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Home Literatura Ponto e Vírgula

‘Que sejamos perdoados’: o humor negro na medida certa

Petê Rissatti por Petê Rissatti
20 de julho de 2017
em Ponto e Vírgula
A A
Que Sejamos Perdoados - A.M. Homes

A. M. Homes. Foto: David Shankbone.

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A literatura é também a arte de “reciclar” assuntos, pois, desde a Bíblia, ao menos aqui no Ocidente, onde tudo já foi contado. Todos os temas explorados à exaustão, e cabe a nós reinventarmos a roda todas as vezes que desejamos contar uma história. Quem consegue tirar daquele assunto mais que batido aquele diamante bem-lapidado vai bem nessa brincadeira, e é o que acontece em Que sejamos perdoados, de A. M. Homes (Amy M. Homes), com ótima tradução de Débora Landsberg.

E a pedra bruta (o conto May We Be Forgiven) ganhou notoriedade quando seu primeiro capítulo foi escolhido para figurar na 100ª edição da famosa revista literária Granta, editada por William Boyd, e também selecionado por Salman Rushdie para entrar na famosa coletânea The Best American Short Novel, ambos em 2008. Lançado como romance em 2012 pela Vintage Books, venceu o Women’s Book Prize como melhor romance, em 2013.

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Dois irmãos

Todo esse preâmbulo serve para contar um pouco do histórico do livro antes de chegarmos à história, que, como comentei, já foi bastante explorada: o enfrentamento de irmãos. Claro, a coisa não chega a degringolar como em Caim e Abel, mas o rumo que a história criada por Homes toma é bastante inusitado.

O jornalista e historiador Henry Silver, especialista no ex-presidente Nixon, é irmão de George Silver, o cara que é “tudo mais” se comparado àquele: mais velho, mais alto, mais bem-sucedido, diretor de uma grande emissora de televisão. Dois filhos distantes, uma mulher linda, uma fila de puxa-sacos enchendo sua mesa no dia de Ação de Graças.

Até que, num momento de descontrole, George acaba causando um acidente gravíssimo. E um parafuso se solta. A partir daí, torna-se um homem imprevisível. Henry, cuja vida de jornalista e historiador não está lá essas coisas, acaba tendo que dar conta da avalanche que o irmão causa. Os sobrinhos acabam sob sua guarda. Sua mulher resolve abandoná-lo no meio do caminho. E os problemas familiares, aqueles que costumamos jogar para baixo do tapete, ressurgem num turbilhão. Além de novas personagens que surgem para botar um pouco mais de emoção na vida do coitado, inclusive Tessie, uma cachorrinha.

Aí está montado o cenário para uma sátira por vezes hilariante, por vezes assustadora da sociedade moderna.

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Porém, Homes não joga uma palhaçada no nosso colo pra gente gargalhar, mas ela vai montando um quebra-cabeças de situações extremamente possíveis e ao mesmo tempo absurdas.

Na lâmina do humor

Preciso admitir uma coisa (estou admitindo muitas coisas aqui n’A Escotilha): eu também tenho uma queda por humor mais ácido, cáustico. Quanto mais pesado para mim, melhor. E Homes consegue trazer essa característica sem deixar o texto grotesco, e aí está um belo desafio para quem lida com esse humor mais azedinho. As situações apresentadas por Homes, desde as mais simples (como o jantar de Ação de Graças ou um irmão coçar a bunda do outro, pois este está imobilizado em uma maca) até as mais extremas (como a cena do derrame de Henry), mostram um senso de humor aguçado, que pende muito para o hilariante.

Porém, Homes não joga uma palhaçada no nosso colo pra gente gargalhar, mas ela vai montando um quebra-cabeças de situações extremamente possíveis e ao mesmo tempo absurdas, e o riso começa tímido, até meio envergonhado, mas logo descamba para a gargalhada.

Em diversos momentos, o protagonista vai relembrando fatos históricos do presidente Nixon, que às vezes ele relaciona diretamente com a própria vida, ora simplesmente usa como um “passatempo” de Henry, o especialista. Nós, aqui no Brasil, não temos muito essa dimensão, mas nos EUA a vida do ex-presidente já foi virada e revirada do avesso, o que torna ainda mais divertido o livro quando se imagina a quantidade de conhecimento inútil que o protagonista carrega consigo e usa das maneiras mais absurdas. Mais um ponto para o humor.

Que sejamos perdoados traz muitos risos nervosos e incômodos, pois não é difícil se imaginar em algumas das situações em que Henry (e até mesmo George) se mete, às vezes voluntariamente, outras vezes por conta de suas bebedeiras ou problemas. Os diálogos rápidos e muito verossímeis são um ponto forte do livro e da tradução, que inclusive foi objeto de estudo da tradutora durante o mestrado (clique aqui para acessar).

A impressão que dá é que estamos acompanhando Henry muito de perto. E mesmo com todo o humor que beira ao escárnio e um tanto de amargura que sentimos durante a “evolução” de Henry Silver, acabamos enxergando como nós, humanos, somos frágeis, pecinhas delicadas no grande moedor que é a sociedade. São nos momentos de emoção que A. M. Homes ganha a gente de verdade.

[box type=”info” align=”” class=”” width=””]QUE SEJAMOS PERDOADOS | A. M. Homes

Editora: Alfaguara;
Tradução: Debora Landsberg;
Quanto: R$ 41,03 (592 págs);
Lançamento: Outubro, 2014.

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Tags: A. M. HomesAlfaguaraCompanhia das Letrascrítica literáriaDébora LandsbergliteraturaLiteratura ContemporâneaQue sejamos perdoadosresenhareview
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