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Home Literatura Ponto e Vírgula

‘Dois’: os tempos de chumbo por Oscar Nakasato

Segundo romance do escritor londrinense Oscar Nakasato, 'Dois' é um retrato necessário para os dias de fúria.

Jonatan Silva por Jonatan Silva
13 de abril de 2018
em Ponto e Vírgula
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'Dois': os tempos de chumbo por Oscar Nakasato

Imagem: Reprodução.

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Para Oscar Wilde, dramaturgo irlandês, o governo é responsável por tiranizar o corpo; a Igreja, a alma; e o povo tiraniza corpo e alma. A frase d’A Alma do homem sob o socialismo, de 1891, nunca pareceu fazer tanto sentido quanto agora. A polarização da política brasileira não é novidade: a atual caça à esquerda é um reflexo histórico do que foi vivido durante o Estado Novo e, depois, no regime militar. Dois, o segundo romance do londrinense Oscar Nakasato, que – sob polêmicas – recebeu o Jabuti em 2012 por Nihonjin, é um retrato da neurose dicotômica entre comunistas e conformados durante os anos de chumbo.

Como um tiro certeiro, a obra é precisa ao construir uma narrativa intimista e pretensiosa sobre um dos piores momentos da história brasileira por meio dos olhos de dois irmãos: o primogênito Zé Paulo, conservador e quieto, e Zé Eduardo, militante do partidão e idealista. A morte de Zé Carlos, o irmão do meio, conciliador e policial militar, deixa um buraco na família. Só resta a Zé Eduardo deixa o interior do Paraná e se mudar para São Paulo, onde ingressa no Partido Comunista.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Narrado em primeira pessoa, por cada um dos dois irmãos, o livro é gigante ao estabelecer paralelos entre os absurdos do militarismo e dos nossos tempos. Nakasato, como Moacyr Scliar no belíssimo Eu vos abraço, milhões, registra o surgimento do comunismo no Brasil – e sua atuação – com um quê de heroísmo, sem que abandone os seus pecadilhos. Enquanto para Zé Paulo, o irmão está envolvido com baderneiros e assaltantes de banco, para Zé Eduardo, sua missão é salvar ao país. Talvez, ambos estejam certos… e errados, ao mesmo tempo.

Trazer gente do povo para representar esses papéis, tão importantes para entender nossa própria história, é uma estratégia audaciosa e que parece ter dado certo.

Dois não é uma obra panfletária, porém, não se exime de criticar a direita reacionária. Os Josés representam pessoas comuns, que podemos encontrar em qualquer rua de qualquer cidade. Trazer gente do povo para representar esses papéis, tão importantes para entender nossa própria história, é uma estratégia audaciosa e que parece ter dado certo.

Ao contrário de Batismo de sangue, clássico de Frei Betto, Nakasato deixa de lado a questão da tortura física, se propondo a escrutinar as feridas familiares por uma escolha tida como controversa. Ainda assim, Dois é um livro corajoso e pungente. Esse olhar, menos violento fisicamente e mais subjetivo, é importante para compreender os bastidores da guerra inflada entre direita e esquerda.

Zé Paulo e Zé Eduardo são o Esaú e Jacó de Nakasato. Machado, por certo, se orgulharia. Da mesma maneira, os irmãos são um reflexo do outro – a inversão, a contrariedade, o duplo. É preciso talento para compor um cenário tão meticuloso, e colhões para revolver essa terra (ainda) fofa de uma repressão que não parece estar tão morta quanto deveria.

DOIS | Oscar Nakasato

Editora: Tordesilhas;
Tamanho: 184 págs.;
Lançamento: Novembro, 2017.

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Tags: book reviewcomunismoCríticacrítica literáriaDoisEstado Novoliteraturaliteratura brasileiraliteratura paranaenseNihonjinOscar Nakasatopartido comunismoregime militarresenhareviewTordesilhas
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