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O retorno da música universal: ‘No Mundo dos Sons’, de Hermeto Pascoal & Grupo

Lançado em 2017, 'No Mundo dos Sons' trouxe de volta Hermeto Pascoal, um dos mais geniais músicos do Brasil e do Mundo.

porRômulo Candal
3 de agosto de 2017
em Música
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hermeto pascoal e grupo - no mundo dos sons

Da esquerda para a direita: Fábio Pascoal, André Marques, Ajurinã Zwarg, Hermeto Pascoal, Itiberê Zwarg e Jota P. Foto: Reprodução/Selo Sesc.

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É muito difícil escrever sobre Hermeto Pascoal sem resvalar nos clichês. “Bruxo”, “Campeão”, “música universal”, “alegria”, “experimentalismo”… Qualquer um desses termos é utilizado em quase todo texto já criado em referência a esse que é um dos grandes brasileiros de todos os tempos – faça uma busca por eles no Google, se quiser ver com os próprios olhos.

Mas curioso mesmo é pensar que, se existe uma definição que não se encaixa na obra de Hermeto, essa definição é justamente a que tanto atrapalha quem tenta discorrer sobre sua obra: “clichê”. O compositor/multi-instrumentista/arranjador pernambucano, que acaba de lançar No Mundo dos Sons, seu 24º disco, segue desafiando estruturas e levando sua música ainda além.

Primeiro lançamento com banda em quinze anos (Chimarrão com Rapadura, álbum de 2006, foi gravado apenas por Hermeto e sua esposa, a cantora, compositora e dançarina Aline Morena), No Mundo dos Sons traz um frescor impressionante aliado à qualidade já esperada do múltiplo artista Hermeto Pascoal.

Para esse registro duplo, Hermeto reuniu um timaço que é mais uma nova variação de seu grupo de sempre: um quinteto formado por Jota P. nos sopros, André Marques ao piano, Fábio Pascoal – filho de Hermeto – na percussão, o fiel escudeiro Itiberê Zwarg no baixo, e seu filho, Ajurinã Zwarg, na bateria. É essa escalação a responsável por executar as composições de Hermeto e colaborar com suas interpretações inspiradas.

O álbum foi lançado em parceria pela Scubidu Records e pelo Selo Sesc, e foi todo gravado em apenas oito dias no estúdio Gargolândia em Alambari, SP. Como todo bom disco de Hermeto Pascoal & Banda, No Mundo dos Sons foge dos clichês trazendo estruturas sofisticadas e referências diversas.

Quem só ouvir a primeira faixa, “Viva São Paulo!”, por exemplo, pode ter a impressão de que está diante de um álbum mais complexo do que Mundo Verde Esperança, LP de 2002 que tinha arranjos ainda um pouco mais intrincados do que o costumeiro para o Bruxo. Porém, logo em seguida, essa sensação se dissipa: “Vinícius Dorin em Búzios”, segunda música do disco, é uma bela quase-bossa, de clima sereno e tema melódico altamente assoviável.

A variação de gêneros e climas, característica presente em toda a carreira de Hermeto Pascoal, está muito presente em No Mundo dos Sons.

A variação de gêneros e climas, característica presente em toda a carreira de Hermeto Pascoal, está muito presente em No Mundo dos Sons. É o que o próprio artista chama de “música universal”: a multiplicidade de ritmos, harmonias e melodias, a misturança que gera uma música atemporal e que não se prende a fronteiras. Hermeto evoca o tango e o jazz latino em “Viva Piazzola!”; a ciranda em “Mazinho Tocando no Coreto”; o jazz fusion em “Para Miles Davis”. O nome do disco é um resumão dessa festa toda: tem frevo, tem forró, tem jazz standard – tem espaço pra tudo no mundo dos sons.

No Mundo dos Sons traz outra marca recorrente de Hermeto: as músicas dedicadas a lugares, artistas e parceiros da vida. Os já citados Vinícius Dorin, Astor Piazzola, Mazinho e Miles Davis se juntam a um time que inclui Tom Jobim (“Para Tom Jobim”), Sivuca (“Forró da Gota para Sivuca”), Chick Corea (“Um Abraço Chick Corea”), Edu Lobo (“Viva Edu Lobo!”) e Carlos Malta (na bela“Carlos Malta Tupizando”). Ainda cabem dedicatórias a familiares, como a falecida esposa, Ilza da Silva (“Ilza Nova”) e Rafael, bisneto de Hermeto que morreu aos três anos em 2016 (na emocionante “Rafael Amor Eterno”).

A música de Hermeto Pascoal & Grupo é discrepância pura. Dita “complicada” por tantos, possui alma singela e evoca uma ancestralidade ao mesmo tempo opulenta e elementar – uma arte que é tão rebuscada na forma quanto simples na essência. Possui sofisticação e cheiro de mato. Funciona em teatros, fones de ouvido ou festas populares.

Tentando fugir dos clichês, busco uma nova terminologia. Tenho pra mim que Hermeto, aos 81 anos, é menos um bruxo e mais um alquimista: um homem meio cientista e meio místico, que mistura elementos e técnicas para transmutar sentimentos e emoções em música. No Mundo dos Sons é apenas mais uma prova do que Hermeto – considerado “um dos músicos mais importantes do planeta” pelo genial trompetista e compositor norte-americano Miles Davis – já cansou de mostrar: sua criação é mais do que brasileira, é universal. E que Hermeto é mais do que músico, é musicalidade encarnada.

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Tags: Crítica MusicalHermetoHermeto PascoalHermeto Pascoal & GrupoItiberê ZwargjazzMúsicaMúsica Brasileiramúsica instrumentalmúsica universalNo Mundo dos SonsResenhaScubidu RecordsSesc

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