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‘Chão de Peixes’, de Lúcia Hiratsuka, une poesia e aquarela japonesa

Lúcia Hiratsuka escreve e ilustra livros para crianças de todas as idades: 'Chão de Peixes' é um deles.

porMarilia Kubota
28 de agosto de 2018
em Literatura
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‘Chão de Peixes’, de Lúcia Hiratsuka, une poesia e aquarela japonesa

Imagem: Reprodução.

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Chão de Peixes (Pequena Zahar, 2018), de Lúcia Hiratsuka, é uma obra de encantamento para crianças de todas as idades. O jogo entre imagem e texto apresenta um formato de publicações japonesas, em que a ilustração não é um acessório na narrativa, mas cumpre uma função dentro de um gênero conhecido como narrativa ilustrada.

A aquarela japonesa – o sumi-ê – é uma das técnicas usadas pela escritora para ilustrar seus livros. Com poucos traços, as imagens surgem mais nos vazios da página do que nos espaços preenchidos. No texto de contracapa de Chão de Peixes há a menção de que os poemas do livro foram livremente inspirados na forma poética do haicai. Os poemas não seguem as normas do haicai. Com o sumi-ê, formam uma composição harmoniosa.

O livro remete à infância e ao contato com a natureza. A natureza é a doméstica, preservada no jardim.

O livro remete à infância e ao contato com a natureza. A natureza é a doméstica, preservada no jardim. A ideia de conter a natureza num jardim, presente no conceito do jardim zen, feito de pedras e areia, é transmutado para o quintal brasileiro, onde ordem e desordem convivem e certa invasão do mundo selvagem é desejável como contraponto ao excesso civilizatório.

Pequenos animais, como formigas, grilos, vagalumes e caracóis, convivem com carpas japonesas, galinhas, coelhos, laranjas, berinjelas e abóboras, capim e rosas, arranjados num cenário familiar dentro da paisagem nacional.

A disciplina da arte japonesa soma à descontração e colorido da paisagem brasileira. Na doce transgressão e contaminação de formas, há o resgate de tradições e invenção de desequilíbrios musicais:

“uma libélula
olha a tarde que
cai nas suas asas
estrelas, estrelas, estrelas…
lumes, lumes, lumes, vagam lumes, vagam lumes…

é noite de gala?

a lua de hoje
ilumina também
uma lagartixa”

A dissonância faz lembrar que a assimetria é uma busca na estética japonesa. O Chão de Peixes é a possibilidade de o quintal navegar pelos olhos da criança ou da avó, que, com um rabisco na terra, ensina a soltar a imaginação:

“Chão de Peixes”

“Risco o chão de terra batida,
o corpo alongado, os olhos, as nadadeiras…

Mais riscos e rabiscos mil,
o corpo, as escamas, as nadadeiras…

e o meu quintal vira mar.

Paisagem

Entre vales e montanhas,
uma caverna
que guarda
o riso dos pescadores,
os ossos dos peixes
e as águas que passam.

som das ondas
passos apressados
palco de areia

os siris em cena”

Em poucas linhas e poucos traços, um mundo se descortina no limite de uma natureza a um toque de dedos. Lúcia faz ter a certeza que a literatura para crianças é para ser lida por crianças de todas as idades, todos os tempos e todos os lugares.

Lúcia Hiratsuka nasceu em 1960, no sítio Asahi, em Duartina, no interior de São Paulo. É formada em Artes Plásticas e em 1980 esteve no Japão, a convite do Governo de Fukuoka, para pesquisar os livros ilustrados. Recebeu o Jabuti de Ilustração e Melhor Recontto FNLIJ em 2008, além de vários selos de Altamente Recomendável. Seu livro Orie, publicado pelo selo Pequena Zahar, da Editora Zahar, foi eleito o Melhor Livro para Crianças da FNLIJ/2015 e escolhido para o prestigioso catálogo White Ravens da Biblioteca de Munique e para a Lista de Honra FNLIJ-IBBY-2016.

CHÃO DE PEIXES | Lúcia Hiratsuka

Editora: Pequena Zahar;
Tamanho: 48 págs.;
Lançamento: Fevereiro, 2018.

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Tags: Book ReviewChão de PeixesCrítica LiteráriaEditora ZaharFNLIJLiteraturaLiteratura BrasileiraLiteratura Infantojuvenillivro de imagemLúcia Hiratsukanarrativas ilustradasPequena ZaharPoesiaPrêmio JabutiResenhaReviewsumi-e

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