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Home Literatura Ponto e Vírgula

Alejandra Pizarnik chega, finalmente, aos leitores brasileiros

Finalmente traduzida no Brasil, poeta argentina Alejandra Pizarnik aborda a criação poética em 'Árvore de Diana'.

Marilia Kubota por Marilia Kubota
19 de junho de 2018
em Ponto e Vírgula
A A
Alejandra Pizarnik chega, finalmente, aos leitores brasileiros

Imagem: Reprodução.

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Árvore de Diana (Relicário, 2018, tradução Davis Diniz), de Alejandra Pizarnik, é um livro sobre a escrita poética, publicado em 1962. É o quarto livro da autora argentina, no qual os poemas apresentam diálogos com interlocutores como Octavio Paz e Julio Cortázar. Esta é a primeira tradução de dois livros de Alejandra no Brasil. Além de Árvore de Diana, a Relicário também lança Os trabalhos e as noites.

A expressão “árvore de diana” refere-se a um processo químico para criar uma vegetação artificial a partir de um metal. Remete ao processo de criação poética. Em seus diários, Alejandra Pizarnik traz estas inquietações: “O que escrever? Para quê? Para quem? De que maneira? Quando? Como? Por quê?”.

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Há sempre duas Alejandras, uma que anseia pela fusão cósmica com os corpos celestes, que vive imersa no mundo dos sonhos, mas é uma mulher voluntariosa, e a que percebe a impossibilidade do salto e se refugia nas sombras, como uma menina ferida:

“Eu dei o salto de mim à alba.
Eu deixei meu corpo junto à luz
e cantei a tristeza do que nasce”

***

“Salta com a camisa em chamas
de estrela a estrela.
de sombra em sombra.
Morre de morte estranha
a que ama ao vento.”

***

“Vida, minha vida, deixa-te cair, deixa-te doer, minha vida, deixa-te enlaçar de fogo, de silêncio ingênuo, de pedras verdes na casa da noite, deixa-te cair e doer, minha vida.”

Eis porque o dia é povoado por sombras, noite e o deserto, retratam a sua solidão e os múltiplos eus, dilacerados e perturbados, compondo uma paisagem de melancolia:

“só a sede
o silêncio
nenhum encontro

cuidado comigo amor meu
cuidado com a silenciosa no deserto
com a viajante com o copo vazio
e com a sombra de sua sombra”
***

“um vento frágil
cheio de rostos dobrados
que recorto em forma de objetos para amar”

***
“agora
nesta hora inocente
eu e a que fui
nos sentamos no umbral do meu olhar”

***
“O poema que não digo,
o que não mereço.
Medo de ser duas
a caminho do espelho:
alguém em mim adormecido
me come e me bebe.”

A libertação do sombrio e do mundo dos sonhos só é conseguida através da elaboração da linguagem poética:

“por um minuto de vida breve
única de olhos abertos
por um minuto de ver
no cérebro flores pequenas
dançando como palavras na boca de um mudo”

***
“Estes ossos brilhando na noite,
estas palavras como pedras preciosas
na garganta viva de um pássaro petrificado,
este verde muito amado,
este lilás cálido,
este coração só misterioso.”

***

“É um fechar os olhos e jurar não abri-los. Enquanto lá fora se alimentam de relógios e de flores nascidas da astúcia. Porém com os olhos fechados e um sofrimento na verdade demasiado grande pressionamos os espelhos até que as palavras esquecidas soem magicamente.”

O suicídio da poeta é um dado impactante em sua biografia, a ponto de ser conhecida como menina sonâmbula, pequena náufraga, bela autômata, metáforas que ela criou, mas refutadas pelo poeta César Aira, quando a crítica tenta defini-la através destes epítetos:

“não mais as doces metamorfoses de uma
menina de seda
sonâmbula agora no beiral de névoa
seu despertar de mão respirando
de flor que se abre ao vento”

***

“Dias em que uma palavra estranha se apodera de mim. Vou por esses dias sonâmbula e transparente. A bela autômata se canta, se encanta, se conta casos e coisas: ninho de fios rígidos onde me danço e me choro em meus numerosos funerais. (Ela é seu espelho incendiado, sua espera em fogueiras frias, seu elemento místico, sua fornicação de nomes crescendo sozinhos na noite pálida.)”

O suicídio da poeta é um dado impactante em sua biografia, a ponto de ser conhecida como menina sonâmbula, pequena náufraga, bela autômata, metáforas que ela criou.

Alejandra Pizarnik, pseudônimo de Flora Pizarnik, nasceu em 1936, em Avellaneda, província de Buenos Aires, filha de imigrantes judeus russos. Adotou o nome literário em 1955, com a publicação do livro La tierra más ajena (ainda sem tradução no Brasil), um ano depois de entrar na Universidade de Buenos Aires, na área de filosofia e letras, curso que não concluiu. Depois, também estudou pintura.

Suas obras seguintes foram dois volumes de poemas, La Última Inocencia (1956) e Las Aventuras Perdidas (1958). Este último marca o amadurecimento poético da autora. Entre 1960 e 1964, viveu em Paris. Escreveu para revistas, fez cursos na Sorbonne e participou da vida literária. Nessa época, conheceu Octavio Paz e Julio Cortázar, dos quais se tornou amiga. O autor de O Jogo da Amarelinha escreveu um belo poema, “Aquí Alejandra”, em homenagem a ela.

Após retornar a Buenos Aires, Alejandra publicou mais quatro livros: Los Trabajos y Las Noches (1965); Extracción de la Piedra de Locura (1968); El Infierno Musical (1971); e La Condesa Sangrienta (1971), este último em prosa. Devido a suas contínuas depressões e tentativas de suicídio (em 1970 e 1972), ficou meio reclusa nesse período.

Em 1972, permaneceu cinco meses internada numa clínica psiquiátrica. Em 25 setembro, saiu da clínica para passar o fim de semana em casa e tomou uma superdose do sedativo seconal sódico. Tinha 36 anos.

ÁRVORE DE DIANA | Alejandra Pizarnik

Editora: Relicário Edições;
Tradução: Davis Diniz;
Tamanho: 106 págs.;
Lançamento: Abril, 2018.

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Tags: Alejandra PizarnikArvore de Dianabook reviewcrítica literáriaDavis DinizEditora RelicárioJulio ortázarliteraturaliteratura argentinaoctavio pazpoesiapoesia argentinaRelicário Ediçõesresenharesenha de livrosresenha literáriareviewtradução
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