A segunda-feira costuma começar em primeira marcha. Mesmo sem botar uma gota de álcool na boca, parece que o primeiro bocejo, assim que o despertador toca, vem com sabor de ressaca das bravas. Faustão, Fantástico e as Pegadinhas do Silvio Santos tornaram-se evidências de um passado distante e você se depara enfrentando trânsito, toneladas de e-mails e uma pauta cheia de trabalho para fazer, acompanhada do bom e velho café. Talvez – e só talvez – esse cenário seja o pior entre todos para falar sobre músicas que automaticamente levam você as mais paradisíacas das praias.
Mas quando falamos em sons que combinam com a praia, é comum que muitas associações sejam ligadas diretamente ao reggae e ao dub por conta daquela corrente do positive vibrations, predominante em muitas faixas. As poucas referências que se dão a outros estilos acabam caindo ou no hip-hop com elementos do pop ou no rock, puxado um pouco mais para as guitarras limpas e rápidas do ska. Apenas para registrar alguns casos, é comum que nos principais palpites para se montar uma boa playlist predominem os nomes de Bob Marley e também do Sublime.
Mas existe uma banda do cenário atual que merece atenção, principalmente às vésperas de lançar seu novo álbum. Ballyhoo! é uma mistura de conceitos que chamam a atenção de quem descobre a banda.

Suas músicas são punks demais para serem reggae, seus sons simples disfarçam a complexidade dos instrumentos e dos efeitos e, só para fechar, a banda faz um som tão incrível e característico da Califórnia que você nem desconfia que, na verdade, eles são de Maryland. Além disso, ao contrário das bandas tradicionais do gênero, como Tomorrow Bad Seeds, Passafire e Rebelution, que falam sobre boas vibes e, às vezes, sobre maconha, Ballyhoo! usa temáticas diferentes nas letras que compõe os deliciosos instrumentais de beira-mar. Faixas como “When They Told Me”, “Pathetic” e “Ricochet” abordam a solidão e a depressão, enquanto “Say I’m Wrong”, “Lost at Sea” e “Love Letters” trazem luais românticos, feito especialmente para casais apaixonados.
O contraste também existe em canções como “Phantoms”, “Outta My Mind” e “Run”, que misturam o espírito Blink-182 e as festas adolescentes enquanto “She Wants to Destroy Me”, “Walk Away” e “Diamonds” misturam os teclados e os scratchs clássicos do dub.
Suas músicas são punks demais para serem reggae, seus sons simples disfarçam a complexidade dos instrumentos e dos efeitos e, só para fechar, a banda faz um som tão incrível e característico da Califórnia que você nem desconfia que, na verdade, eles são de Maryland.
Em resumo, cada álbum da banda de Maryland é uma mistura de emoções, sentimentos e estilos que, de maneira muito curiosa, combina muito bem com a atmosfera litorânea, com batidas bem contagiantes e um vocal bom de ouvir, sem sotaques forçados ou cantos arrastados demais.
Agora, prestes a lançarem mais um novo álbum, que ainda não tem nome, eles prometem mais. No final do ano passado, os garotos lançaram a faixa “Beach Party”, que combina bem o single “Fast Times”, lançado em maio deste ano. Ambas as faixas mostram a mistura de emoções e estilos, usando temáticas de alegria e festa, mas com um ritmo mais lento e tranquilo. A banda confirmou que as faixas estarão presentes no full-lenght e que, aparentemente, trará uma banda mais madura e excitante faixa a faixa, como vêm fazendo álbum a álbum.
O disco ainda não tem previsão de lançamento. A estimativa é que o compacto seja lançado no primeiro semestre de 2016 e já tem três faixas confirmadas. Enquanto isso, podemos planejar inúmeros bate-voltas ao litoral e com uma playlist bem interessante, se depender de todo o material já lançado.
Para quem quiser ouvir, os dois singles “Beach Party” e “Fast Times” estão disponíveis no Spotify, juntos com os quatro álbuns lançados pela banda. Só posso dizer que, para animar essa segundona e de quebra planejar um final de semana, vai valer muito a pena.