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Home Literatura Ponto e Vírgula

‘Rostos na Multidão’: Valeria Luiselli através do espelho e o que ela encontrou por lá

Em 'Rostos na Multidão', a escritora mexicana Valeria Luiselli reflete sobre a possibilidade de conciliar a literatura e a maternidade.

Eder Alex por Eder Alex
25 de maio de 2016
em Ponto e Vírgula
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'Rostos na Multidão': Valeria Luiselli através do espelho e o que ela encontrou por lá

Autora mexicana Valeria Luiselli. Imagem: Reprodução.

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Em meio a uma rotina com trabalho, amigos, marido e filhos, há espaço para algo que seja literatura? A jovem destra que segura o bebê com a mão direita e escreve com a mão esquerda tenta forçar as grades da existência e transformar realidade em ficção, mas não sabemos se ela faz isso como um método de consolo ou de alheamento.

Rostos na Multidão, lançado pela editora Alfaguara, com tradução de Maria Alzira Brum Lemos, conta com o estranhamento proporcionado pela prosa incomum da jovem escritora mexicana Valeria Luiselli (que virá ao Brasil este ano para participar da próxima edição da Festa Literária Internacional de Paraty). Este estranhamento nasce não apenas da intricada estrutura narrativa, que veremos adiante, como também da própria linguagem que possui um ritmo ágil, mas ao mesmo tempo contemplativo, às vezes até filosófico, pois ela está a escrever “Um romance silencioso, para não acordar as crianças”.

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O jovem personagem, que vive no México e passou alguns anos nos EUA, tenta escrever ficção, mas o ritmo na sua narrativa é comandado não por uma opção estética, mas, sim, pela vida real: “Eu tenho uma bebê e um menino médio. Não me deixam respirar. Tudo o que escrevo é – tem que ser – de curto fôlego. Pouco ar”. Assim como em Ana de Amsterdam, de Ana Cassia Rebelo (leia a crítica aqui), temos aqui laços de profunda ternura, mas trata-se de algo bem distante do deslumbre com a maternidade que em geral compõem o discurso do senso comum.

Os pequenos fragmentos de memórias e invenções vão se misturando e estas elucubrações aos poucos vão dando forma a um pequeno fio narrativo: o marido é engenheiro, planeja o futuro no papel, um horizonte de cálculos e construções abortadas; o filho mais velho desvenda e reinventa o mundo através da linguagem; ela é uma moderada cleptomaníaca, gosta de literatura, e quando mais jovem trabalhou numa editora norte-americana tentando descobrir autores hispânicos que pudessem interessar ao público ianque.

Suas memórias vagam por diversas experiências sexuais e reflexões sobre a solidão: “Quando alguém morou sozinho durante muito tempo, o único modo de afirmar que continua existindo é articular as atividades e as coisas em uma sintaxe compartilhável: este rosto, estes ossos que caminham, esta boca, esta mão que escreve”. Há, sobretudo, uma vontade de desaparecer, de se diluir nas páginas que ela vai preenchendo “Deixar uma vida. Dinamitar tudo. Não, não tudo: dinamitar o metro quadrado que a gente ocupava entre as pessoas. Mais precisamente: deixar cadeiras vazias nas mesas que se compartilha com os amigos, não como metáfora, mas na realidade, deixar uma cadeira, tornar-se um buraco para os amigos, permitir que o círculo de silêncio em torno da gente se alargue e se encha de especulações. O que poucos entendem é que alguém deixa uma vida para começar outra”.

Seguindo uma linha evidentemente inspirada pelo escritor espanhol Enrique Vila-Matas, Valeria Luiselli passa a fazer um interessante jogo de espelhos.

Quando a protagonista se depara com o poeta Gilberto Owen, que nasceu no México e morreu na Filadélfia no final dos anos 1950, nasce uma obsessão que irá transformar toda a estrutura do livro. Seguindo uma linha evidentemente inspirada pelo escritor espanhol Enrique Vila-Matas, autor dado a esse recurso de incorporar o fascínio por outros escritores no meio da narrativa, Valeria Luiselli passa a fazer um interessante jogo de espelhos. Após receber uma recusa de seu editor, a protagonista resolve inventar um manuscrito de Gilberto Owen, falsificando memórias com objetivo de criar um misterioso mito literário à semelhança de Roberto Bolaño (badalado escritor chileno). A partir daí, de modo gradual, o próprio Owen começa a assumir o comando da história no lugar da jovem escritora e então temos um livro dentro de outro(s) livro(s) que passa a se comportar de forma antropofágica.

Parece-me que Luiselli se perde um pouco quando essa estrutura se torna tão intricada que passa a subtrair a trama em prol do estilo, mas o fato da autora optar pelo anticlímax demonstra coragem e pouco interesse em se deixar levar por determinadas concessões para agradar o leitor.

No fim das contas, o livro nos faz pensar sobre como preenchemos nossos vazios interiores com literatura. O que sobra de nós mesmos, daquilo que éramos ou pensávamos que seríamos, quando tudo o que temos é uma pilha de livros, uma vida banal, e uma enorme solidão no peito?

Rostos na Multidão é um romance maduro, inteligente e absolutamente sensível. Trata-se de um livro que causa encanto e ao mesmo tempo desassossego. Isso tudo vindo de uma autora com apenas trinta e poucos anos.

Valeria Luiselli, anotem esse nome.

ROSTOS NA MULTIDÃO | Valeria Luiselli

Editora: Alfaguara;
Tradução: Maria Alzira Brum;
Tamanho: 168 págs.;
Lançamento: Julho, 2012.

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Tags: book reviewCríticacrítica literáriaEditora AlfaguaraliteraturaLiteratura Contemporânealiteratura mexicanaresenhareviewRostos na MultidãoValeria Luiselli
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