevereiro de 2018
em Literatura
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Ilustração digital do artista Mike Winkelmann (2017).

Ilustração digital do artista Mike Winkelmann (2017).

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“O céu sobre o porto tinha cor de televisão num canal fora do ar” – essas são as palavras que abrem a narrativa de Neuromancer, romance de estreia do visionário William Gibson, lançado em 1984. Sintetizando com precisão as temáticas tecnológicas da obra e o estilo categórico e criativo do autor, a frase dá início à trama arrebatadora que viria a fundamentar o gênero do cyberpunk, nicho da ficção científica com identidade e estética bastante particulares.

A indíscutivel influência de Neuromancer sobre o sci-fi e a cultura pop em geral ainda pode ser verificada mais de três décadas após a publicação original, seja em toda a identidade visual e filosófica da trilogia Matrix, na peculiar subcultura dos cybergoths ou, mais recentemente, em Carbono Alterado, nova série da Netflix.

Em poucas páginas, Gibson, escrevendo com a precisão e velocidade de uma metralhadora, estabelece toda a base estrutural do cyberpunk.

Baseado na emergente cultura hacker dos anos 80 e em obras de autores precedentes como Philip K. Dick (que já exploravam temas como o uso de psicodélicos, hedonismo e a revolução sexual na ficção científica), Neuromancer rendeu ao autor os principais prêmios do gênero (Hugo e Nebula). Em poucas páginas, Gibson, escrevendo com a precisão e velocidade de uma metralhadora, estabelece toda a base estrutural do cyberpunk: a ambientação futurística, com tons de distopia; a proliferação de implantes cibernéticos; ambientes de realidade virtual e aumentada, ampliando a cognição humana; os dilemas éticos da inteligência artificial e seus desdobramentos; e muito mais.

Embora a criatividade da ambientação seja um dos principais êxitos do livro, a verdadeira excelência de Neuromancer está na prosa do escritor: ágil, autoral e repleta de imagens e analogias sem paralelo na ficção, a linguagem de Gibson reflete toda a complexidade do universo que criou. O rigor técnico-científico demonstrado pelo autor – embora parte da ambientação cibernética pareça um tanto anacrônica nos dias de hoje – é outro ponto forte da obra, fornecendo ao leitor contemporâneo uma visão retrofuturista de muitas tecnologias que vemos emergir nos dias de hoje.

O enredo, vertiginoso e violento, tem como protagonista o soturno Case, hacker de habilidade ímpar cujo sistema nervoso foi dilacerado após trair um de seus ex-contratantes, impedindo-o de adentrar a matrix do mundo cibernético, onde exercia seu ofício e encontrava uma razão de existir. Perdido nas ruas de neon do Japão, viciado em drogas e envolvido em pequenos crimes que eventualmente lhe custariam a vida, Case é abordado pelo misterioso Armitage, que lhe faz uma oferta irrecusável: voltar à matrix para uma última operação de extração de dados, oferecendo recompensas tão altas quanto os riscos.

A partir daí, tanto Case quanto o próprio leitor são impiedosamente arrastados por forças tão irresistíveis quanto a própria gravidade: página após página, as intricadas revelações acerca do mundo criado por Gibson e das tramas arquitetadas nas sombras mantêm o ritmo da narrativa constantemente eletrizante. Face às inimagináveis capacidades de uma inteligência artificial rebelde, Case e seus companheiros são forçados a tomar decisões terríveis, cujo desfecho eu não arriscaria spoilar mesmo 34 anos depois. Basta dizer que, ao fechar sua cópia de Neuromancer, é muito provável que você sairá correndo para adquirir as duas sequências da chamada Trilogia do Sprawl – assim como eu fiz.

[box type=”info” align=”” class=”” width=””]NEUROMANCER | William Gibson

Editora: Aleph;
Tradução: Fábio Fernandes
Tamanho: 320 págs.;
Lançamento: Agosto, 2016 (atual edição).

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Tags: Carbono AlteradoCrítica LiteráriaCyberpunkEditora AlephFicção Científicaficção especulativaLiteraturaNetflixNetflix BrasilNeuromancerResenhasci-fiWilliam Gibson

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