• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Música

Novo disco de Mônica Salmaso explora universo caipira bastante particular

porRenan Guerra
21 de agosto de 2017
em Música
A A
Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Nesses quase 30 anos de carreira, Mônica Salmaso já ouviu todos os tipos de elogios, porém, todos merecidos, já que é uma das melhores cantoras nacionais da atualidade. Culta e cuidadosa, Salmaso conhece a sua voz de forma extremamente técnica e sabe nos levar pelos caminhos mais distintos, por isso mesmo é que ao se ver a notícia de que seu novo disco se chama Caipira, já é de se esperar que este seja o universo caipira de Mônica e de mais ninguém.

Construído de forma bastante detalhada, com toda a pesquisa usual da intérprete, Caipira surgiu como ideia ainda no show “Casa de Caboclo”, no início dos anos 2000, ao lado do violeiro Paulo Freire. Nesse encontro com a pesquisa de Freire é que se formou esse universo caipira da cantora, que esperou mais de dez anos para nascer.

Caipira de Mônica Salmaso
Capa de ‘Caipira’. Foto: Divulgação.

Trazendo modas clássicas de viola, Caipira também apresenta releituras de compositores como Cartola e Roque Ferreira, geralmente associados ao universo urbano. Dentro do repertório, aparece, por exemplo, “Água da Minha Sede” (Dudu Nobre/Roque Ferreira), um samba que já foi gravado por Zeca Pagodinho e por Roberta Sá, mas que na versão de Mônica ganha as cordas da viola caipira e a sonoridade brejeira das flautas.

Também curioso no repertório é a escolha de “Bom dia”, composição de Gilberto Gil e Nana Caymmi (única faixa composta pela cantora), uma canção que quase mira o idílico, ao versar sobre uma amanhecer, em que a voz, apaixonada, diz para o outro acordar, falando da beleza do sol que raiou, mas que é quebrada pelo som da usina que já tocou, trazendo a faixa para um cenário bastante urbano, mercantilizado, em que “o dia te exige / o suor e braço / pra usina, do dono / do teu cansaço”.

O disco de Salmaso canta um Brasil que praticamente não existe mais, que se perde aos poucos.

Fica bem claro que o caipira de Mônica Salmaso vai bem além do conceito clássico do gênero musical, mas contempla-se como um estado de espírito, uma forma de olhar a vida e o Brasil, de forma delicada e sincera, algo ressaltado pelo cuidado dos arranjos, que algumas vezes aparece encorpado, mas muitas vezes surge mínimo, como se estivéssemos sentados numa varanda, viola & voz, a ouvir Mônica cantar.

“Leilão”, faixa de Hekel Tavares e Joracy Camargo, composta em 1933, é um desses casos que traz apenas a voz de Salmaso e a viola de Neymar Dias, e nada mais precisa. Faixa que conta a dolorosa separação de um casal de escravos, quando da venda da esposa para outro dono, é talvez o momento mais delicado e belo de Caipira, canção de apertar o peito e fazer chorar.

Dentro do repertório, ainda destacam-se “Minha vida”, de Carreirinho e Vieira, “Baile Perfumado”, de Roque Ferreira, e a faixa título, de Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro. Além disso, vale ouvir com cuidadosa atenção o encontro de Salmaso com o mestre Rolando Boldrin, em “Saracura três potes”, faixa de Cândido Canela e Téo Azevedo, que havia sido gravada na década de 1980 por Tonico & Tinoco.

“Caipira” tem ar quase de pesquisa histórica, de uma artista que nos reapresenta um Brasil, naquele mesmo espírito à la Maria Bethânia, de cantar o Brasil mais brejeiro, dos rincões, aquele quase perdido. Em entrevista ao Correio Brasiliense, Mônica afirmou: “esse é meu disco caipira, com todo o respeito que eu tenho pelo Brasil mais profundo. Neste momento, é mais urgente do que nunca, respeitarmos o que somos e cuidarmos da gente”.

O disco de Salmaso canta um Brasil que praticamente não existe mais, que se perde aos poucos, o que ressalta mais uma vez que a artista parece viver em um espaço-tempo distinto do nosso, onde ela nos apresenta o passado em outros ritmos. No final das contas, surge mais um grande e atemporal trabalho de Mônica Salmaso, por isso ignore a capa bastante brega de Caipira e dê chance a esse belo disco.

Ouça ‘Caipira’ na íntegra no Spotify

link para a página do facebook do portal de jornalismo cultural a escotilha

Tags: CaipiraCrítica MusicalGilberto GilMaria BethâniaMônica SalmasoMúsicaNana CaymmiResenhaRoberta SáRolando BoldrinRoque FerreiraTonico e TinocoZeca Pagodinho

VEJA TAMBÉM

Banda carioca completou um ano de atividade recentemente. Imagem: Divulgação.
Entrevistas

Partido da Classe Perigosa: um grupo essencialmente contra-hegemônico

29 de maio de 2025
Nile Rodgers carrega muito talento e hits em sua carreira de quase 50 anos. Imagem: Imagem: Divulgação.
Música

C6 Fest – Desvendando o lineup: Nile Rodgers & Chic

22 de maio de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Calçadão de Copacabana. Imagem: Sebastião Marinho / Agência O Globo / Reprodução.

Rastros de tempo e mar

30 de maio de 2025
Banda carioca completou um ano de atividade recentemente. Imagem: Divulgação.

Partido da Classe Perigosa: um grupo essencialmente contra-hegemônico

29 de maio de 2025
Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Rob Lowe e Andrew McCarthy, membros do "Brat Pack". Imagem: ABC Studios / Divulgação.

‘Brats’ é uma deliciosa homenagem aos filmes adolescentes dos anos 1980

29 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.