OSe Rasgum chega à sua edição de 2024 como um dos maiores e mais relevantes eventos de música independente do Brasil. Realizado em Belém, o festival destaca a riqueza cultural da região Norte, atraindo um público diversificado e consolidando-se como uma plataforma essencial para artistas emergentes e consagrados.
A edição de 2024 chega em um momento crucial para a música brasileira. Em um cenário marcado pela digitalização e pela mudança nos hábitos de consumo, eventos desse porte desempenham um papel fundamental na promoção de artistas que desafiam as convenções e exploram novas sonoridades. Para o público, o festival é uma oportunidade única de descobrir novas vozes e se conectar com a vibrante cena musical do Norte do Brasil.
Este ano, o Se Rasgum promete uma programação ainda mais intensa, com uma mistura de sons que reflete a pluralidade e a efervescência da cena musical brasileira – e com um olhar sempre atento ao cenário internacional, tendo como ponto de partida a capital paraense enquanto radar de seu próprio ser musical.
Um festival na maioridade
Com quase 20 anos de estrada, o Se Rasgum surge em 2006 com uma proposta ousada: criar um espaço que desse visibilidade à produção musical independente do Pará. O evento nasceu de uma iniciativa coletiva, impulsionada por artistas e produtores locais que queriam romper as barreiras geográficas e culturais que, muitas vezes, limitavam o alcance da música nortista. Desde então, o festival cresceu exponencialmente, ganhando reconhecimento para além das fronteiras.
Com cada nova edição, o evento reafirma seu compromisso com a diversidade sonora e a inclusão cultural. Ao longo dos anos, o Se Rasgum já trouxe ao seu palco grandes nomes da música brasileira, ao mesmo tempo em que abriu espaço para talentos locais. Artistas de gêneros variados, como rock, pop, rap, eletrônica e música regional, encontram no Se Rasgum uma plataforma para divulgar seus trabalhos e se conectar com um público ávido por novidades.
Há 19 anos, a organização aproveita a riqueza cultural e a beleza natural da cidade para criar um ambiente único. Belém, com suas influências indígenas, africanas e europeias, oferece um cenário que reflete a mistura de culturas e tradições que o festival celebra. As ruas, os mercados e as paisagens naturais da cidade compõem o pano de fundo perfeito para um evento que busca, acima de tudo, a conexão entre o local e o global.
A realização de um festival deste porte em Belém também reforça a importância de descentralizar a produção cultural no Brasil. Ao promover um evento dessa magnitude fora dos grandes centros urbanos do Sudeste, o Se Rasgum contribui para a valorização das cenas musicais regionais e para a inclusão de artistas que, muitas vezes, encontram dificuldades em alcançar o reconhecimento nacional.
Um Se Rasgum para todos os gostos
A edição de 2024 do Se Rasgum promete ser uma das mais memoráveis. O line-up reflete a diversidade que sempre caracterizou o festival. Com uma programação que inclui artistas consagrados e novas revelações da cena independente, o evento se prepara para oferecer ao público uma experiência única.
Entre os dias 10 e 14 de setembro, o mais longevo festival em ação no norte ocupará o Music Park e Píer das Onze Janelas, com programação gratuita, mais duas noites especiais no Teatro Margarida Schivasappa e Espaço Cultural Na Bêra. A curadoria, um dos trunfos do festival liderado por Marcelo Damaso e Renée Chalu, arquitetou uma potencial catarse coletiva a partir da escalação de artistas do calibre de Novos Baianos, Jards Macalé, Céu e Marcia Griffiths, nada menos que a maior lenda feminina do reggae.
Mas há espaço também para as novas bandas. Formada por quatro jovens, a Fin del Mundo é uma das maiores sensações do rock argentino contemporâneo, que chega pela primeira vez ao Norte do Brasil com um show único em que a tônica é um indie cuja sonoridade ecoa elementos de shoegaze, post-rock e dream pop. Na mesma esteira, mas não iniciante, os nova-iorquinos do DIIV devem garantir que as células indies de Belém sintam-se devidamente atendidas.
Entre os destaques deste ano também podemos citar Ana Frango Elétrico, Filipe Catto com o show em que canta Gal Costa, o encontro da Molho Negro com Jair Naves e Carlinhos Carneiro com a turnê em que comemora 25 anos de Bidê ou Balde. Como se vê, a diversidade é uma das marcas registradas do Se Rasgum, e a edição de 2024 mantém essa tradição.
