Deborah é uma garota com um sobrenome peculiar: Babilônia. “É sobrenome mesmo”, avisa de antemão a Deb Babilônia em seu perfil no Instagram. Frontwoman (yeah!) da banda Deb And The Mentals, não tem apenas um sobrenome legal, [highlight color=”yellow”]mas um vocal forte e grave aliada à uma baita presença de palco que segura a onda da banda toda[/highlight] e os faz serem facilmente diferenciados de qualquer outro grupo que tente retomar a estética grunge-garage-skate-punk, tudo misturado assim mesmo, dos anos 90 e início dos 2000.
Na noite passada, em Curitiba, um público pequeno de mais ou menos cinquenta pessoas pode conferir a ótima performance da banda no Trip Bar, show que faz parte de uma turnê recente da banda pelo Brasil com o Water Rats. Ao vivo, não deixam absolutamente nada a desejar para quem escuta e curte o material de estúdio da banda.
Musicalmente, apesar de todas as referências de uma época serem extremamente marcantes e identificáveis, a banda não deixa de ter sua própria identidade.
Deb And The Mentals é um combo explosivo não apenas pela presença da vocalista, mas pelos músicos Giuliano Di Martino (bateria), Guilherme Hypolitho (guitarra) e Stanislaw Tchaick (baixo), com passagens por bandas como End Hits, Veronica Kills e Water Rats. Tanto o EP de estreia, Feel The Mantra (2015), quanto o primeiro disco oficial da banda, Mess (2017) foram produzidos por Alexandre Capilé (Sugar Kane) no Estúdio Costella, em São Paulo.
Mess, o álbum lançado em março desse ano, foi masterizado no estúdio Sterling Sound de Nova York e é um belo trabalho de estreia, com onze faixas e pouco menos de 30 minutos muito bem encaixados que te deixam com vontade de ouvir mais. O disco tem participações de nomes como Alê Briganti, baixista da Pin Ups (SP), Rafael Brasil, guitarrista da Far From Alaska (RN), Rick Mastria, do Dead Fish (SP), o baterista André Dea (Sugar Kane e ex-Vespas Mandarinas). Já a distribuição do material está por conta da Lajä Records, de Vila Velha (ES), um dos selos independentes mais importantes do país encabeçado pelo melhor-pior marqueteiro existente nesse Brasil, Fabio Mozine. A cena hardcore brasileira, aliás, deve muito a este homem.
Por fim, não é à toa que Deb And The Mentals mexe com os sentimentos de quem foi adolescente entre 1990 e o começo dos anos 2000: [highlight color=”yellow”]até mesmo a estética visual da banda lembra os tempos áureos da MTV Brasil[/highlight], desde os videoclipes – numa pegada de filmagem caseira em fita VHS e imagens cheias de ruído e chiados tão características da TV aberta, um passado tão recente – até a logo da banda, uma homenagem quase descarada ao primeiro logotipo da MTV no país.
Musicalmente, apesar de todas as referências de uma época serem extremamente marcantes e identificáveis, a banda não deixa de ter sua própria identidade, produzindo e tocando com muita consistência e personalidade. Vale conferir.