Para além da música
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O Se Rasgum sempre foi mais do que apenas música. Além dos shows, o evento promove uma série de atividades paralelas, como workshops, palestras e debates. Essas atividades oferecem ao público a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre o mercado musical e a cultura brasileira como um todo. Objetivando a criação de um legado para a cultura amazônica, o festival trouxe como novidade o ALMA – Amazônia Legal Música & Arte, série de ações formativas e workshops que substitui a antiga conferência Music On The Table.
Quem anda por Belém vê que a cidade já respira a COP 30, a ser realizada em novembro de 2025. Desde a última segunda, 9, e até o próximo dia 13, o ALMA está com atividades para consolidação do mercado musical da capital paraense que visam fortalecer a cultura local ao longo do ano. Para 2025, ele se tornará a primeira Conferência Internacional de Música na Amazônia.
Esse movimento sempre permeou a existência do evento e foi ampliado agora, trazendo discussões relevantes sobre a indústria da música para além do óbvio. A produção independente e seu fomento seguem em pauta, mas também serão debatidos os planos para a cultura local, a luta climática e a sustentabilidade. Artistas, produtores, jornalistas e fãs de música encontram no Se Rasgum um ambiente propício para a construção de redes e parcerias, essenciais para a continuidade e expansão da música independente no país. Para sexta-feira, o Se Rasgum também guardou um papo com Jards Macalé, que substituiu Tom Zé, que precisou cancelar sua apresentação por motivos de saúde.
SERVIÇO | 19º Se Rasgum
Quando: De 10 a 14 de setembro;
11 de setembro
Music Park | Tv. Praça Waldemar Henrique, 2 – Reduto
Entrada gratuita
20h – Iuna Falcão (Seletivas Se Rasgum Amazônia Legal)
21h – Molho Negro + Jair Naves
22h – YPU
23h – Céu
12 de setembro
Píer das Onze Janelas | R. Siqueira Mendes, S/N
Entrada gratuita
19h – Marcela Bonfim (Seletivas Se Rasgum Amazônia Legal)
20h – Rafa Militão convida Nic Dias
21h – Karen Francis + Eric Terena
22h – Death Brega (Turbo + Elder Effe + Inesita)
23h – 25 anos de Bidê ou Balde com Carlinhos Carneiro
13 de setembro
Teatro Margarida Schivasappa | Av. Gentil Bitencourt, 650 – Batista Campos
19h – Clair (França)
19h35 – Móbile Lunar
20h40 – Walter Freitas por Andréa Pinheiro e Olivar Barreto
22h – Jards Macalé
Quanto:
● LOTE 3
•MEIA : R$80,00
•INTEIRA SOLIDÁRIA*: R$90,00
•INTEIRA: R$160,00
14 de setembro
Espaço Cultural Na Bêra | R. São Boaventura, 268 – Cidade Velha
Abertura do Festival
16h30 – Sereias do Mar
PALCO BALADEIRA
17h – Negra Bi
18h – Ana Frango Elétrico (RJ)
19h20 – DIIV (EUA)
20h40 – Natália Matos feat. Malu Guedelha
22h – Marcia Griffiths (JAM)
23h40 – Novos Baianos
1h50 – Valéria Paiva
3h10 – Deekapz
PALCO GERERÊ
17h30 – O Cinza
18h40 – Fin del Mundo (ARG)
20h – Barbarize
21h20 – Bebé (SP)
23h – Filipe Catto canta Gal
1h10 – Tonny Brasil 4ever c/ Maderito, Nelsinho Rodrigues e Layse
2h30 – Febre 90s
RADIOLUM
19h – Sonora Paraense
20h – Roberto Figueredo
21h – Dread Sytem (Alex Roots, Vanderson e Evilacio)
22h – Posada
23h – Jamboree (Jurássico & Neggo)
0h – Carol C
1h – Elohim
2h – Gabi Matos
3h – Estamyna
Quanto:
● LOTE 3
•MEIA : R$70,00
•INTEIRA SOLIDÁRIA*: R$90,00
•INTEIRA: R$140,00
*Doação de 1kg de alimento no dia do evento
** Adquira 2 ingressos no preço promocional com doação de 1kg de alimento.
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